Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Consumo por Vício Oculto em Televisão Contra VIA S/A e LG Electronics

Publicado em: 04/02/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Documento jurídico no qual C. A. A., autora em ação de consumo, apresenta réplica à contestação das rés VIA S/A e LG Electronics do Brasil LTDA. A ação discute a responsabilidade solidária dos fornecedores por vício oculto em uma televisão adquirida pela autora. A réplica aborda os fundamentos do Código de Defesa do Consumidor, como a inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII), responsabilidade solidária (art. 18), e rebate argumentos apresentados na contestação, como a ilegitimidade passiva e o pedido de indeferimento da gratuidade de justiça. A autora reforça os pedidos de substituição do produto ou estorno do valor pago, além de indenização por danos morais.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE TERESINA – PI

Processo nº 0838366-31.2024.8.18.0140

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

C. A. A., já qualificada nos autos da presente ação em face de VIA S/A (nome fantasia Via Varejo S.A.) e LG ELECTRONICS DO BRASIL LTDA., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, apresentar a presente RÉPLICA À CONTESTAÇÃO, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

PREÂMBULO

A presente réplica tem como objetivo refutar os argumentos apresentados pela ré VIA S/A em sua contestação, reafirmando os direitos da autora enquanto consumidora e demonstrando a procedência dos pedidos formulados na inicial.

DOS FATOS

A autora adquiriu, em março de 2023, uma televisão LG de 60 polegadas pelo valor de R$ 3.499,00, a qual apresentou vício oculto após um curto período de uso. Apesar das tentativas de solução administrativa, a situação não foi resolvida, motivo pelo qual a autora ingressou com a presente ação pleiteando a substituição do produto ou o estorno do valor pago, além de indenização por danos morais.

Em sua contestação, a ré VIA S/A alegou que a responsabilidade pelo vício seria exclusiva da fabricante, impugnou o pedido de gratuidade de justiça e requereu a correção no polo passivo para incluir a denominação correta da empresa, além de solicitar que as audiências sejam realizadas de forma telepresencial.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que a relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), que, em seu art. 18, determina a responsabilidade solidária de todos os fornecedores que integram a cadeia de consumo pelos vícios do produto. Assim, a alegação da ré de que a responsabilidade seria exclusiva da fabricante não merece prosperar.

Ademais, o art. 6º, VIII, do CDC assegura ao consumidor a inversão do ônus da prova quando for verossímil a alegação ou quando ele for hipossuficiente, o que é o caso da autora. A tentativa da ré de afastar tal prerrogativa demonstra a intenção de dificultar a comprovação do vício do produto.

Quanto ao pedido de gratuidade de justiça, a autora já demonstrou, por meio de dec"'>...

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Simulação de Voto

RELATÓRIO

Trata-se de ação proposta por C. A. A. em face de VIA S/A (Via Varejo S.A.) e LG ELECTRONICS DO BRASIL LTDA., com o objetivo de obter a substituição de produto defeituoso ou o estorno do valor pago, além de indenização por danos morais. A autora fundamenta sua pretensão na relação de consumo, tendo como base o Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 18, que trata da responsabilidade solidária dos fornecedores pelos vícios do produto.

A ré VIA S/A apresentou contestação, alegando ilegitimidade passiva e atribuindo a responsabilidade exclusivamente à fabricante do produto, LG ELECTRONICS DO BRASIL LTDA., além de impugnar o pedido de gratuidade de justiça e solicitar que as audiências sejam realizadas de forma telepresencial.

FUNDAMENTAÇÃO

1. Da Relação de Consumo

A relação jurídica existente entre as partes é regida pelas normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC), conforme art. 2º e art. 3º, que definem o consumidor e o fornecedor. A autora, como consumidora final, e a ré VIA S/A, como fornecedora do produto, estão submetidas às disposições do CDC.

O art. 18 do CDC estabelece que \"os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam\". Assim, a alegação da ré de ilegitimidade passiva não encontra respaldo legal, pois a responsabilidade solidária abrange todos os integrantes da cadeia de consumo.

2. Da Hipossuficiência e Inversão do Ônus da Prova

O art. 6º, VIII, do CDC assegura ao consumidor a inversão do ônus da prova quando for verossímil a alegação ou quando ele for hipossuficiente, como é o caso da autora. A condição de hipossuficiência da autora, aliada à verossimilhança dos fatos narrados, justifica plenamente a aplicação deste dispositivo, cabendo às rés comprovar a inexistência do vício alegado no produto.

3. Da Gratuidade de Justiça

A autora apresentou declaração de hipossuficiência, cuja presunção de veracidade é assegurada pelo art. 99, §3º, do CPC/2015. A impugnação apresentada pela ré não veio acompanhada de elementos que desconstituam tal presunção. Assim, defiro o pedido de gratuidade de justiça em favor da autora.

4. Das Jurisprudências

A jurisprudência brasileira reforça a aplicabilidade do CDC e a responsabilidade solidária dos fornecedores em casos de vícios no produto. Destaco os seguintes precedentes:

  • TJSP (31ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Todos os fornecedores que compõem a cadeia de consumo respondem solidariamente por vício de qualidade, independentemente de culpa, nos termos do CDC. A negativa de resolução do problema gera dano moral indenizável ao consumidor, conforme a teoria do desvio produtivo.\"
  • TJSP (6ª Turma Recursal Cível) - Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: \"Relação de consumo. Ré que está inserida na cadeia de consumo com o fabricante e responde solidariamente por defeito no produto. Legitimidade passiva. Dano moral configurado e bem dimensionado.\"

DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, que determina que todas as decisões judiciais sejam devidamente fundamentadas, conheço do pedido e passo ao julgamento de mérito:

Julgo PROCEDENTE o pedido da autora, determinando o seguinte:

  1. A condenação das rés VIA S/A e LG ELECTRONICS DO BRASIL LTDA. à substituição do produto defeituoso ou ao estorno do valor pago, no prazo de até 30 (trinta) dias;
  2. O pagamento de indenização por danos morais à autora, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), corrigidos monetariamente desde a data da sentença;
  3. A manutenção da inversão do ônus da prova em favor da autora, nos termos do CDC, art. 6º, VIII;
  4. A concessão do benefício de gratuidade de justiça à autora, nos termos do art. 99, §3º, do CPC/2015;
  5. Que as audiências sejam realizadas de forma presencial, salvo impossibilidade devidamente justificada.

Condeno as rés ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Teresina, ___ de ____________ de 2024.

_______________________________________
Juiz de Direito


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