Modelo de Agravo de Instrumento contra decisão que indeferiu tutela de urgência para entrega de kit solar fotovoltaico, fundamentado no CPC/2015, art. 1.015, I, envolvendo empresário e Serrana Solar Ltda.

Publicado em: 24/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de Agravo de Instrumento interposto por empresário contra decisão interlocutória que negou tutela de urgência para entrega imediata de kit solar fotovoltaico adquirido e pago, com fundamentação jurídica baseada no CPC/2015, artigos 1.015, I e 300, e princípios do Código Civil sobre boa-fé objetiva e função social do contrato, visando a reforma da decisão para assegurar a efetividade da obrigação de fazer e proteção dos direitos do consumidor.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de [UF]
Seção de Direito Privado

2. PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro, casado, empresário, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/[UF], endereço eletrônico ajdoss@email.com, residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, por seu advogado infra-assinado (procuração anexa), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO com fundamento no CPC/2015, art. 1.015, I, em face da decisão interlocutória proferida nos autos da Ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais, processo nº 0000000-00.2024.8.26.0000, em trâmite perante a ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade]/[UF], em que figura como parte Requerida Serrana Solar Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 00.000.000/0001-00, endereço eletrônico contato@serranasolar.com.br, com sede na Av. das Indústrias, nº 200, Bairro Industrial, CEP 00000-000, Cidade/UF, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

3. SÍNTESE FÁTICA

O Agravante firmou proposta comercial com a empresa Serrana Solar Ltda. para aquisição de um Kit Solar Fotovoltaico On Grid Trifásico de 18,720 kWp, composto por inversor, painéis solares, estrutura de alumínio, cabos, conectores, string boxes e chicotes de aterramento, tudo conforme detalhado na proposta anexa. O valor final ajustado foi de R$ 27.451,00, com pagamento à vista via boleto ou financiamento solar, e previsão de envio até 27/02/2025, condicionado à aprovação e pagamento.

O Agravante efetuou o pagamento conforme pactuado, tendo cumprido integralmente sua obrigação. Entretanto, a Requerida não procedeu à entrega do material na data aprazada, frustrando a legítima expectativa do Agravante de instalação do sistema fotovoltaico e consequente redução dos custos com energia elétrica.

Diante do inadimplemento, o Agravante ajuizou ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais, pleiteando, em sede de tutela de urgência, a imediata entrega dos materiais adquiridos. Contudo, a liminar foi indeferida sob o argumento de ausência de contrato formal nos autos, impossibilitando a análise do compromisso assumido pela Requerida quanto à entrega do material.

A decisão agravada, ao negar a liminar, desconsiderou a robustez dos documentos acostados, notadamente a proposta comercial detalhada, comprovante de pagamento e comunicações entre as partes, que evidenciam a relação obrigacional e o descumprimento pela Requerida.

Assim, não restou alternativa ao Agravante senão interpor o presente recurso, visando a reforma da decisão e a concessão da tutela de urgência para compelir a Requerida à entrega imediata dos bens adquiridos.

4. DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, tendo sido interposto dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias úteis, nos termos do CPC/2015, art. 1.003, §5º. A decisão agravada é suscetível de impugnação por meio deste recurso, conforme CPC/2015, art. 1.015, I, pois versa sobre tutela provisória.

O Agravante instrui o presente recurso com as peças obrigatórias e facultativas, conforme CPC/2015, art. 1.017, incluindo: cópia da decisão agravada, certidão de intimação, procuração, documentos comprobatórios da relação contratual e do pagamento, bem como demais elementos necessários à compreensão da controvérsia.

O preparo recursal foi devidamente recolhido, conforme guia anexa.

Por fim, o Agravante possui legitimidade e interesse recursal, uma vez que figura como parte prejudicada pela decisão que indeferiu a tutela de urgência.

Assim, presentes todos os requisitos de admissibilidade, requer-se o regular processamento do presente Agravo de Instrumento.

5. DO DIREITO

5.1. DA TUTELA DE URGÊNCIA E DOS REQUISITOS DO CPC/2015, ART. 300

O CPC/2015, art. 300 dispõe que a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

No caso em tela, a probabilidade do direito encontra-se demonstrada pelos documentos acostados, especialmente a proposta comercial detalhada, o comprovante de pagamento e as comunicações entre as partes, que evidenciam a existência da relação obrigacional e o inadimplemento da Requerida quanto à entrega do material.

A negativa da liminar sob o argumento de ausência de contrato formal não se sustenta, pois a proposta comercial, aceita e paga, configura instrumento hábil a comprovar o vínculo jurídico, nos termos do CCB/2002, art. 427, segundo o qual a proposta de contrato obriga o proponente, se feita sem prazo, enquanto não houver tempo razoável para resposta.

Ademais, o CPC/2015, art. 319, III, exige a exposição dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o que foi cumprido pelo Agravante, sendo desnecessária a juntada de contrato formal quando outros elementos documentais comprovam a obrigação.

O perigo de dano é igualmente evidente, pois a demora na entrega do kit fotovoltaico impede o Agravante de usufruir dos benefícios econômicos e ambientais da geração própria de energia, obrigando-o a arcar com elevados custos de energia elétrica, além de frustrar sua legítima expectativa de redução de despesas.

Ressalte-se que a recusa injustificada da Requerida em entregar o material caracteriza inadimplemento contratual, violando os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e da função social do contrato (CCB/2002, art. 421), além de afrontar o direito fundamental à tutela jurisdicional efetiva (CF/88, art. 5º, XXXV).

Portanto, estão presentes os requisitos legais para concessão da tutela de urgência, devendo ser reformada a decisão agravada.

5.2. DA SUFICIÊNCIA DA PROPOSTA COMERCIAL E DO PAGAMENTO COMO PROVA DA RELAÇÃO CONTRATUAL

A jurisprudência pátria reconhece que a proposta comercial aceita e o comprovante de pagamento constituem prova suficiente da existência da relação obrigacional, sendo desnecessária a juntada de contrato formal para fins de concessão de tutela de urgência, especialmente quando o inadimplemento da parte contrária está documentalmente evidenciado.

O entendimento de que apenas o contrato formal seria apto a comprovar a obrigação afronta o princípio da instrumentalidade das formas (...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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Voto do Relator

1. Relatório

Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por A. J. dos S. em face de decisão interlocutória que indeferiu tutela de urgência em ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por danos morais, sob o fundamento de ausência de contrato formal nos autos. O Agravante alega ter adquirido da empresa Serrana Solar Ltda. um Kit Solar Fotovoltaico On Grid Trifásico de 18,720 kWp, efetuado o pagamento e não recebido o produto na data ajustada, não obstante a robustez da documentação apresentada (proposta comercial, comprovante de pagamento e comunicações entre as partes).

Requer o provimento do recurso para concessão da tutela de urgência, determinando à agravada a entrega imediata do material adquirido.

2. Conhecimento do Recurso

O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 1.003, §5º, e 1.015, I, do CPC/2015, tendo sido instruído com as peças obrigatórias e facultativas (art. 1.017 do CPC/2015) e com o devido preparo. O Agravante possui legitimidade e interesse recursal, tendo sido parte prejudicada pela decisão que indeferiu a tutela de urgência.

Assim, conheço do recurso.

3. Fundamentação

3.1. Da Tutela de Urgência

O art. 300 do CPC/2015 estabelece que a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No caso em análise, a probabilidade do direito resta evidenciada pela proposta comercial detalhada, comprovante de pagamento e pelas comunicações entre as partes, que demonstram a existência da relação contratual e o inadimplemento da agravada quanto à entrega do bem. Ressalte-se que a jurisprudência pátria admite a proposta comercial aceita e o comprovante de pagamento como elementos aptos à demonstração do vínculo obrigacional, não sendo imprescindível o contrato formal (art. 427 do CCB/2002 e art. 277 do CPC/2015).

O perigo de dano decorre do prejuízo financeiro e da frustração da legítima expectativa do Agravante de reduzir seus custos com energia elétrica, objetivo central da aquisição do kit solar, além da potencial irreversibilidade da situação, caso a tutela não seja concedida de imediato.

A recusa injustificada da agravada caracteriza inadimplemento contratual, violando os princípios da boa-fé objetiva (art. 422 do CCB/2002), da função social do contrato (art. 421 do CCB/2002) e o direito fundamental à tutela jurisdicional efetiva (art. 5º, XXXV, da CF/88).

Destaco, ainda, que o indeferimento da tutela com base na ausência de contrato formal não se sustenta diante dos demais elementos probatórios que comprovam a existência da obrigação, sob pena de afronta ao princípio da instrumentalidade das formas (art. 277 do CPC/2015) e da verdade real.

3.2. Jurisprudência

A jurisprudência consolidada do Tribunal de Justiça de São Paulo reconhece a possibilidade de concessão de tutela de urgência em situações análogas, quando demonstrados o inadimplemento contratual e o prejuízo ao consumidor, inclusive determinando a entrega de equipamentos de energia solar sob pena de multa diária (TJSP, AI Acórdão/TJSP, Rel. Des. Michel Chakur Farah, j. 17/07/2024).

Por outro lado, a negativa de tutela se justifica apenas quando ausentes a probabilidade do direito ou o perigo da demora, o que não é o caso dos autos.

3.3. Princípio da Fundamentação - CF/88, art. 93, IX

Fundamenta-se o presente voto na necessidade de observância do dever constitucional de motivação das decisões judiciais (art. 93, IX, da Constituição Federal), demonstrando-se, de forma clara e objetiva, a interpretação dos fatos à luz do direito aplicável, bem como a ponderação dos princípios e normas incidentes ao caso concreto.

4. Dispositivo

Diante do exposto, dou provimento ao Agravo de Instrumento, para reformar a decisão agravada e conceder a tutela de urgência, determinando à agravada Serrana Solar Ltda. a imediata entrega do Kit Solar Fotovoltaico On Grid Trifásico de 18,720 kWp, nos termos da proposta comercial e do comprovante de pagamento, sob pena de multa diária a ser fixada pelo juízo de origem.

Intime-se a agravada para, querendo, apresentar contrarrazões, nos termos do art. 1.019, II, do CPC/2015.

Condeno a agravada ao pagamento das custas e honorários recursais.

5. Conclusão

É como voto.

 

[Cidade], [Data].
Desembargador Relator


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