Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito com Pedido de Indenização por Danos Morais contra Instituição Financeira

Publicado em: 07/04/2024 Consumidor
Petição inicial de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com pedido de Indenização por Danos Morais movida por cliente de instituição financeira devido a saque indevido em conta bancária. A ação fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor (CDC), abordando falha na prestação de serviços, ausência de comprovação de autorização para o débito e responsabilidade objetiva da instituição financeira. O autor busca a declaração de inexigibilidade do débito, a devolução em dobro do valor retirado e indenização por danos morais. Inclui jurisprudências relevantes e pedidos principais, como inversão do ônus da prova e realização de audiência de conciliação.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___

Processo nº: __________

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, estado civil ___, profissão ___, portador do CPF nº ___, residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico ___, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seu advogado infra-assinado, com endereço profissional na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico ___, propor a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS em face de Banco X S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ___, com sede na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, Estado ___, CEP ___, endereço eletrônico ___, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Autor é correntista do Réu e, em ___, constatou a realização de um saque indevido em sua conta bancária no valor de R$ ___, sem qualquer autorização ou explicação por parte da instituição financeira. O Autor, imediatamente, entrou em contato com o Réu para esclarecer o ocorrido e buscar a devolução do valor, mas não obteve resposta satisfatória.

A conduta do Réu configura uma falha grave na prestação do serviço, violando os direitos do consumidor e causando ao Autor angústia, abalo emocional e prejuízo financeiro, que ultrapassam o mero aborrecimento cotidiano. Diante disso, o Autor busca a declaração de inexistência do débito, a devolução do valor indevidamente retirado e a condenação do Réu ao pagamento de indenização por danos morais.

DO DIREITO

A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), conforme dispõe o CDC, art. 2º e art. 3º, que reconhecem o Autor como consumidor e o Réu como fornecedor de serviços. Nos termos do CDC, art. 14, o fornecedor responde objetivamente pelos danos causados aos consumidores em decorrência de falhas na prestação do serviço.

No presente caso, o Réu não comprovou a autorização do Autor para a realização do saque indevido, configurando falha na prestação do serviço e prática abusiva, conforme CDC, art. 6º, VI. Além disso, a Súmula 479 do STJ estabelece que "as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias".

O dano moral, por sua vez, é evidente, uma vez que a conduta do Réu causou ao Autor abalo emocional, insegurança e transtornos que extrapolam o mero dissabor. A indenização por danos morais tem caráter compensatório e preventivo, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

...


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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenização por Danos Morais ajuizada por A. J. dos S. em face de Banco X S/A, sob alegação de que houve a realização de um saque indevido na conta bancária do autor, no valor de R$ ___, sem a devida autorização.

O autor pleiteia a declaração de inexistência do débito, a devolução do valor retirado indevidamente e a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos morais, com fundamento no Código de Defesa do Consumidor (CDC), além da aplicação da Súmula 479 do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O réu, por sua vez, apresentou contestação, negando a falha na prestação do serviço e argumentando que eventuais prejuízos decorreram de atos de terceiros, afastando sua responsabilidade.

II - Fundamentação

1. Dos Fatos e da Responsabilidade do Réu

Conforme estabelece o Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 14, o fornecedor de serviços responde, independentemente de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores em virtude de defeitos relativos à prestação dos serviços. No caso em questão, o réu não comprovou a autorização do autor para a realização do saque, o que configura falha na prestação do serviço.

A Súmula 479 do STJ reforça que "as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias". Assim, o ônus da prova incumbia ao réu, nos moldes do CDC, art. 6º, VIII, o que não foi devidamente cumprido.

2. Dos Danos Morais

O autor alegou e demonstrou que a conduta do réu ultrapassou o mero aborrecimento cotidiano, causando-lhe angústia, abalo emocional e transtornos que configuram dano moral. A indenização por danos morais tem fundamento constitucional no princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e visa, além de compensar o sofrimento do autor, prevenir novas condutas lesivas.

No presente caso, entendo que o dano moral restou configurado, sendo cabível a condenação do réu a indenizar o autor pelo valor sugerido, de R$ 10.000,00.

3. Da Devolução do Valor Indevidamente Retirado

O art. 42, parágrafo único, do CDC prevê que o consumidor cobrado indevidamente tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável. Não havendo justificativa plausível para a conduta do réu, deve-se proceder à devolução em dobro do valor de R$ ___.

III - Conclusão

Em face do exposto, voto no sentido de:

  1. JULGAR PROCEDENTE o pedido do autor para declarar a inexistência do débito no valor de R$ ___;
  2. CONDENAR o réu à devolução em dobro do valor indevidamente retirado, nos termos do art. 42, parágrafo único, do CDC;
  3. CONDENAR o réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00, corrigidos monetariamente desde a data do arbitramento e acrescidos de juros de mora a contar da citação;
  4. CONDENAR o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, §2º.

IV - Dispositivo

Ante o exposto, conheço do recurso interposto, na forma do art. 93, IX, da Constituição Federal, e voto por DAR PROVIMENTO ao pedido formulado pelo autor, nos termos acima fundamentados.

Cidade/Estado, ___ de ___ de 20___.

_______________________________________
Nome do Magistrado
Juiz de Direito


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