Modelo de Recurso Inominado Contra Sentença de Negativa de Adesão a Plano de Saúde por Doenças Preexistentes e Obesidade

Publicado em: 05/12/2023 Consumidor
Recurso inominado interposto por consumidor contra plano de saúde que recusou adesão sob justificativa de doenças preexistentes e obesidade. O pedido baseia-se na violação de direitos do consumidor, princípios da boa-fé objetiva e função social do contrato, além de afronta ao direito constitucional à saúde e dignidade da pessoa humana. São requeridas a reforma da sentença, aceitação da adesão ao plano, indenização por danos morais e condenação da recorrida às custas processuais.

RECURSO INOMINADO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE [INSERIR LOCAL]

Recorrente: [Nome completo do recorrente, qualificação, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência]

Recorrido: [Nome completo do recorrido, qualificação, CNPJ, endereço eletrônico, domicílio e sede]

PREÂMBULO

O recorrente, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, interpor o presente RECURSO INOMINADO, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009 e seguintes, em face da sentença proferida nos autos do processo nº [inserir número], que indeferiu o pedido de adesão ao plano de saúde sob a justificativa de doenças preexistentes e obesidade.

Requer-se a remessa dos autos à Turma Recursal competente, com as razões recursais anexas.

DOS FATOS

O recorrente, portador de obesidade e outras condições de saúde preexistentes, buscou aderir ao plano de saúde ofertado pela recorrida, com o objetivo de garantir o acesso a tratamentos médicos adequados e necessários à sua condição de saúde.

Contudo, a recorrida recusou a adesão do recorrente ao plano, alegando que as condições de saúde preexistentes configurariam risco elevado, o que, segundo a empresa, justificaria a negativa de contratação.

Tal conduta, além de abusiva, viola os princípios fundamentais do direito do consumidor, especialmente a boa-fé objetiva e a função social do contrato, bem como afronta os direitos constitucionais à saúde e à dignidade da pessoa humana, previstos na CF/88, art. 6º e art. 196.

DO DIREITO

A negativa de adesão ao plano de saúde com base em doenças preexistentes e obesidade é prática abusiva, vedada pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), especialmente em razão do desequilíbrio contratual e da vulnerabilidade do consumidor.

Nos termos do CDC, art. 39, V, é vedado ao fornecedor recusar atendimento às demandas dos consumidores, quando tal recusa for injustificada. Além disso, o CDC, art. 51, IV, considera nulas as cláusulas contratuais que estabeleçam obrigações abusivas ou coloquem o consumidor em desvantagem exagerada.

Ademais, a CF/88, art. 196 assegura que a saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo que os planos de saúde, enquanto prestadores de serviços essenciais, devem observar os princípios constitucionais e legais que norteiam a proteção à saúde.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já consolidou o entendimento de que as operadoras de planos de saúde não podem recusar a adesão de consumidores com base em doenças preexistentes, sendo possível, no máximo, a imposição de carência ou cobertura parcial temporária, nos termos da Lei 9.656/1998, art. 11.

DO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA E DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

VOTO DO MAGISTRADO

Em análise ao caso submetido a julgamento, trata-se de recurso inominado interposto pelo recorrente em face da sentença que indeferiu o pedido de adesão ao plano de saúde, sob alegação de doenças preexistentes e obesidade, matéria que requer interpretação à luz da Constituição Federal de 1988 e do ordenamento jurídico vigente.

DOS FATOS E FUNDAMENTOS

Conforme consta nos autos, o recorrente pleiteou adesão ao plano de saúde ofertado pela recorrida, com o objetivo de obter acesso a tratamentos médicos essenciais à sua condição de saúde. A negativa de adesão fundamentou-se na condição de portador de obesidade e doenças preexistentes, alegações que a recorrida sustentou como justificativa para o risco contratual elevado.

A questão central reside na análise da abusividade da conduta da recorrida, à luz dos princípios constitucionais e do Código de Defesa do Consumidor. A Constituição Federal, no art. 6º, assegura como direitos sociais fundamentais a saúde e a dignidade da pessoa humana. Ainda, o art. 196 dispõe que a saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo aplicável também às relações privadas que envolvam serviços essenciais.

No plano infraconstitucional, o Código de Defesa do Consumidor, em seus artigos 39, V, e 51, IV, veda práticas abusivas e cláusulas que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, comprometendo o equilíbrio contratual e a boa-fé objetiva, princípios previstos também no Código Civil, art. 421 e art. 422.

DA JURISPRUDÊNCIA

O entendimento consolidado pelos Tribunais aponta para a abusividade na recusa de adesão a planos de saúde por motivo de doenças preexistentes. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu que, em casos similares, é possível a imposição de carência ou cobertura parcial temporária, mas não a exclusão total do consumidor do sistema de saúde suplementar.

A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo também reforça que tal prática viola os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato, sendo considerada, portanto, abusiva. Cite-se, por exemplo, o Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP, da 5ª Turma Recursal Cível, que reconheceu a abusividade do plano de saúde em recusar cobertura ou adesão sob justificativas discriminatórias.

DA DECISÃO

Diante do exposto, e considerando os fatos e fundamentos jurídicos apresentados, voto pelo provimento do recurso, reformando a sentença de primeiro grau, para determinar que a recorrida aceite a adesão do recorrente ao plano de saúde, sem qualquer discriminação em razão de doenças preexistentes ou obesidade.

Ainda, condeno a recorrida ao pagamento de indenização por danos morais, arbitrados em R$ 10.000,00 (dez mil reais), em razão da conduta abusiva e discriminatória, bem como ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

CONCLUSÃO

Assim, conheço do recurso e voto pelo seu provimento, nos termos acima consignados.

É como voto.

[Local], [Data]

Magistrado: [Nome do Magistrado]


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