Modelo de Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável com Partilha de Bens

Publicado em: 24/02/2025 CivelProcesso Civil Familia
Petição inicial voltada ao reconhecimento e dissolução de união estável entre as partes, com pedido de partilha igualitária dos bens adquiridos onerosamente durante o período de convivência. Fundamentada nos artigos 1.723 e 1.725 do Código Civil de 2002, bem como no artigo 226, §3º, da Constituição Federal de 1988, a ação visa resguardar os direitos patrimoniais da parte autora. Inclui pedidos de produção de provas, designação de audiência de conciliação/mediação e condenação do réu ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de _____________.

A. J. dos S., brasileira, solteira, profissão ____________, portadora do RG nº __________ e inscrita no CPF/MF sob o nº __________, residente e domiciliada na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS

em face de C. E. da S., brasileiro, solteiro, profissão ____________, portador do RG nº __________ e inscrito no CPF/MF sob o nº __________, residente e domiciliado na Rua ____________, nº ___, Bairro ____________, Cidade ____________, Estado ____________, endereço eletrônico ____________, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

A Autora e o Réu iniciaram um relacionamento amoroso em ___/___/____, que se consolidou como uma união estável, caracterizada pela convivência pública, contínua e duradoura, com objetivo de constituição de família, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.723.

Durante o período de convivência, que perdurou até ___/___/____, o casal adquiriu diversos bens móveis e imóveis, os quais foram fruto do esforço comum. Contudo, diante do término da relação, restou inviável a continuidade da convivência, sendo necessária a dissolução da união estável e a partilha dos bens adquiridos durante o período de convivência.

A Autora buscou resolver a questão de forma amigável, mas não obteve êxito, razão pela qual se vê obrigada a recorrer ao Poder Judiciário para assegurar seus direitos.

DO DIREITO

A união estável é reconhecida como entidade familiar pela Constituição Federal de 1988, nos termos do CF/88, art. 226, §3º, sendo regulamentada pelo CCB/2002, art. 1.723. Trata-se de uma relação caracterizada pela convivência pública, contínua e duradoura, com objetivo de constituição de família.

No que tange à partilha de bens, o regime aplicável à união estável, salvo disposição em contrário, é o da comunhão parcial de bens, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.725. Assim, todos os bens adquiridos onerosamente durante a convivência devem ser partilhados entre as partes.

Ademais, o CPC/2015, art. 319, exige que a petição inicial contenha a expo"'>...

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RELATÓRIO

Trata-se de Ação de Reconhecimento e Dissolução de União Estável C/C Partilha de Bens, proposta por A. J. dos S. em face de C. E. da S., visando ao reconhecimento da união estável entre as partes, sua dissolução e a partilha dos bens adquiridos na constância da relação.

A autora narra que conviveu com o réu em união estável desde ___/___/____, e que a relação se encerrou em ___/___/____. Afirma que, durante a convivência, foram adquiridos bens móveis e imóveis que devem ser partilhados em razão do esforço comum. Diante da impossibilidade de resolução amigável, busca a inclusão de tais bens no regime de comunhão parcial, conforme previsto no Código Civil.

A parte ré, devidamente citada, apresentou contestação alegando inexistência de união estável e questionando a partilha de determinados bens, apontando que alguns foram adquiridos após o término da convivência.

FUNDAMENTAÇÃO

1. Da União Estável

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, §3º, reconhece a união estável como entidade familiar, que deve ser facilitada pela lei para sua conversão em casamento. No mesmo sentido, o Código Civil, em seu artigo 1.723, define a união estável como a convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituição de família.

Nos autos, restou devidamente comprovada a relação entre as partes mediante documentos e testemunhos que atestam a convivência pública e contínua, caracterizando a configuração da união estável no período de ___/___/____ a ___/___/____.

2. Da Partilha de Bens

O artigo 1.725 do Código Civil estabelece que, na ausência de contrato escrito entre as partes, aplica-se à união estável o regime da comunhão parcial de bens. Dessa forma, todos os bens adquiridos onerosamente durante a convivência devem ser partilhados de forma igualitária.

No caso em análise, os bens listados pela autora, adquiridos durante o período de convivência (___/___/____ a ___/___/____), são frutos do esforço comum e devem ser partilhados entre as partes. Quanto aos bens adquiridos após o término da relação, conforme jurisprudência consolidada, não se aplicam ao regime de comunhão parcial, devendo ser excluídos da partilha.

3. Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência tem reconhecido a necessidade de incluir, no julgamento de mérito, a definição sobre a partilha de bens adquiridos durante a união estável, evitando a remessa para fase de liquidação. Nesse sentido:

TJSP (6ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível / Reconhecimento / Dissolução Acórdão/TJSP - Lins: \"Sentença de parcial procedência, que reconheceu a existência da união estável entre as partes, e determinou a partilha dos bens adquiridos na constância da união [...]\".
TJSP (6ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível / Reconhecimento / Dissolução Acórdão/TJSP - São José dos Campos: \"Sentença de parcial procedência para declarar a existência de união estável entre as partes e determinar a partilha de bens e dívidas [...]\".

DISPOSITIVO

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido da autora para:

  1. Reconhecer a existência de união estável entre as partes no período de ___/___/____ a ___/___/____;
  2. Declarar a dissolução da união estável;
  3. Determinar a partilha igualitária dos bens adquiridos onerosamente durante a convivência;
  4. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor atualizado da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, §2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Assim voto.

TERMO DE ENCERRAMENTO

Local e Data.

___________________________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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