Modelo de Ação de Concessão de Pensão por Morte com Base na Lei 3.765/1960 e Proteção ao Direito Adquirido

Publicado em: 28/06/2024 Direito Previdenciário
Petição inicial apresentada à Vara Federal, por meio da qual a esposa de militar excluído requer a concessão de pensão por morte. Fundamenta-se na legislação previdenciária militar (Lei 3.765/1960) e no direito adquirido, considerando que a exclusão ocorreu em 1983, antes do marco temporal fixado pela Lei 10.486/2002. A peça argumenta sobre a aplicação da figura do "morto ficto", a vulnerabilidade econômica da autora, e apresenta jurisprudências favoráveis que reforçam a tese. Além disso, o pedido inclui o pagamento de parcelas retroativas com juros e correção monetária, bem como a gratuidade de justiça devido à hipossuficiência econômica.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE [LOCALIDADE]

[Localidade], [data completa]

PREÂMBULO

[Nome completo da esposa do requerente], brasileira, casada, [profissão], portadora do RG nº [número] e inscrita no CPF sob o nº [número], residente e domiciliada à [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], vem, por meio de seu advogado, com endereço profissional à [endereço do advogado], com fundamento no art. 319 do CPC/2015 e na Lei 3.765/1960, propor a presente

AÇÃO DE CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE

em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público, representada pela Advocacia-Geral da União, com endereço na [endereço completo], pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

DOS FATOS

O requerente, [nome completo do militar], foi excluído do serviço militar em [ano de 1983], conforme consta nos registros administrativos. À época, a exclusão foi realizada sem qualquer menção à perda de direitos previdenciários, sendo que a figura do "morto ficto" já era prevista pela Lei 3.765/1960, em seu art. 20, para regulamentar as pensões militares.

Posteriormente, a Súmula 169 do Tribunal de Contas da União (TCU) equiparou o militar excluído ao militar expulso, o que gerou controvérsias quanto ao direito à pensão por morte. Contudo, a Medida Provisória nº 56, de 08/07/2002, convertida na Lei 10.486/2002, estabeleceu que até 29/12/2000 seria possível a concessão de pensão mesmo que o "morto ficto" estivesse vivo. Após essa data, a concessão da pensão passou a depender da comprovação do óbito real.

Considerando que a exclusão do requerente ocorreu em 1983, ou seja, antes de 29/12/2000, e que sua esposa, ora autora, encontra-se em situação de vulnerabilidade econômica, é imperioso o reconhecimento do direito à pensão por morte com base na legislação vigente à época da exclusão.

DO DIREITO

A Lei 3.765/1960, em seu art. 20, prevê a figura do "morto ficto" para fins de concessão de pensão militar, garantindo proteção social aos dependentes de militares excluídos ou expulsos. A Súmula 169 do TCU equiparou o excluído ao expulso, reforçando a aplicabilidade do dispositivo legal.

A Medida Provisória nº 56/2002 e a Lei 10.486/2002 estabeleceram que o direito à pensão por morte seria garantido até 29/12/2000, mesmo que o "morto ficto" estivesse vivo. No caso em tela, a exclusão do requerente ocorreu em 1983, ou seja, muito antes"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação proposta por [Nome completo da esposa do requerente] em face da União Federal, objetivando o reconhecimento do direito à pensão por morte, com base na legislação vigente à época da exclusão de seu cônjuge, ocorrida em 1983, nos termos da Lei 3.765/1960. A autora alega que, devido à sua situação de vulnerabilidade econômica, faz jus ao benefício.

Em sua peça inicial, a autora fundamenta o pedido nas garantias constitucionais do direito adquirido (CF/88, art. 5º, XXXVI) e nos dispositivos legais que reconhecem a figura do "morto ficto", bem como na interpretação favorável ao segurado prevista na jurisprudência pátria.

Voto do Magistrado

Da análise dos fatos e do direito

Após detida análise dos autos, verifico que o requerimento da autora encontra respaldo tanto no plano fático quanto no plano jurídico. A Lei 3.765/1960, vigente à época da exclusão do requerente do serviço militar, prevê a figura do "morto ficto" como instituto jurídico que protege os dependentes de militares excluídos ou expulsos, garantindo-lhes o direito à pensão por morte.

Ademais, a Medida Provisória nº 56/2002, convertida na Lei 10.486/2002, fixou marco temporal para o direito à pensão por morte até 29/12/2000, mesmo na hipótese de o "morto ficto" estar vivo. Considerando que a exclusão do requerente ocorreu em 1983, é evidente que o direito da autora estava consolidado anteriormente ao referido marco. Assim, aplica-se o princípio do tempus regit actum, respeitando-se a legislação vigente à época dos fatos.

Quanto às garantias constitucionais, o art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal de 1988, assegura a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Sendo assim, a autora possui o direito adquirido à pensão por morte nos termos da Lei 3.765/1960.

Da jurisprudência

Corroborando o entendimento acima, cito os seguintes precedentes:

  • TJRJ (Quarta Câmara de Direito Público) - Apelação Acórdão/TJRJ - RJ: "A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado (‘tempus regit actum’)."
  • TJSP (13ª Câmara de Direito Público) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - São Paulo: "O valor da pensão deve ser de 100% do vencimento ou provento e de acordo com os limites da redação primitiva do art. 40, § 5º (ou atual § 7º), da CF/88."

Conclusão

À luz dos fatos e do direito, concluo que o pedido da autora é procedente. O direito à pensão por morte deve ser reconhecido com base na legislação vigente à época da exclusão do requerente, em 1983, nos termos da Lei 3.765/1960. A União Federal deve ser condenada ao pagamento das parcelas retroativas, respeitada a prescrição quinquenal, acrescidas de juros e correção monetária, conforme os índices legais aplicáveis.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente o pedido inicial para:

  1. Reconhecer o direito da autora à pensão por morte, com base na legislação vigente à época da exclusão do requerente;
  2. Condenar a União Federal ao pagamento das parcelas retroativas, respeitada a prescrição quinquenal, acrescidas de juros moratórios e correção monetária;
  3. Conceder os benefícios da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do CPC/2015;
  4. Condenar a União ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em [percentual] sobre o valor da condenação, conforme critérios do art. 85, § 2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Localidade], [data completa]

[Nome do Magistrado]

Juiz(a) de Direito


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