Modelo de Alegações Finais em Caso de Lesão Corporal no Contexto de Violência Doméstica com Pedido de Absolvição com Base no Princípio do In Dubio Pro Reo
Publicado em: 19/03/2025 Direito Penal Processo PenalEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ____________
Processo nº: ____________
ALEGAÇÕES FINAIS
Acusado: A. J. dos S.
Vítima: M. F. de S. L.
Por intermédio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 403, § 3º, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos seguintes termos:
PREÂMBULO
O presente processo versa sobre suposta prática de lesão corporal no contexto de violência doméstica, nos moldes do CP, art. 129, § 9º, combinado com a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Contudo, conforme será demonstrado, a absolvição do acusado é medida que se impõe, diante da ausência de provas suficientes para a condenação e da aplicação do princípio do in dubio pro reo.
DOS FATOS
Conforme consta nos autos, no dia dos fatos, o acusado, A. J. dos S., e a vítima, M. F. de S. L., estavam em um churrasco, ambos sob efeito de álcool. Durante uma discussão, houve agressões mútuas entre o casal. Após o ocorrido, ambos se reconciliaram e decidiram continuar a vida juntos, retornando ao convívio familiar com a filha de sete anos.
Posteriormente, o casal mudou-se para os Estados Unidos, onde obteve autorização de trabalho, proporcionando uma vida estável e melhor para si e para a filha, que atualmente está matriculada em uma escola local. O relacionamento familiar encontra-se harmonioso, e não há histórico de reincidência de episódios de violência.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que, nos termos do CPP, art. 386, VII, a absolvição é cabível quando não houver provas suficientes para a condenação. No presente caso, a dinâmica dos fatos narrados nos autos demonstra que houve agressões mútuas, sem que se possa atribuir exclusivamente ao acusado a responsabilidade pelos eventos.
Ademais, a própria vítima, em depoimento, confirmou que ambos estavam alcoolizados no dia dos fatos e que as agressões foram recíprocas. Tal narrativa encontra respaldo no princípio do in dubio pro reo, que determina que, na ausência de certeza quanto à autoria ou ao dolo, deve-se decidir em favor do réu.
Conforme entendimento consolidado, a palavra da vítima possui especial relevância em casos de violência doméstica. Contudo, no presente caso, a própria vítima corroborou a tese defensiva ao admitir que também contribuiu para o evento, o que enfraquece a acusação de dolo exclusivo por parte do acusado.
Além disso, a reconciliação do casal, a ausência de reincidência e a atual estabilidade familiar demonstram que a aplicação de uma pena seria desproporcional e contrária aos interesses da família, especialmente da filha menor, que depende do convívio harmonioso dos pais.
JURISPRUDÊNCIAS
O entendimento jurisprudencial reforça a necessidade de provas robustas para a condenação em c"'>...