?>

Suspensão da exigibilidade de crédito não tributário mediante seguro-garantia ou fiança bancária

Publicado em: 13/02/2025 Administrativo Tributário
Esta doutrina trata da possibilidade de suspensão da exigibilidade de créditos não tributários mediante a apresentação de seguro-garantia ou fiança bancária. O STJ analisou se esses instrumentos podem ser equiparados ao depósito judicial integral, assegurando ao devedor o direito de contestar a cobrança sem sofrer restrições administrativas.

O STJ, ao afetar o tema no rito dos recursos repetitivos, delimitou a seguinte tese: "Definir se a oferta de seguro-garantia ou de fiança bancária tem o condão de suspender a exigibilidade de crédito não tributário". O Tribunal reconheceu que a suspensão da exigibilidade exige análise cuidadosa, considerando que o simples oferecimento de seguro-garantia pode não garantir integralmente a satisfação do crédito, diferentemente do depósito judicial em dinheiro.

Súmulas:

Súmula 112/STJ: "O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro."

Legislação:

CF/88, art. 5º, XXXV: Garante o direito de acesso ao Judiciário para a defesa de direitos lesados ou ameaçados.

CPC/2015, art. 1.036 e art. 1.037: Regulamentam o rito dos recursos repetitivos e a possibilidade de suspensão de processos em todo o território nacional.

Lei 6.830/1980, art. 9º, II: Dispõe sobre a possibilidade de substituição da penhora por fiança bancária ou seguro-garantia em execuções fiscais.

CTN, art. 151, II: Prevê hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, incluindo a concessão de medida liminar ou tutela antecipada.


Informações complementares

1. Introdução

A Lei Maria da Penha ( Lei 11.340/2006) representa um marco no combate à violência doméstica contra a mulher, trazendo disposições específicas para garantir a proteção da vítima e a punição do agressor. Entre as vedações expressas no diploma legal, destaca-se a proibição da substituição da pena privativa de liberdade por prestação pecuniária, prevista na Lei 11.340/2006, art. 17 da Lei Maria da Penha. A norma visa coibir o efeito simbólico da punição, garantindo a devida responsabilização do agressor.

2. Lei Maria da Penha, vedação de pena pecuniária, interpretação da norma penal, violência doméstica

A interpretação da norma penal é crucial para assegurar a efetividade da Lei Maria da Penha e impedir que a punição de agressores se restrinja ao pagamento de penas pecuniárias. A Lei 11.340/2006, art. 17 da Lei Maria da Penha estabelece que não será aplicada substituição da pena privativa de liberdade por multa ou prestação pecuniária, reforçando a necessidade de sanções mais severas para os crimes de violência doméstica.

O entendimento do STJ reafirma que essa vedação deve ser interpretada amplamente, alcançando também situações em que a multa seja prevista como pena autônoma, impedindo sua aplicação isolada nos crimes praticados no contexto da violência doméstica. Dessa forma, busca-se impedir que agressores escapem de sanções efetivas, comprometendo os objetivos da lei.

Legislação:

Lei 11.340/2006, art. 17: Veda a aplicação isolada da pena de multa e a substituição da pena privativa de liberdade por prestação pecuniária nos crimes de violência doméstica.

CCB/2002, art. 186: Prevê que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

CF/88, art. 226, § 8º: Determina que o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

Pena de multa Lei Maria da Penha

Violência doméstica STJ

Pena pecuniária Lei Penal

3. Considerações Finais

A Lei Maria da Penha reforça a proteção da mulher ao estabelecer medidas que impedem a impunidade dos agressores. A vedação à aplicação isolada da pena pecuniária se justifica pelo entendimento de que a punição meramente financeira não é suficiente para coibir novos atos de violência doméstica. O STJ, ao consolidar esse entendimento, assegura que as sanções tenham efetivo impacto, garantindo que os crimes praticados nesse contexto sejam punidos com rigor e proporcionalidade.

 


Outras doutrinas semelhantes


Suspensão de créditos não tributários por seguro-garantia ou fiança bancária no CPC/2015

Suspensão de créditos não tributários por seguro-garantia ou fiança bancária no CPC/2015

Publicado em: 23/01/2025 Administrativo Tributário

Análise sobre a possibilidade de suspender a exigibilidade de créditos não tributários pela oferta de seguro-garantia ou fiança bancária, discutindo os limites previstos no CPC/2015 e na legislação administrativa aplicável.

Acessar

Suspensão de crédito não tributário por seguro-garantia no CPC/2015

Suspensão de crédito não tributário por seguro-garantia no CPC/2015

Publicado em: 23/01/2025 Administrativo Tributário

Discute a possibilidade de suspender a exigibilidade de créditos não tributários por meio da oferta de seguro-garantia ou fiança bancária, à luz do CPC/2015 e das normas aplicáveis ao direito administrativo e tributário.

Acessar

A Oferta de Seguro Garantia como Instrumento de Suspensão de Protestos e Inscrições no CADIN

A Oferta de Seguro Garantia como Instrumento de Suspensão de Protestos e Inscrições no CADIN

Publicado em: 13/11/2024 Administrativo Tributário

Análise da viabilidade de o seguro garantia impedir protestos de Certidão de Dívida Ativa (CDA) e inscrições no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN), sem suspender a exigibilidade do crédito tributário.

Acessar