Modelo de Ação Negatória de Paternidade com Pedido de Anulação de Registro Civil para Desconstituir Vínculo Biológico e Socioafetivo após Exame de DNA Negativo e Cumprimento de Pensão por 14 Anos

Publicado em: 25/04/2025 Processo Civil Familia
Petição inicial proposta por A. J. da S. contra M. C. S. do N., representada por sua genitora, requerendo a declaração de inexistência de vínculo de paternidade, anulação do registro civil e exoneração da pensão alimentícia, fundamentada em exame de DNA negativo, ausência de vínculo socioafetivo e respaldo no CCB/2002, art. 1.601 e CCB/2002, art. 1.604, além de princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e direito à identidade. Inclui pedido de tutela de evidência para suspensão da pensão e requer a intervenção do Ministério Público.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C PEDIDO DE ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ___ do Estado do ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. da S., brasileiro, solteiro, comerciário, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000, residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: ajds@email.com, vem, por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), propor a presente AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C PEDIDO DE ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL em face de M. C. S. do N., menor impúbere, representada por sua genitora L. S. do N., brasileira, solteira, auxiliar de serviços gerais, portadora do CPF nº 111.111.111-11, RG nº 1.111.111, residente e domiciliada na Rua das Palmeiras, nº 200, Bairro Jardim, CEP 11111-111, Cidade/UF, endereço eletrônico: lsn@email.com, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, A. J. da S., manteve breve relacionamento amoroso com L. S. do N. entre junho e julho de 2009, período este que não ultrapassou dois meses. Após o término do relacionamento, a Sra. L. S. do N. procurou o Autor alegando estar grávida, atribuindo-lhe a paternidade da criança que viria a nascer.

Em 18 de outubro de 2010, nasceu M. C. S. do N., tendo o Autor, diante da alegação da genitora e por acreditar na veracidade de suas palavras, realizado o registro civil da criança como sua filha, assumindo, desde então, o pagamento de pensão alimentícia, obrigação que vem cumprindo há 14 anos.

Importante ressaltar que jamais existiu vínculo socioafetivo entre o Autor e a criança. A genitora sempre dificultou o contato entre ambos, e a própria menor, inclusive perante terceiros e na escola, reiteradamente afirmava que o Autor não era seu pai, recusando-se a qualquer aproximação.

Diante da ausência de vínculo afetivo e das reiteradas negativas da menor, o Autor, após 14 anos, buscou a realização de exame de DNA, com anuência da genitora. O resultado do exame foi negativo para o vínculo biológico, confirmando que o Autor não é o pai da criança.

Assim, diante da inexistência de vínculo biológico e socioafetivo, busca o Autor a tutela jurisdicional para desconstituir a paternidade registral e anular o registro civil da menor, restabelecendo a verdade biológica e jurídica.

4. DO DIREITO

4.1. DA POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO

O ordenamento jurídico brasileiro admite a propositura de ação negatória de paternidade para desconstituir vínculo registral fundado em erro, falsidade ou vício de consentimento, conforme dispõe o CCB/2002, art. 1.601 e CCB/2002, art. 1.604, § 1º. O registro civil, embora faça prova da filiação (CCB/2002, art. 1.609), pode ser impugnado mediante comprovação de ausência de vínculo biológico e/ou socioafetivo.

4.2. DA AUSÊNCIA DE VÍNCULO BIOLÓGICO

O exame de DNA, reconhecido como meio de prova científica idônea e eficaz, é o instrumento mais seguro para aferição da paternidade (Súmula 301/STJ). No caso em tela, o resultado negativo do exame de DNA afasta a presunção de paternidade, tornando insustentável a manutenção do registro civil em nome do Autor.

4.3. DA AUSÊNCIA DE VÍNCULO SOCIOAFETIVO

O vínculo socioafetivo, embora relevante para a configuração da filiação, não se faz presente no caso concreto. O Autor jamais exerceu o papel de pai, tendo sido impedido pela genitora e rejeitado pela própria criança, que sempre negou a paternidade do Autor perante terceiros.

4.4. DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DO DIREITO À IDENTIDADE

O direito à verdade biológica e à identidade genética é corolário da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), sendo vedado ao Estado impor vínculo de filiação a quem não detém laço biológico ou afetivo, sob pena de violação a direitos da personalidade (CF/88, art. 5º, X).

4.5. DA ANULAÇÃO DO REGISTRO CIVIL

Comprovada a ausência de vínculo biológico e socioafetivo, é medida de justiça a anulação do registro civil da menor, restabelecendo-se a verdade jurídica e biológica, conforme entendimento consolidado pelo STJ e Tribunais Estaduais.

4.6. DOS REQUISITOS DO CPC/2015, ART. 319

Estão presentes todos os requisitos do CPC/2015, art. 319: juízo competente, qualificação das partes, "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Ação Negatória de Paternidade cumulada com Pedido de Anulação de Registro Civil proposta por A. J. da S. em face de M. C. S. do N., menor impúbere, representada por sua genitora L. S. do N.. Afirma o autor que, após breve relacionamento com a genitora, registrou a criança como sua filha, vindo a pagar pensão alimentícia por 14 anos. Relata, contudo, que nunca houve vínculo socioafetivo com a menor e que, após realização de exame de DNA, constatou-se a inexistência de vínculo biológico. Requer a anulação do registro civil e a exoneração da obrigação alimentar.

II. Fundamentação

O presente voto busca cumprir a exigência constitucional de fundamentação das decisões judiciais, nos termos da CF/88, art. 93, IX, segundo o qual \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\".

1. Dos Fatos

Restou comprovado nos autos que o autor realizou o registro civil da menor M. C. S. do N. como sua filha, por acreditar nas afirmações da genitora acerca da paternidade. Entretanto, o convívio e o vínculo socioafetivo entre as partes nunca se consolidaram, sendo o autor impedido de exercer o papel de pai, conforme depoimentos e documentos acostados aos autos.

O laudo pericial de exame de DNA, realizado com a anuência da representante legal da menor, concluiu pela inexistência de vínculo biológico entre autor e ré.

2. Do Direito

O ordenamento jurídico brasileiro admite a impugnação da paternidade registral quando ausente o vínculo biológico e socioafetivo, conforme previsto no CCB/2002, art. 1.601 e CCB/2002, art. 1.604, § 1º. Embora o registro civil faça prova da filiação (CCB/2002, art. 1.609), tal presunção pode ser elidida por prova em contrário, especialmente pelo exame de DNA, conforme entendimento consolidado na Súmula 301/STJ.

No caso, não se verifica a existência de vínculo afetivo entre autor e ré, tampouco vínculo biológico, afastando a presunção de paternidade registral.

Ademais, a manutenção de situação que não reflete a verdade biológica viola o direito à identidade genética e à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), bem como direitos da personalidade (CF/88, art. 5º, X).

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece a possibilidade de anulação do registro civil diante da comprovação da inexistência de liame biológico e, ausente o vínculo socioafetivo, não se justifica a manutenção da paternidade apenas pelo registro (REsp Acórdão/STJ, Rel. Min. Raul Araújo, j. 04/06/2024).

Ressalte-se, por fim, que o procedimento observou os requisitos do CPC/2015, art. 319, tendo sido oportunizado à parte ré a produção de defesa e manifestação quanto às provas.

3. Dos Recursos

Conheço do recurso interposto, uma vez que presentes os pressupostos de admissibilidade, sobretudo a tempestividade, a legitimidade e o interesse recursal. Passo ao mérito.

III. Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para:

  • a) Declarar a inexistência de vínculo de paternidade entre o autor A. J. da S. e a menor M. C. S. do N.;
  • b) Determinar a anulação do registro civil da menor, excluindo o nome do autor como genitor;
  • c) Exonerar o autor da obrigação alimentar em relação à ré;


Condeno a parte ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

 

Determino a expedição de ofício ao cartório competente para as devidas averbações no registro civil, após o trânsito em julgado.

Intime-se o Ministério Público para ciência e eventual manifestação, nos termos do CPC/2015, art. 178, II.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Fundamentação Constitucional

Esta decisão está fundamentada na CF/88, art. 93, IX, garantindo a publicidade e a motivação das decisões judiciais, bem como na observância dos princípios da dignidade da pessoa humana, da verdade real e da identidade genética.

V. Conclusão

Assim, acolho integralmente o pedido inicial, restabelecendo a verdade biológica e jurídica.

 

Cidade/UF, ___ de ____________ de 2025.

_______________________________________
Magistrado
Vara de Família da Comarca de __________/UF


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