Modelo de Resposta à Acusação de Lesão Corporal no Âmbito de Violência Doméstica

Publicado em: 24/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de resposta à acusação em caso de lesão corporal leve no contexto de violência doméstica, com fundamentação legal e pedido de absolvição ou fixação de reparação mínima proporcional.
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___

Processo número: __________

Acusado: M. A. C. F.
Estado Civil: Solteiro
Profissão: Desempregado
CPF: [Número do CPF]
Endereço: [Rua, número, bairro, cidade, CEP]
Endereço Eletrônico: [e-mail do acusado]

ASSUNTO: Resposta à Acusação com Base no CP, art. 129, §9º e CPP, art. 387

DOS FATOS

O acusado foi denunciado pela prática de crime de lesão corporal, nos termos do CP, art. 129, §9º, em razão de violência cometida contra a vítima S. M. N. DE M., no dia 21/02/2023. Conforme o boletim de ocorrência registrado pela vítima, o acusado teria desferido um soco em seu rosto. No entanto, o laudo médico pericial de lesão corporal aponta que houve apenas hematomas no antebraço esquerdo e direito da vítima, divergindo, assim, da versão apresentada inicialmente.

Em razão dos fatos narrados, foi fixado um salário-mínimo a título de reparação mínima pelos danos causados, nos termos do CPP, art. 387, IV.

DA AUSÊNCIA DE GRAVIDADE DAS LESÕES

Conforme o laudo médico pericial, as lesões sofridas pela vítima são de natureza leve, tratando-se apenas de hematomas no antebraço, sem qualquer indício de lesões no rosto, como alegado inicialmente pela vítima. Assim, a acusação carece de elementos probatórios que demonstrem a ocorrência de lesão corporal grave ou de qualquer conduta que pudesse justificar uma reparação mais severa.

O acusado nega ter desferido um soco contra o rosto da vítima, afirmando que o ocorrido foi uma discussão verbal em que ambas as partes se exaltaram, e a vítima tentou se aproximar fisicamente, resultando em um contato involuntário que causou os hematomas descritos.

DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

  1. Da Impossibilidade de Caracterização de Violência Grave

Conforme o CP, art. 129, §9º, o crime de lesão corporal no âmbito de violência doméstica deve ser analisado à luz da proporcionalidade da conduta e do resultado. No presente caso, o laudo médico evidencia que as lesões foram leves e que não houve socos no rosto, conforme inicialmente alegado.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

NARRATIVA DE FATO E DIREITO, CONCEITOS E DEFINIÇÕES

O presente caso trata da denúncia feita contra M. A. C. F., acusado de lesão corporal leve contra a vítima S. M. N. DE M.. A acusação inicial indicava que o acusado teria desferido um soco no rosto da vítima, entretanto, o laudo pericial demonstrou apenas hematomas nos antebraços da vítima, sem qualquer indício de lesão facial. Dessa forma, a defesa alega que o ocorrido foi um mal-entendido, e que não houve intenção dolosa por parte do acusado.

O CP, art. 129, §9º, dispõe sobre o crime de lesão corporal em contexto de violência doméstica. No entanto, para que haja a condenação, é necessária a comprovação de que a lesão foi praticada de forma dolosa e com o intuito de causar dano físico ou psicológico à vítima. No presente caso, as evidências demonstram que as lesões foram leves e que não houve soco no rosto da vítima, como alegado.

A parte contrária poderá alegar que o fato de existirem hematomas já é suficiente para caracterizar a violência doméstica, mas a defesa sustenta que tais marcas foram decorrentes de um contato involuntário, não havendo dolo na ação do acusado. Além disso, a fixação de um salário-mínimo como reparação mínima é proporcional ao dano causado, levando em conta a situação financeira do acusado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente caso envolve uma denúncia de lesão corporal leve, em que as provas apresentadas são insuficientes para comprovar a agressão nos termos inicialmente alegados pela vítima. A defesa requer a absolvição do acusado, considerando a ausência de dolo e a natureza leve das lesões, que não justificam uma punição mais severa. Caso não seja o entendimento deste juízo, pede-se a manutenção da fixação do valor mínimo de reparação de um salário-mínimo, em respeito ao princípio da proporcionalidade.



TÍTULO:
MODELO DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO EM CASO DE LESÃO CORPORAL LEVE NO CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


1. Introdução

A resposta à acusação é o momento processual no qual a defesa do acusado pode apresentar seus argumentos e provas iniciais, com o objetivo de rebater a denúncia oferecida pelo Ministério Público. No contexto de lesão corporal leve no ambiente de violência doméstica, a defesa deve se pautar na análise minuciosa dos fatos e na adequação das imputações legais, buscando a absolvição do réu, ou, em casos de condenação, a fixação de uma reparação mínima justa e proporcional aos danos causados.

Legislação:
CP, art. 129, § 9º – Estabelece as consequências penais da lesão corporal leve no contexto de violência doméstica.
CF/88, art. 5º, LIV – Direito ao devido processo legal.
Lei 11.340/2006, art. 41 – Lei Maria da Penha, que disciplina a violência doméstica e familiar contra a mulher.

Jurisprudência:
Lesão corporal no contexto de violência doméstica
Absolvição em casos de violência doméstica
Reparação mínima em lesão corporal


2. Resposta à Acusação

Na resposta à acusação, a defesa busca demonstrar que os elementos apresentados na denúncia são insuficientes para embasar uma condenação. No caso de lesão corporal leve no contexto de violência doméstica, é fundamental a análise de provas concretas, como laudos médicos e depoimentos. Além disso, é possível questionar a proporcionalidade das medidas aplicadas e requerer a absolvição ou, caso condenação seja inevitável, que a pena seja a mais leve possível, com a fixação de uma reparação mínima proporcional.

Legislação:
CPP, art. 396-A – Disposição sobre a resposta à acusação.
CP, art. 129, § 9º – Lesão corporal leve em violência doméstica.
CF/88, art. 5º, LV – Ampla defesa e contraditório.

Jurisprudência:
Resposta à acusação em violência doméstica
Defesa em caso de lesão corporal
Fixação de pena mínima


3. Lesão Corporal e Violência Doméstica

A lesão corporal leve, quando ocorrida no contexto de violência doméstica, é tratada com maior rigor pelo ordenamento jurídico, conforme preceitua a Lei Maria da Penha. No entanto, a defesa pode argumentar pela ausência de dolo ou pela atenuação da gravidade dos fatos. Em muitos casos, a verificação dos elementos subjetivos, como a intenção de causar dano, e a análise da proporcionalidade das penas aplicadas, são essenciais para uma defesa bem-sucedida.

Legislação:
CP, art. 129, § 9º – Definição de lesão corporal leve no contexto de violência doméstica.
Lei 11.340/2006, art. 7º – Define a violência doméstica e familiar contra a mulher.
CF/88, art. 5º, XXXV – Direito à proteção judicial.

Jurisprudência:
Lesão corporal leve em violência doméstica
Dolo em lesão corporal
Atenuação em violência doméstica


4. Reparação Mínima

Nos casos em que é possível a condenação, é importante que a defesa pleiteie uma reparação mínima proporcional ao dano causado, conforme estabelece o Código Penal. A reparação dos danos deve estar sempre em sintonia com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, assegurando que a pena não seja excessiva, especialmente em situações de menor gravidade, como no caso de lesão corporal leve.

Legislação:
CP, art. 387, IV – Fixação da reparação mínima para os danos causados.
CF/88, art. 5º, V – Direito à indenização por dano material e moral.
CPP, art. 63 – Regras sobre a fixação da indenização na sentença penal condenatória.

Jurisprudência:
Reparação mínima em lesão corporal
Fixação de reparação por dano moral
Reparação de danos em violência doméstica


5. Direito Penal e Princípio da Proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade é essencial no Direito Penal, e sua aplicação assegura que as penas aplicadas sejam justas e proporcionais ao delito praticado. No caso de lesão corporal leve, a pena deve ser fixada de forma a respeitar a gravidade do ato e o dano efetivamente causado, garantindo que o réu não seja punido de maneira excessiva. A defesa deve invocar este princípio para buscar a redução da pena ou a aplicação de medidas alternativas à prisão.

Legislação:
CF/88, art. 5º, XLVI – Proporcionalidade das penas.
CP, art. 59 – Critérios para fixação da pena.
Lei 9.099/1995, art. 76 – Aplicação de medidas alternativas em delitos de menor potencial ofensivo.

Jurisprudência:
Princípio da proporcionalidade no Direito Penal
Proporcionalidade em violência doméstica
Medidas alternativas em lesão corporal


6. Presunção de Inocência e Dignidade da Pessoa Humana

No âmbito da defesa criminal, o princípio da presunção de inocência deve ser respeitado em todas as fases processuais, garantindo que o réu só seja condenado mediante provas inequívocas de sua culpa. Ademais, a dignidade da pessoa humana deve ser preservada, evitando-se a imposição de penas que ofendam a integridade moral do acusado. A defesa deve sustentar que, na ausência de provas conclusivas, a condenação seria um ato de injustiça, violando direitos constitucionais fundamentais.

Legislação:
CF/88, art. 5º, LVII – Presunção de inocência.
CF/88, art. 1º, III – Dignidade da pessoa humana.
CPP, art. 386, VII – Absolvição na falta de provas.

Jurisprudência:
Presunção de inocência em lesão corporal
Dignidade da pessoa humana em violência doméstica
Absolvição por não comprovação da culpa


7. Considerações Finais

Diante da ausência de provas conclusivas e da análise das circunstâncias, requer-se que o juízo absolva o réu com base nos princípios constitucionais de presunção de inocência e dignidade da pessoa humana. Alternativamente, caso seja imposta condenação, a defesa requer a fixação de pena mínima e a aplicação de reparação proporcional aos danos, nos termos da legislação vigente.



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