Modelo de Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais - Colação de Grau Indeferida

Publicado em: 02/09/2024 CivelProcesso CivilConstitucional
Modelo de petição inicial para ação de obrigação de fazer combinada com pedido de indenização por danos morais. O caso trata de um aluno que teve sua colação de grau indeferida por uma faculdade, sob a justificativa de status de desistente no histórico escolar, embora o aluno tenha realizado transferência devidamente formalizada.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA [VARA] DA COMARCA DE [CIDADE]

[NOME DO AUTOR], nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº [número do RG], inscrito no CPF/MF sob o nº [número do CPF], residente e domiciliado na [endereço completo], por seu advogado infra-assinado, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de [NOME DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº [número do CNPJ], com sede na [endereço completo], pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

I. DOS FATOS

O Autor é aluno regularmente matriculado no curso de [nome do curso] da Ré. Durante o período acadêmico, por motivos de ordem pessoal, o Autor optou por transferir-se para outra instituição de ensino e, após concluir parte de seus estudos na nova instituição, decidiu retornar à Ré, sendo que o procedimento de transferência foi devidamente aprovado e formalizado, conforme documentos anexos.

Entretanto, ao final do curso e após aprovação em todas as disciplinas, o Autor foi surpreendido com a negativa da Ré em realizar a colação de grau. A justificativa apresentada pela Ré para o indeferimento da colação foi a suposta constatação de "status de desistente" no histórico escolar do Autor, o que se mostra equivocadamente registrado, uma vez que a transferência foi regular e devidamente formalizada.

Essa situação trouxe sérios prejuízos ao Autor, que, além de ver frustrado o direito à colação de grau, foi impossibilitado de participar de concursos públicos e de obter emprego na área para a qual se qualificou, acarretando-lhe angústia e sofrimento, situação que configura dano moral.

II. DO DIREITO

O direito à educação e à conclusão do curso é garantido constitucionalmente pelo CF/88, art. 205, que preconiza a educação como direito de todos e dever do Estado e da família, sendo promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa.

No âmbito infraconstitucional, o CCB/2002, art. 186 estabelece que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, o que enseja o dever de indenizar.

III. DA OBRIGAÇÃO DE FAZER

A conduta da Ré ao indeferir a colação de grau do Autor configura descumprimento de obrigação, devendo ser compelida j"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

Este modelo aborda a questão da negativa de colação de grau por uma faculdade, que indeferiu o pedido do aluno com base em erro no status acadêmico registrado. O aluno busca judicialmente a correção desse erro e a reparação dos danos morais sofridos, baseando sua argumentação em princípios constitucionais e civis.

Considerações Finais

A defesa do direito à educação e à conclusão do curso é fundamental, e a presente ação busca não apenas a correção de um erro administrativo, mas também a reparação do sofrimento causado pela negativa injusta.

 

 

TÍTULO:
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COMBINADA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS


Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgue algum tema, o STJ segue esse entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ; assim, o consulente pode encontrar um precedente específico. Não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente resultar em uma decisão favorável. Jamais deve ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II: ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’.
  • Pense nisso: Um pouco de hermenêutica. Obviamente, a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Se um tribunal ou magistrado não justificar sua decisão com a devida fundamentação – ou seja, em lei ou na CF/88, art. 93, X –, a lei deve ser aferida em face da Constituição para avaliar-se a sua constitucionalidade. Vale lembrar que a Constituição não pode se negar a si própria. Esta regra se aplica à esfera administrativa. Uma decisão ou ato normativo sem fundamentação orbita na esfera da inexistência. Esta diretriz se aplica a toda a administração pública.

 

1. Introdução

Este modelo de petição inicial trata de uma ação de obrigação de fazer combinada com pedido de indenização por danos morais, em que o autor, um aluno de uma instituição de ensino superior, teve sua colação de grau indeferida sob a justificativa de que seu status no histórico escolar era de "desistente". O aluno, no entanto, formalizou uma transferência, a qual foi corretamente processada, sendo indevida a negativa de sua colação de grau.

 


 

Legislação:

CF/88, art. 205 – A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, promovida e incentivada com a colaboração da sociedade.

CF/88, art. 5º, V e X – Direitos à indenização por dano material e moral.

Lei 9.870/1999, art. 6º – Regula a relação entre instituições de ensino e estudantes, destacando a proteção dos direitos educacionais dos alunos.

Jurisprudência:

Colação de Grau Indeferida
Ação Contra Faculdade

 


 

2. Alcance e Limites da Atuação de Cada Parte

No caso em questão, a instituição de ensino tem a obrigação de promover a colação de grau dos alunos que cumpriram todas as exigências acadêmicas. O aluno, por sua vez, tem o direito de exigir o cumprimento dessa obrigação. A negativa da instituição em permitir a colação de grau, quando o aluno formalizou sua transferência, representa um claro abuso de direito, sendo passível de reparação tanto pela obrigação de fazer quanto pelo dano moral causado ao estudante.

 


 

Legislação:

CCB/2002, art. 187 – Abuso de direito.

Lei 9.870/1999, art. 6º – Regula as obrigações das instituições de ensino em relação aos alunos.

Jurisprudência:

Obrigação de Fazer Contra Instituição de Ensino
Abuso de Direito na Educação

 


 

3. Argumentações Jurídicas Possíveis

A defesa do autor pode argumentar que o indeferimento da colação de grau configura uma violação ao direito à educação garantido pela CF/88. A legislação educacional e os princípios que regem as relações de consumo entre aluno e instituição de ensino respaldam a pretensão do aluno. Além disso, o dano moral decorre do prejuízo psicológico e emocional causado pela injusta negativa da colação de grau, essencial para o exercício profissional do autor.

 


 

Legislação:

CF/88, art. 205 – Direito à educação.

CDC, art. 6º – Direito básico do consumidor à educação e à proteção contra práticas abusivas.

Jurisprudência:

Dano Moral na Educação
Direito à Educação - Negativa de Colação

 


 

4. Natureza Jurídica dos Institutos

A ação de obrigação de fazer busca compelir a instituição de ensino a realizar um ato que é seu dever legal: promover a colação de grau de alunos que cumpriram os requisitos acadêmicos. A indenização por danos morais, por sua vez, visa reparar o sofrimento psicológico e o dano à dignidade causado ao aluno pela negativa injusta da colação.

 


 

Legislação:

CC, art. 927 – Obrigação de reparar dano.

CF/88, art. 5º, V e X – Garantia à indenização por danos morais.

Jurisprudência:

Obrigação de Fazer e Dano Moral - Instituição
Reparação de Dano Moral - Negativa de Colação

 


 

5. Prazo Prescricional e Decadencial

O prazo prescricional para o pedido de reparação por danos morais é de três anos, conforme o CCB/2002, art. 206, § 3º, V, do Código Civil. Já a obrigação de fazer, em casos educacionais, não está sujeita à prescrição enquanto o direito à educação for reivindicado em tempo razoável.

 


 

Legislação:

CC, art. 206, § 3º, V – Prescrição de três anos para reparação civil.

CDC, art. 27 – Prescrição de cinco anos para reparação de danos causados por defeito no serviço.

Jurisprudência:

Prazo Prescricional - Dano Moral na Educação
Prescrição na Obrigação de Fazer - Educação

 


 

6. Prazos Processuais

Os prazos processuais em ações dessa natureza seguem as disposições do CPC/2015. A contestação deve ser apresentada no prazo de 15 dias úteis, contados da data da citação da parte ré, e a réplica deve ser protocolada em igual prazo após a apresentação da contestação.

 


 

Legislação:

CPC/2015, art. 335 – Prazo para contestação.

CPC/2015, art. 351 – Prazo para réplica.

Jurisprudência:

Prazos Processuais em Ações Educacionais
Prazo para Contestar Ação de Educação

 


 

7. Provas e Documentos

Os principais documentos a serem anexados ao pedido incluem o histórico escolar do aluno, o comprovante de transferência formalizada, a negativa da instituição em promover a colação de grau, e qualquer correspondência oficial trocada entre as partes. Além disso, testemunhas que possam atestar os prejuízos morais e acadêmicos sofridos pelo aluno podem ser arroladas.

 


 

Legislação:

CPC/2015, art. 319, VI – Documentos indispensáveis à propositura da ação.

CPP, art. 369 – Provas no processo judicial.

Jurisprudência:

Provas em Ações Educacionais
Documentos de Transferência e Educação

 


 

8. Defesas Possíveis

A defesa da instituição de ensino poderá argumentar que o indeferimento da colação de grau se deu por questões burocráticas justificáveis, alegando, por exemplo, a falta de algum documento necessário à formalização do pedido de colação. Também pode alegar que a negativa foi baseada em regulamentações internas, as quais o aluno deveria ter observado.

 


 

Legislação:

CPC/2015, art. 337 – Defesas preliminares.

CF/88, art. 205 – Direito à educação e a obrigatoriedade de respeito às normas institucionais.

Jurisprudência:

Defesas Contra Ação de Fazer - Educação
Defesas de Faculdade em Colação de Grau

 


 

9. Legitimidade Ativa e Passiva

A legitimidade ativa pertence ao aluno prejudicado pela negativa de colação de grau, enquanto a legitimidade passiva pertence à instituição de ensino superior que negou o direito do estudante. O Ministério Público pode intervir como fiscal da ordem jurídica, especialmente se houver envolvimento de direitos difusos ou coletivos.

 


 

Legislação:

CPC/2015, art. 18 – Legitimidade das partes.

CF/88, art. 129, III – Função do Ministério Público na defesa dos direitos constitucionais.

Jurisprudência:

Legitimidade Ativa em Ações Educacionais
Legitimidade Passiva em Ações Educacionais

 


 

10. Valor da Causa

O valor da causa deve incluir a estimativa do prejuízo moral sofrido pelo autor, além dos valores relativos à obrigação de fazer (realização da colação de grau). O valor deve ser razoável e proporcional ao dano moral experimentado.

 


 

Legislação:

CPC/2015, art. 291 – Definição do valor da causa.

CC, art. 944 – Indenização por dano moral deve ser proporcional ao dano sofrido.

Jurisprudência:

Valor da Causa - Dano Moral na Educação
Valor da Causa - Obrigação de Fazer na Educação

 


 

11. Considerações Finais

Esta petição inicial visa garantir o direito à educação do autor, compelindo a instituição de ensino a promover a colação de grau e reparando os danos morais causados pela negativa indevida. A ação tem fundamento na CF/88, no CDC e no Código Civil, sendo crucial para resguardar os direitos do autor e assegurar sua formação acadêmica.

 


 

 


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