Modelo de Recurso Especial para o Tribunal de Justiça do Estado do Pará em Caso de Estupro de Vulnerável - Insuficiência de Provas

Publicado em: 27/08/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de Recurso Especial interposto ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará em um caso de estupro de vulnerável, em que o acórdão foi desprovido com base na alegação de insuficiência de provas. A peça aborda fundamentos legais, constitucionais, e jurídicos, com argumentação detalhada e defesas que podem ser opostas.

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará

[Nome do Recorrente], já qualificado nos autos do processo nº [número do processo], por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional na [endereço do escritório], onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente

RECURSO ESPECIAL

com fundamento no CF/88, art. 105, III, "a", e CPC/2015, art. 1.029, contra o acórdão proferido pela [número da câmara ou turma] Câmara Criminal deste Tribunal, que negou provimento ao recurso de Apelação interposto pelo Recorrente, sob a alegação de insuficiência de provas, nos termos a seguir expostos:

I – DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE

O presente Recurso Especial é cabível nos termos do CF/88, art. 105, III, "a", por envolver questão de direito federal. Ademais, é tempestivo, sendo interposto dentro do prazo de 15 (quinze) dias a contar da intimação da decisão que negou provimento ao Recurso de Apelação, conforme CPC/2015, art. 1.029.

II – DOS FATOS

O Recorrente foi condenado pelo crime de estupro de vulnerável, tipificado no CP, art. 217-A, após a sentença de primeira instância considerar suficientes as provas produzidas durante a instrução processual. Inconformado, o Recorrente interpôs Apelação, arguindo a insuficiência de provas para embasar a condenação. Contudo, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará manteve a condenação, desprovido o recurso com base na alegação de que as provas eram suficientes.

III – DO DIREITO

III.1 – Da Insuficiência de Provas e Violação ao Princípio da Presunção de Inocência

O CF/88, art. 5º, LVII, estabelece que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória", consagrando o princípio da presunção de inocência. Para a condenação criminal, é necessário que as provas produzidas sejam robustas e suficientes para afastar qualquer dúvida razoável sobre a autoria e materialidade do delito.

No presente caso, as provas apresentadas foram insuficientes para sustentar a condenação. O Recorrente foi condenado com base em indícios e suposições, sem que houvesse prova direta e contundente de sua participação no crime de estupro de vulnerável. A manutenção da condenação pelo acórdão violou o princípio da presunção de inocência, ao não exigir prova cabal da prática do delito.

III.2 – Da Necessidade de Revisão das Provas à Luz da Legislação Federal

O CPC/2015, art. 489, §1º, VI, exige que a decisão judicial seja fundam"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

O presente Recurso Especial visa contestar a decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Pará que, ao manter a condenação do Recorrente pelo crime de estupro de vulnerável, desconsiderou a insuficiência das provas apresentadas. A peça fundamenta-se no princípio da presunção de inocência, consagrado no CF/88, art. 5º, LVII, e na exigência de provas robustas e incontestáveis para sustentar uma condenação criminal.

O Recurso Especial é a via adequada para a correção de decisões que afrontam a legislação federal, sendo essencial para assegurar que o Recorrente seja julgado de maneira justa e conforme os princípios constitucionais e processuais.

Considerações Finais

Este modelo de Recurso Especial é uma ferramenta essencial para advogados que defendem clientes em casos criminais complexos, especialmente quando a condenação foi mantida com base em provas frágeis ou insuficientes. A peça processual assegura uma defesa robusta e fundamentada, respeitando os direitos constitucionais e processuais do Recorrente.

 

TÍTULO: MODELO DE RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ EM CASO DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, COM ACÓRDÃO DESPROVIDO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS


Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgar algum tema, o STJ segue este entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ, assim o consulente pode encontrar um precedente específico. Não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente obter uma decisão favorável. Jamais pode ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".
  • Pense nisso: Um pouco de hermenêutica. Obviamente a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Caso um tribunal ou magistrado não seja capaz de justificar sua decisão com a devida fundamentação, ou seja, em lei ou na CF/88, art. 93, X, a decisão ou ato normativo, sem fundamentação devida, orbita na esfera da inexistência. Essa diretriz aplica-se a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor público a "representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder" – Lei 8.112/1990, art. 116, VI. Da mesma forma, a CF/88, art. 5º, II, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ e marcar ‘EXPRESSÃO OU FRASE EXATA’. Caso seja a hipótese apresentada.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, nesta circunstância, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ ou ‘NOVA PESQUISA’ e adicionar uma ‘PALAVRA CHAVE’. Sempre respeitando a terminologia jurídica, ou uma ‘PALAVRA CHAVE’, normalmente usada nos acórdãos.

1. Recurso Especial: Conceito e Cabimento

O Recurso Especial é cabível contra acórdãos que contrariem tratado ou lei federal, que neguem vigência a tratado ou lei federal, ou que julguem válido ato de governo local contestado em face de lei federal. No caso em questão, o recurso é interposto contra decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Pará que desproveu apelação em um caso de estupro de vulnerável, alegando insuficiência de provas.

Legislação: CPC/2015, art. 105, III – Dispõe sobre o cabimento do Recurso Especial.

Jurisprudência:

Cabimento do Recurso Especial

Recurso Especial por insuficiência de provas


2. Estupro de Vulnerável: Tipificação e Consequências Jurídicas

O crime de estupro de vulnerável é tipificado no CP, art. 217-A, e prevê pena severa em razão da vulnerabilidade da vítima, sendo esta menor de 14 anos ou pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

Legislação: CP, art. 217-A – Tipifica o crime de estupro de vulnerável.

Jurisprudência:

Estupro de vulnerável

Tipificação do estupro de vulnerável


3. Insuficiência de Provas: Argumentação em Defesa

A alegação de insuficiência de provas é uma defesa comum em casos criminais, argumentando que os elementos apresentados pelo Ministério Público não são suficientes para uma condenação. No Recurso Especial, essa alegação pode ser reforçada com a argumentação de que o acórdão violou princípios constitucionais e processuais, como o in dubio pro reo.

Legislação: CF/88, art. 5º, LVII – Estabelece o princípio da presunção de inocência.

Jurisprudência:

Insuficiência de provas na defesa criminal

Princípio do in dubio pro reo


4. Alcance do Recurso Especial em Matéria Penal

O Recurso Especial em matéria penal é limitado a questões de direito, não sendo possível a reanálise de fatos e provas. No entanto, é possível argumentar que o acórdão do TJ/PA violou normas federais ao desprover a apelação com base em insuficiência de provas, violando, assim, a legislação aplicável.

Legislação: CPC/2015, art. 105, III – Limita o Recurso Especial a questões de direito.

Jurisprudência:

Alcance do Recurso Especial em matéria penal

Questões de direito no Recurso Especial


5. Argumentos Jurídicos Possíveis

Os argumentos jurídicos no Recurso Especial devem ser construídos com base na violação da lei federal ou em divergência jurisprudencial entre tribunais. No caso em análise, pode-se argumentar que o TJ/PA desconsiderou provas que corroboram a defesa, aplicando de forma incorreta a legislação penal.

Legislação: CPC/2015, art. 105, III, "a" e "c" – Dispõe sobre as hipóteses de cabimento do Recurso Especial por violação de lei federal e divergência jurisprudencial.

Jurisprudência:

Argumentos no Recurso Especial

Divergência jurisprudencial em Recurso Especial


6. Legitimidade Ativa para Interposição do Recurso

A legitimidade ativa para interposição do Recurso Especial em matéria penal é conferida ao réu ou ao Ministério Público, dependendo de quem foi a parte prejudicada pelo acórdão recorrido. Neste caso, o réu é quem possui legitimidade para recorrer da decisão do TJ/PA.

Legislação: CPP, art. 577 – Estabelece a legitimidade para interpor recurso em matéria penal.

Jurisprudência:

Legitimidade ativa no Recurso Especial

Legitimidade do réu para interpor Recurso Especial


7. Objeto Jurídico Protegido no Crime de Estupro de Vulnerável

O objeto jurídico protegido no crime de estupro de vulnerável é a liberdade sexual da pessoa, sendo agravado pela condição de vulnerabilidade da vítima. A proteção desse bem jurídico é considerada de alta relevância pelo ordenamento jurídico brasileiro.

Legislação: CP, art. 217-A – Define o crime de estupro de vulnerável e protege a liberdade sexual da vítima.

Jurisprudência:

Objeto jurídico no crime de estupro de vulnerável

Liberdade sexual e estupro de vulnerável


8. Prazo Prescricional e Decadencial em Crimes de Estupro de Vulnerável

O prazo prescricional para crimes de estupro de vulnerável é longo, dada a gravidade do crime, podendo ser suspenso ou interrompido em determinadas circunstâncias processuais. A contagem do prazo começa a partir do conhecimento do fato ou da maioridade da vítima, dependendo do caso.

Legislação: CP, art. 109, IV – Estabelece os prazos prescricionais para crimes de estupro de vulnerável.

Jurisprudência:

Prazo prescricional no crime de estupro de vulnerável

Prescrição em crimes sexuais


9. Juntada de Provas no Recurso Especial

No Recurso Especial, a juntada de novas provas é vedada, devendo o recurso limitar-se à discussão de questões de direito. As provas já constantes nos autos são analisadas em face da correta aplicação da lei federal.

Legislação: CPC/2015, art. 1.029, § 3º – Estabelece as limitações para a juntada de provas em Recurso Especial.

Jurisprudência:

Juntada de provas no Recurso Especial

Limites para provas em Recurso Especial


10. Defesa em Recurso Especial no Caso de Estupro de Vulnerável

A defesa no Recurso Especial deve ser articulada com base na violação da legislação federal ou em divergência jurisprudencial. No caso de estupro de vulnerável, a defesa pode questionar a análise das provas feita pelo TJ/PA, argumentando que a decisão não considerou adequadamente os elementos que poderiam levar à absolvição do réu.

Legislação: CPC/2015, art. 1.029 – Estabelece os requisitos formais e materiais para a interposição do Recurso Especial.

Jurisprudência:

Defesa no Recurso Especial

Defesa em casos de estupro de vulnerável


11. Citação das Partes no Recurso Especial

A citação das partes no Recurso Especial deve ser realizada de forma que ambas as partes tenham conhecimento da interposição do recurso, garantindo o contraditório e a ampla defesa. No caso penal, essa citação pode ser realizada pelo próprio tribunal ou pelo Ministério Público.

Legislação: CPC/2015, art. 1.029, § 3º – Regula a citação das partes no Recurso Especial.

Jurisprudência:

Citação das partes no Recurso Especial

Contraditório e citação no Recurso Especial


12. Honorários Advocatícios em Recurso Especial

No Recurso Especial, os honorários advocatícios podem ser fixados em caso de êxito na demanda, sendo calculados com base no valor da causa ou na complexidade do trabalho desempenhado. Em casos penais, os honorários podem ser fixados de acordo com a atuação do defensor dativo ou público.

Legislação: CPC/2015, art. 85, § 11 – Prevê a possibilidade de fixação de honorários advocatícios em sede de recurso.

Jurisprudência:

Honorários no Recurso Especial

Fixação de honorários em Recurso Especial


13. Valor da Causa em Matéria Penal no Recurso Especial

O valor da causa no Recurso Especial em matéria penal é menos relevante do que em matérias cíveis, sendo mais importante o resultado prático do recurso, que pode envolver a manutenção ou modificação da pena imposta. No entanto, em casos de fixação de custas, o valor pode ser relevante para o cálculo.

Legislação: CPC/2015, art. 291 – Estabelece as regras para fixação do valor da causa, aplicável subsidiariamente.

Jurisprudência:

Valor da causa no Recurso Especial

Custas penais no Recurso Especial


 

 


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