Modelo de Ação Declaratória de Inexigibilidade de Tributo com Pedido de Repetição de Indébito Contra a Fazenda Pública Estadual

Publicado em: 12/02/2025 Processo Civil
Petição inicial de Ação Declaratória de Inexigibilidade de Tributo cumulada com Repetição de Indébito, proposta por herdeiro em face da Fazenda Pública Estadual. A ação visa questionar a cobrança do ITCMD com base no \"valor venal de referência\", alegando sua ilegalidade por violação ao princípio da legalidade tributária. Fundamenta-se no Código Tributário Nacional, na Constituição Federal e em jurisprudências do STJ e TJSP, requerendo a suspensão da exigibilidade do tributo, a devolução dos valores pagos a maior e a condenação da ré a custas e honorários.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ____________

Processo nº: ____________

PREÂMBULO

NOME COMPLETO DO AUTOR, brasileiro(a), estado civil, profissão, portador(a) do CPF nº ____________, RG nº ____________, residente e domiciliado(a) na ____________, endereço eletrônico ____________, por meio de seu advogado, com endereço profissional na ____________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE TRIBUTO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face de FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE ____________, pessoa jurídica de direito público, com sede na ____________, endereço eletrônico ____________, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Autor, na qualidade de herdeiro, foi notificado pela Fazenda Pública Estadual acerca da cobrança do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), cuja base de cálculo foi arbitrada com fundamento no chamado “valor venal de referência” do imóvel transmitido, conforme previsto no Decreto Estadual nº 55.002/2009.

Contudo, o Autor entende que tal base de cálculo não encontra respaldo na legislação vigente, uma vez que o valor venal de referência não está previsto como parâmetro para apuração do ITCMD na Lei Estadual nº 10.705/2000, tampouco no Código Tributário Nacional (CTN). O correto seria a utilização do valor venal do imóvel para fins de IPTU, conforme determina o art. 38 do CTN.

Diante disso, o Autor busca a declaração de inexigibilidade do tributo calculado com base no valor venal de referência, bem como a repetição do indébito tributário referente ao montante pago a maior.

DO DIREITO

A base de cálculo do ITCMD está disciplinada no art. 38 do CTN, que estabelece que o imposto deve incidir sobre o valor venal do bem ou direito transmitido. No mesmo sentido, a Lei Estadual nº 10.705/2000, em seu art. 9º, define que a base de cálculo do ITCMD é o valor de mercado do bem na data da transmissão.

O Decreto Estadual nº 55.002/2009, ao instituir o “valor venal de referência” como base de cálculo do ITCMD, extrapolou os limites da legislação estadual e federal, violando o princípio da legalidade tributária, previsto no art. 150, I, da CF/88 e no art. 97, II e §1º, do CTN.

Ademais, a jurisprudência consolidada do STJ e do TJSP reconhece que a utilização de base de cálculo não prevista em lei é inadmissível, sendo vedada a majoração de tributos por meio de decreto. O correto seria a utilização do valor venal do imóvel para fins de IPTU, que reflete o valor mínimo do bem, salvo quando o Fisco, mediante procedimento administrativo"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de ação declaratória de inexigibilidade de tributo cumulada com repetição de indébito, proposta por NOME COMPLETO DO AUTOR, em face da Fazenda Pública do Estado de ____________, objetivando a declaração de inexigibilidade do ITCMD calculado com base no chamado \"valor venal de referência\", bem como a restituição do montante pago a maior.

O Autor argumenta que o uso do \"valor venal de referência\" como base de cálculo do ITCMD é ilegal, pois não encontra respaldo na legislação vigente, violando o art. 38 do Código Tributário Nacional (CTN), que determina que a base de cálculo de tal imposto deve ser o valor venal do imóvel utilizado para fins de IPTU.

A Ré, Fazenda Pública, argumenta pela legalidade do lançamento tributário, sustentando que o Decreto Estadual nº 55.002/2009 possui amparo jurídico para a apuração da base de cálculo do tributo.

2. Fundamentação

2.1. Do Princípio da Legalidade Tributária

O princípio da legalidade tributária, consagrado no art. 150, I, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), estabelece que a instituição, definição de base de cálculo e majoração de tributos somente podem ocorrer por meio de lei. A legislação estadual, ao criar ou alterar a base de cálculo do ITCMD mediante decreto (Decreto Estadual nº 55.002/2009), extrapolou os limites do art. 97 do CTN e da Lei Estadual nº 10.705/2000.

O art. 97 do CTN, em seu inciso II e §1º, reforça a necessidade de previsão legal para a definição de base de cálculo tributária, sendo vedada sua alteração por ato infralegal, como no caso em análise.

2.2. Da Jurisprudência

A jurisprudência dos tribunais superiores, de forma reiterada, tem reconhecido a ilegalidade da utilização do \"valor venal de referência\" como base de cálculo do ITCMD, conforme demonstram os seguintes precedentes:

  • STJ, AgInt no RMS Acórdão/STJ: \"O valor de mercado dos bens transmitidos, e não o valor venal do IPTU, é a base de cálculo correta para o ITCMD, conforme o art. 9º da Lei Estadual nº 10.705/2000 e o CTN, art. 148.\"
  • TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"A adoção de base de cálculo não prevista em lei, como o valor venal de referência, fere o princípio da legalidade tributária (CF/88, art. 150, I; CTN, art. 97, II e §1º).\"
  • TJSP, Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP: \"O Decreto Estadual nº 55.002/2009, ao permitir a utilização do valor venal de referência, violou o princípio da reserva legal, pois a majoração da base de cálculo tributária só pode ser realizada por lei.\"

2.3. Aplicação ao Caso Concreto

A análise dos autos demonstra que a utilização do \"valor venal de referência\" como base de cálculo do ITCMD viola os princípios constitucionais e legais aplicáveis, especialmente o princípio da legalidade tributária. O correto seria a utilização do valor venal do imóvel para fins de IPTU, conforme determina o art. 38 do CTN e o art. 9º da Lei Estadual nº 10.705/2000.

Ademais, não há nos autos qualquer prova de que a base de cálculo utilizada pela Fazenda Pública reflita o efetivo valor de mercado do bem transmitido, sendo, portanto, evidente a ilegalidade do lançamento tributário.

3. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente o pedido inicial para:

  1. Declarar a inexigibilidade do ITCMD calculado com base no \"valor venal de referência\";
  2. Determinar a restituição do montante pago a maior, devidamente corrigido, com juros de mora;
  3. Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e data.

_______________________________________
Magistrado(a)


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