Modelo de Ação de Reintegração de Posse com Pedido de Tutela Antecipada em Imóvel Rural por Herdeiros Legítimos contra Ocupante Indevida

Publicado em: 07/04/2025 CivelProcesso Civil Sucessão
Ação proposta por herdeiros legítimos buscando reintegração de posse de imóvel rural produtivo em Sidrolândia/MS, adquirido pelo genitor falecido. A requerida, viúva sem direito real de habitação, continua na posse do imóvel, configurando esbulho possessório. Fundamentação jurídica baseada no CPC/2015, art. 560 e seguintes, CCB/2002, art. 1.784 e CCB/2002, art. 1.829, I, com pedido de tutela antecipada e confirmação da reintegração de posse.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE SIDROLÂNDIA – MS

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA


PREÂMBULO

C. O. dos S., M. O. dos S. e A. O. dos S., brasileiros, solteiros, agricultores, filhos de G. I. dos S., todos residentes e domiciliados na zona rural de Sidrolândia/MS, portadores dos documentos de identidade e CPF constantes nos documentos anexos, com endereço eletrônico constante da procuração anexa, por seu advogado infra-assinado, com procuração anexa (CPC/2015, art. 105), com escritório profissional situado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Sidrolândia/MS, endereço eletrônico: advogado@exemplo.com, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE

com fundamento no CPC/2015, art. 560 e seguintes, em face de M. A. P. de L., brasileira, viúva, residente no imóvel rural objeto da lide, com endereço na Fazenda Boa Esperança, Zona Rural, Sidrolândia/MS, endereço eletrônico desconhecido, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.


DOS FATOS

O genitor dos autores, G. I. dos S., adquiriu, em 2013, um imóvel rural vinculado ao INCRA, denominado Fazenda Boa Esperança, localizado no município de Sidrolândia/MS, com função produtiva, conforme documentação anexa.

Em 2018, G. I. dos S. contraiu matrimônio com a requerida M. A. P. de L., sob o regime da separação obrigatória de bens, conforme certidão de casamento anexa, nos termos do CCB/2002, art. 1.641, II.

Ocorre que, após o falecimento de G. I. dos S. em 2024, a requerida permaneceu no imóvel rural, impedindo o acesso dos herdeiros ao bem que integra o espólio do falecido. Para tanto, ajuizou medida protetiva com alegações infundadas de ameaça, obtendo liminar que afastou os autores da posse do imóvel.

Importante destacar que o imóvel em questão não se trata de bem de moradia familiar, mas sim de propriedade rural produtiva, vinculada ao INCRA, cuja posse e exploração pertenciam exclusivamente ao falecido, não havendo qualquer direito real de habitação em favor da requerida.

Os autores sempre trataram a requerida com respeito e carinho, inclusive oferecendo-lhe proposta de permanência no imóvel com recebimento de bens móveis e valores, por consideração pessoal. Contudo, a requerida optou por acionar judicialmente os enteados, utilizando-se indevidamente da via protetiva para garantir posse exclusiva do bem, em flagrante abuso de direito.


DO DIREITO

Nos termos do CPC/2015, art. 561, para a concessão da reintegração de posse, exige-se a demonstração da posse anterior, do esbulho praticado, da data do esbulho e da perda da posse.

Os autores, na qualidade de herdeiros legítimos (CCB/2002, art. 1.829, I), detinham a posse indireta do imóvel rural, exercida por seu pai, G. I. dos S.. Com o falecimento deste, a posse foi transmitida aos herdeiros, nos termos do CCB/2002, art. 1.784, que dispõe: “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.”

A conduta da requerida, ao ajuizar medida protetiva com o único intuito de afastar os herdeiros da posse do imóvel, configura esbulho possessório, pois passou a exercer posse exclusiva e injusta, em detrimento dos demais sucessores, sem qualquer respaldo legal.

Ademais, a requerida não possui direito real de habitação sobre o imóvel, conforme entendimento consolidado de q"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto


Voto do Magistrado

Trata-se de Ação de Reintegração de Posse, com pedido de tutela antecipada, proposta pelos autores C. O. dos S., M. O. dos S. e A. O. dos S., em face da requerida M. A. P. de L., em razão de suposto esbulho possessório ocorrido após o falecimento do genitor dos autores, G. I. dos S..

Análise Hermenêutica

Inicialmente, cumpre destacar que, nos termos da CF/88, art. 93, IX, as decisões judiciais devem ser devidamente fundamentadas, analisando-se os fatos e o direito aplicável ao caso concreto.

De acordo com o disposto no CPC/2015, art. 561, para o deferimento de ações possessórias, é necessário que o autor comprove os seguintes requisitos:

  • A posse anterior do bem;
  • O esbulho praticado pelo réu;
  • A data do esbulho;
  • A perda da posse.

Dos Fatos

Os autores demonstraram, por meio de documentação anexa, que o imóvel rural denominado Fazenda Boa Esperança foi adquirido pelo genitor deles, G. I. dos S., em 2013. Com o falecimento deste em 2024, a posse foi transmitida aos herdeiros legítimos, conforme prevê o CCB/2002, art. 1.784.

A requerida, ao permanecer no imóvel e ajuizar medida protetiva para afastar os herdeiros, configura esbulho possessório, pois passou a exercer posse exclusiva e injusta, sem qualquer respaldo legal, sendo o imóvel vinculado ao INCRA e destinado à exploração rural produtiva.

Do Direito

Conforme o CCB/2002, art. 1.641, II, o regime de separação obrigatória de bens impede a comunicação patrimonial entre cônjuges quando o matrimônio é celebrado por pessoa maior de 70 anos, como no caso dos autos. Ademais, o direito real de habitação previsto no CCB/2002, art. 1.831 não se aplica a imóveis de uso produtivo, mas apenas à residência familiar.

Portanto, a conduta da requerida caracteriza abuso de direito, nos termos do CCB/2002, art. 187, devendo ser rechaçada para preservar os direitos dos herdeiros à posse do imóvel.

Jurisprudência

O entendimento jurisprudencial majoritário reforça a necessidade de preenchimento dos requisitos do CPC/2015, art. 561 para a reintegração de posse, conforme ilustram os seguintes precedentes:

POSSE - COMODATO VERBAL - ESBULHO
“Autores que lograram provar sua posse, bem como o esbulho praticado pelos réus [...]”
Apelação Cível – TJSP – 24ª Câmara de Direito Privado – J. em 03/10/2024.

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE – PRELIMINARES AFASTADAS
“Pretensão dos autores de serem reintegrados na posse do imóvel que alegam ter sido esbulhado pelos réus [...]”
Apelação Cível – TJSP – 24ª Câmara de Direito Privado – J. em 03/10/2024.

Decisão

Ante o exposto, com fundamento no CPC/2015, art. 561 e na CF/88, art. 93, IX, julgo procedente a presente ação para:

  1. Determinar a imediata reintegração dos autores na posse do imóvel rural denominado Fazenda Boa Esperança, com expedição de mandado de reintegração;
  2. Condenar a requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  3. Reconhecer o esbulho possessório praticado pela requerida, com a confirmação da tutela antecipada.

Por fim, deixo de acolher qualquer outro pleito que não esteja devidamente fundamentado nos autos.

É como voto.


Sidrolândia/MS, ___ de ____________ de 2025.

Magistrado


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