Modelo de Resposta à Acusação em Caso de Violação de Domicílio com Base no Art. 150 do Código Penal e Pedido de Rejeição da Denúncia
Publicado em: 05/03/2025 Direito Penal Processo PenalRESPOSTA À ACUSAÇÃO
PREÂMBULO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de Catende/PE,
Processo nº: ___________
S. S. DA S., já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 396-A, apresentar sua RESPOSTA À ACUSAÇÃO, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DOS FATOS
Consta na denúncia que, no dia 30 de junho de 2024, por volta das 21h, no Bairro Nova Lage Grande, Distrito de Lage Grande, Catende/PE, o acusado teria adentrado, de forma clandestina, na residência de sua ex-companheira, POLIANA DA SILVA FERREIRA. A vítima, que manteve um relacionamento com o denunciado por aproximadamente dois anos, teria se ausentado de sua residência no momento do ocorrido. Segundo a denúncia, o acusado teria pulado o muro da residência e, ao ser avistado pela irmã da vítima, evadiu-se do local.
O denunciado foi enquadrado no art. 150, §1º, do Código Penal, que trata da violação de domicílio com agravante pela prática durante o período noturno.
Contudo, a narrativa apresentada pela acusação desconsidera elementos essenciais que demonstram a inexistência de dolo na conduta do acusado, conforme será demonstrado a seguir.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que o art. 150, caput, do Código Penal, tipifica o crime de violação de domicílio como "entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências". O §1º do referido artigo agrava a pena quando a conduta ocorre durante o repouso noturno.
No entanto, para a configuração do delito, é imprescindível a presença do dolo, ou seja, a intenção deliberada de violar a esfera de privacidade da vítima. No caso em tela, o acusado não tinha a intenção de causar qualquer prejuízo ou violar a intimidade da vítima, mas sim atender a convites anteriores realizados pela própria ex-companheira, que frequentemente o chamava para ir à sua residência de forma discreta.
Ademais, o réu é primário, possui bons antecedentes e não apresenta histórico de condutas que demonstrem periculosidade ou intenção dolosa. A ausência de qualquer dano material ou moral à vítima reforça a inexistência de elementos que caracterizem a prática do crime imputado.
A interpretação do CP, art. 150, §1º"'>...