Modelo de Ação de Repetição de Indébito Proposta por Herdeira Contra Bradesco Saúde S.A. para Devolução de Valores Pagos Indevidamente Após Falecimento do Titular

Publicado em: 26/11/2024 Civel
Petição inicial de Ação de Repetição de Indébito, apresentada por M. E. G. em face de Bradesco Saúde S.A., visando à devolução de valores pagos indevidamente referentes às mensalidades de plano de saúde após o falecimento da titular, Sra. Z. A. G.. Fundamenta-se na extinção do contrato personalíssimo com o óbito do segurado, no enriquecimento sem causa (art. 884 do CCB/2002) e na abusividade da exigência de comprovação de inventariante para cancelamento. Inclui jurisprudências favoráveis e pleito pela restituição dos valores com correção monetária e encargos legais.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

M. E. G., brasileira, estado civil __________, profissão __________, portadora do CPF __________, residente e domiciliada na __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, com endereço profissional na __________, endereço eletrônico __________, propor a presente

AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face de BRADESCO SAÚDE S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 92.693.118/0001-80, com sede na __________, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor.

PREÂMBULO

A presente demanda tem como objetivo a devolução dos valores pagos indevidamente pela autora à requerida, referentes às mensalidades do plano de saúde contratado sob a Apólice nº 101594, após o falecimento da titular do plano, Sra. Z. A. G., ocorrido em 04 de dezembro de 2023.

DOS FATOS

A empresa ré celebrou contrato de seguro saúde com a Sra. Z. A. G., com vigência de 23/04/1991 a 22/06/2024. O plano de saúde garantia cobertura exclusiva à titular. Contudo, a Sra. Z. A. G. veio a falecer em 04/12/2023, conforme Certidão de Óbito nº 161802 01 55 2023 4 00039 104 00077922 13.

Após o falecimento, a autora, na qualidade de herdeira e inventariante, comunicou o óbito à ré e solicitou o cancelamento do plano de saúde. Entretanto, a requerida informou que o cancelamento somente poderia ser solicitado após a nomeação oficial da autora como inventariante.

O processo de inventário enfrentou atrasos devido à necessidade de citação de herdeiros residentes fora da comarca, culminando na expedição e assinatura do Termo de Compromisso de Inventariante somente meses depois. Durante esse período, as mensalidades do plano de saúde continuaram a ser cobradas e pagas, mesmo após o falecimento da titular.

DO DIREITO

A cobrança de mensalidades após o falecimento da titular do plano de saúde configura enriquecimento sem causa por parte da ré, vedado pelo CCB/2002, art. 884. O contrato de seguro saúde, sendo personalíssimo, extingue-se com o falecimento do segurado, não havendo justificativa para a manutenção das cobranças.

Ademais, a exigência de comprovação formal da condição de inventariante para o cancelamento do plano é abusiva, contrariando o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Vistos, etc.

Trata-se de ação de repetição de indébito proposta por Maria Elisa Graeff em face de Bradesco Saúde S.A., alegando a cobrança indevida de mensalidades do plano de saúde após o falecimento da titular, Sra. Zely Annoni Graeff, ocorrido em 04/12/2023. A parte autora busca a devolução dos valores pagos indevidamente, com fundamento no princípio do enriquecimento sem causa (art. 884 do Código Civil).

A ré, em defesa, alegou que a cobrança se deu em razão da ausência de comprovação formal da condição de inventariante da autora no momento do pedido de cancelamento.

Fundamentação

Inicialmente, cumpre destacar que o art. 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, estabelece que todas as decisões judiciais devem ser devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade.

No mérito, a controvérsia gira em torno da legalidade da cobrança de mensalidades do plano de saúde após o falecimento da titular, bem como a responsabilidade da ré pela devolução dos valores pagos indevidamente.

O contrato de seguro saúde é personalíssimo, extinguindo-se com o falecimento do segurado titular. Nesse sentido, a continuidade da cobrança após o óbito da titular configura enriquecimento sem causa, vedado pelo art. 884 do Código Civil.

Ademais, a exigência de comprovação formal da condição de inventariante para o cancelamento do plano mostra-se abusiva, em afronta ao princípio da boa-fé objetiva, insculpido no art. 422 do Código Civil, e ao dever de cooperação entre as partes contratantes.

A certidão de óbito apresentada pela autora é documento hábil para comprovar o falecimento da titular e, portanto, suficiente para justificar o cancelamento do plano de saúde. A negativa da ré em proceder ao cancelamento do contrato, mesmo após a comunicação do óbito, resultou em cobrança indevida de valores, que devem ser integralmente restituídos, conforme prevê o art. 876 do Código Civil.

No que tange à jurisprudência, colaciono os seguintes precedentes que corroboram a tese da autora:

  • TJSP (9ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Restituição dos valores cobrados indevidamente após o pedido de cancelamento de plano de saúde."
  • TJSP (10ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "Restituição em dobro dos valores pagos indevidamente em razão de cobrança abusiva."

Conclusão

Ante o exposto, julgo procedente o pedido inicial para:

  1. Condenar a ré à devolução dos valores pagos indevidamente, no período de dezembro/2023 a junho/2024, com correção monetária e juros legais;
  2. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

É como voto.

Dispositivo

Por fim, com base nos fundamentos expostos, e em atenção ao princípio da fundamentação previsto no art. 93, IX, da Constituição Federal, voto pelo acolhimento integral do pedido, reconhecendo a ilicitude da cobrança realizada pela ré e determinando a restituição dos valores indevidamente recebidos.

__________, ___ de __________ de 20___.
____________________________
Juiz(a) de Direito


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