Modelo de Resposta à Acusação em Caso de Violação de Domicílio com Base no Art. 150 do Código Penal e Pedido de Rejeição da Denúncia

Publicado em: 05/03/2025 Direito Penal Processo Penal
Documento de resposta à acusação apresentada por Sivonaldo Siqueira da Silva, no processo de violação de domicílio (art. 150, §1º, do Código Penal), ocorrido na Comarca de Catende/PE. Argumenta-se pela inexistência de dolo na conduta, destacando-se a ausência de intenção deliberada de violar a esfera de privacidade da vítima. Apresenta-se fundamentação jurídica com base nos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade da CF/88 (art. 5º, LIV e LV), jurisprudências pertinentes e solicita-se a rejeição da denúncia ou, subsidiariamente, a absolvição sumária do acusado.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de Catende/PE,

Processo nº: ___________

S. S. DA S., já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 396-A, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

Consta na denúncia que, no dia 30 de junho de 2024, por volta das 21h, no Bairro Nova Lage Grande, Distrito de Lage Grande, Catende/PE, o acusado teria adentrado, de forma clandestina, na residência de sua ex-companheira, POLIANA DA SILVA FERREIRA. A vítima, que manteve um relacionamento com o denunciado por aproximadamente dois anos, teria se ausentado de sua residência no momento do ocorrido. Segundo a denúncia, o acusado teria pulado o muro da residência e, ao ser avistado pela irmã da vítima, evadiu-se do local.

O denunciado foi enquadrado no art. 150, §1º, do Código Penal, que trata da violação de domicílio com agravante pela prática durante o período noturno.

Contudo, a narrativa apresentada pela acusação desconsidera elementos essenciais que demonstram a inexistência de dolo na conduta do acusado, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o art. 150, caput, do Código Penal, tipifica o crime de violação de domicílio como "entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências". O §1º do referido artigo agrava a pena quando a conduta ocorre durante o repouso noturno.

No entanto, para a configuração do delito, é imprescindível a presença do dolo, ou seja, a intenção deliberada de violar a esfera de privacidade da vítima. No caso em tela, o acusado não tinha a intenção de causar qualquer prejuízo ou violar a intimidade da vítima, mas sim atender a convites anteriores realizados pela própria ex-companheira, que frequentemente o chamava para ir à sua residência de forma discreta.

Ademais, o réu é primário, possui bons antecedentes e não apresenta histórico de condutas que demonstrem periculosidade ou intenção dolosa. A ausência de qualquer dano material ou moral à vítima reforça a inexistência de elementos que caracterizem a prática do crime imputado.

A interpretação do CP, art. 150, §1º"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação penal em que o acusado, S. S. da S., foi denunciado pela prática do crime de violação de domicílio, previsto no art. 150, §1º, do Código Penal, sob a acusação de ter adentrado, de forma clandestina, na residência de sua ex-companheira durante o período noturno.

Após a apresentação da denúncia, o acusado apresentou resposta à acusação, alegando ausência de dolo na conduta e requerendo a rejeição da denúncia ou, subsidiariamente, sua absolvição sumária.

Fundamentação

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 93, IX, estabelece que \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, cumpro o dever constitucional de fundamentar o presente voto.

Inicialmente, é importante destacar que o crime de violação de domicílio exige, para sua configuração, a presença do dolo, isto é, a intenção deliberada do agente em violar a esfera de privacidade da vítima. No caso em tela, conforme narrado na resposta à acusação, há alegações de que o acusado teria agido em razão de convites prévios realizados pela própria vítima, o que descaracterizaria a intenção dolosa.

Ademais, o acusado é réu primário, possui bons antecedentes e não apresenta histórico de condutas que demonstrem periculosidade ou intenção criminosa. É ainda relevante observar que, conforme os autos, não houve qualquer dano material ou moral à vítima, o que reforça a ausência de elementos que caracterizem a prática do crime imputado.

A interpretação do art. 150, §1º, do Código Penal deve ser realizada em conformidade com os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, previstos nos incisos LIV e LV do art. 5º da Constituição Federal. Não se pode admitir que condutas desprovidas de dolo sejam criminalizadas, sob pena de violação ao princípio da legalidade.

A jurisprudência também é clara no sentido de que, na ausência de elementos probatórios mínimos que demonstrem a presença de dolo, não há justa causa para o prosseguimento da ação penal. Nesse sentido, destaco:

  • PROCESSO PENAL. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS PROBATÓRIOS MÍNIMOS. A falta de elementos probatórios mínimos inviabiliza a deflagração da ação penal, sob pena de violação aos princípios constitucionais do devido processo legal e da ampla defesa. (TJSP - Apelação Criminal Acórdão/TJSP - Rel. Des. Leonardo Delfino - J. em 31/07/2023).

Dispositivo

Diante do exposto, com base no art. 395, III, do Código de Processo Penal, reconheço a ausência de dolo na conduta do acusado e, por consequência, JULGO IMPROCEDENTE a denúncia, rejeitando-a.

Determino, ainda, o arquivamento dos autos, com a devida comunicação ao Ministério Público.

É como voto.

Termos Finais

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Catende/PE, ___ de __________ de 2024.

____________________________
Magistrado(a)


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