Modelo de Resposta à Acusação em Processo Criminal por Receptação Dolosa de Veículo Supostamente Clonado

Publicado em: 08/10/2024 Direito Penal Processo Penal
Documento jurídico com Resposta à Acusação apresentada em processo criminal envolvendo a acusada M. F. de S. L., denunciada pela prática do crime de receptação dolosa (art. 180 do Código Penal). A defesa argumenta ausência de dolo por parte da acusada, com base em boa-fé na aquisição do veículo supostamente clonado, ausência de provas robustas e aplicação do princípio do in dubio pro reo. O pedido principal consiste na absolvição sumária, com fundamentação no art. 397, III, do Código de Processo Penal, ou, subsidiariamente, no reconhecimento da modalidade culposa, com aplicação do perdão judicial.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [CIDADE][UF]

Processo nº: [número do processo]

ACUSADA: M. F. de S. L.

2. QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO

M. F. de S. L., brasileira, solteira, comerciante, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, nesta cidade, endereço eletrônico: [e-mail da acusada], por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional situado na Rua [endereço completo do advogado], endereço eletrônico: [e-mail do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 396-A, apresentar a presente:

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

em face da denúncia oferecida pelo Ministério Público pela suposta prática do crime previsto no CP, art. 180, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

3. SÍNTESE DA DENÚNCIA

Consta da denúncia que a acusada, no dia [data], foi flagrada na posse de um veículo automotor supostamente clonado, marca/modelo [informar], cor [informar], placas [informar], o qual, segundo a autoridade policial, seria produto de crime anterior (roubo ou furto). A denúncia sustenta que a ré tinha conhecimento da origem ilícita do bem e, portanto, incorreu na prática do crime de receptação dolosa, nos termos do CP, art. 180.

4. PRELIMINARES

Não se vislumbra, neste momento, nulidade absoluta ou inépcia da denúncia que inviabilize o exercício da ampla defesa, razão pela qual a defesa opta por não arguir preliminares processuais, sem prejuízo de eventual manifestação futura, caso surjam elementos que as justifiquem.

5. DOS FATOS

A acusada adquiriu o veículo em questão de boa-fé, mediante negociação particular com terceiro identificado como [nome], tendo pago o valor de mercado e recebido documentação aparentemente regular. Em momento algum teve ciência ou sequer suspeita de que o automóvel pudesse ser produto de crime. A abordagem policial ocorreu de forma inesperada, e a acusada colaborou integralmente com as autoridades, apresentando os documentos que possuía e fornecendo os dados do vendedor.

Não há nos autos qualquer elemento que comprove que a acusada tinha conhecimento da origem ilícita do veículo, tampouco que tenha participado de qualquer esquema criminoso de clonagem ou receptação. A simples posse do bem, desacompanhada de outros indícios robustos, não é suficiente para configurar o dolo exigido pelo tipo penal.

6. DO DIREITO

O crime de receptação, previsto no CP, art. 180, exige, para sua configuração na modalidade dolosa, a comprovação de que o agente tinha ciência da origem criminosa do bem. Trata-se de elemento subjetivo essencial, cuja ausência descaracteriza a infração penal.

Nos termos do CPP, art. 386, VII, o réu deve ser absolvido quando não houver prova suficiente para a condenação. É o que ocorre no presente caso. A acusada não foi flagrada em situação que indique dolo, não apresentou comportamento suspeito, tampouco há provas de que tenha adulterado ou contribuído para a adulteração do veículo.

Ademais, o princípio do in dubio pro reo, corolário do devido processo legal e da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII), impõe que, na ausência de provas inequívocas da culpabilidade, deve prevalecer a absolvição.

Importa destacar que a jurisprudência pátria tem reiteradamente decidido que a simples posse de veículo clonado, desacompanhada de outros elementos que demonstrem o dolo, não é suficiente para a condenação por receptação dolosa. Em tais casos, a conduta pode, quando muito, ser enquadrada na modalidade culposa (CP, art. 180, §3º), desde que presentes os requis"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Claro! Abaixo está uma simulação de voto do magistrado, redigida com base no conteúdo do documento jurídico apresentado, estruturada em HTML conforme solicitado:

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de ação penal em face de M. F. de S. L., imputando-lhe o Ministério Público a prática do crime previsto no art. 180 do Código Penal, consistente na suposta receptação dolosa de veículo automotor clonado, cuja posse foi flagrada em data determinada.

A defesa apresentou resposta à acusação, alegando a ausência de dolo, sustentando que a acusada adquiriu o bem de boa-fé, mediante negociação particular, com documentação aparentemente regular, e sem qualquer indicativo de que soubesse da origem ilícita do automóvel.

II - Fundamentação

1. Da Preliminar

Não se vislumbra nulidade processual ou inépcia da denúncia que impeça o exercício da ampla defesa, razão pela qual passo à análise do mérito.

2. Do Mérito

A materialidade do delito está demonstrada nos autos por meio do boletim de ocorrência, laudo pericial do veículo clonado, bem como documentos que atestam a adulteração do automóvel apreendido em posse da ré.

Contudo, a controvérsia reside na presença do elemento subjetivo do tipo penal – o dolo. O crime de receptação dolosa (CP, art. 180, caput) exige que o agente tenha ciência inequívoca da origem criminosa do bem.

Nos autos, a acusada apresentou contrato informal de compra e venda do veículo, comprovantes de pagamento e documentos que aparentemente conferiam regularidade ao bem. Informou os dados do vendedor, colaborou com a investigação e não há nos autos qualquer prova direta ou indício robusto de que soubesse da procedência ilícita do automóvel.

A simples posse de bem furtado ou roubado, desacompanhada de outros elementos que indiquem conhecimento da origem criminosa, não é suficiente para configurar o dolo necessário à condenação por receptação dolosa. Assim tem decidido reiteradamente a jurisprudência pátria:

"Prova reunida nos autos que não conseguiu esclarecer quem dirigia o automóvel roubado no momento da abordagem. (...) Inexiste lastro probatório idôneo e específico sobre a vertente criminosa imputada ao acusado. (...) Provimento do recurso, a fim de absolver o réu da imputação do CP, art. 180, com fulcro no CPP, art. 386, VII."
TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ - Rel. Des. Carlos Eduardo Freire Roboredo
"Documentos juntados aos autos e depoimento do réu a bem demonstrar a boa-fé do acusado - Aplicação do brocardo ‘in dubio pro reo’ - Absolvição que se impõe."
TJSP - Apelação Criminal Acórdão/TJSP - Rel. Des. Cesar Augusto Andrade de Castro

A ausência de prova incontroversa acerca do dolo impõe a absolvição da acusada, nos termos do art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.

Ressalto que, mesmo a eventual configuração da receptação culposa (CP, art. 180, §3º) restaria prejudicada, uma vez que não há nos autos elementos suficientes para se concluir que a acusada agiu com negligência, imprudência ou imperícia ao adquirir o bem, tampouco se vislumbra a aplicação da modalidade culposa de forma automática, sem a devida comprovação dos requisitos legais.

A decisão encontra-se em conformidade com o art. 93, IX, da Constituição Federal, que estabelece o dever de motivação das decisões judiciais, e com os princípios constitucionais do devido processo legal, da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) e do in dubio pro reo.

III - Dispositivo

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal e ABSOLVO a acusada M. F. de S. L., com fundamento no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, por não existir prova suficiente para a condenação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV - Certificação

Esta decisão foi proferida em estrita observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, com fundamentação clara, coerente e suficiente para a solução da lide, respeitando os princípios do contraditório e ampla defesa.

[Cidade], [data].

Dr. [Nome do Magistrado]
Juiz de Direito

📌 Observações: - Os campos entre colchetes ([...]) devem ser preenchidos com os dados reais do processo ou fictícios conforme desejado para a simulação. - A estrutura foi organizada em seções típicas de um voto judicial: Relatório, Fundamentação, Dispositivo e Certificação. - O voto fundamenta-se nos dispositivos legais mencionados no processo, especialmente o art. 386, VII, do CPP, e no art. 93, IX, da CF/88. - A hermenêutica jurídica foi aplicada para considerar os princípios constitucionais e a insuficiência probatória. Se desejar uma versão com CSS ou formatação adicional, posso complementar!

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