Modelo de Alegações Finais por Memoriais com Pedido de Absolvição por Ausência de Prova Judicializada em Ação Penal por Violência Doméstica

Publicado em: 15/04/2025 Constitucional Advogado Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais por memoriais apresentado pela defesa em processo criminal por suposta violência doméstica, com fundamento no CPP, art. 403, § 3º. O documento destaca a ausência de provas judicializadas, a ineficácia da prova inquisitorial isolada, e a inexistência de exame de corpo de delito, requerendo a absolvição com base no CPP, art. 386, VII e no princípio do in dubio pro reo. Inclui jurisprudência pertinente, preliminares processuais, argumentos jurídicos constitucionais e pedidos subsidiários em caso de eventual condenação.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUÍZO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE [INSERIR COMARCA]

Processo nº: [inserir número do processo]

1. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

J. M. da S. N., já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail do advogado], vem, respeitosamente, apresentar suas

ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS

com fulcro no CPP, art. 403, § 3º, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

2. SÍNTESE DOS FATOS

O acusado responde à presente ação penal pela suposta prática de violência doméstica contra sua companheira, com base na Lei 11.340/2006, em razão de fatos ocorridos em 29 de abril de 2024, por volta da meia-noite. Consta nos autos que o acusado e a suposta vítima estavam juntos, ingerindo bebidas alcoólicas em via pública, quando iniciou-se uma discussão verbal. A vítima teria se retirado do local, afirmando que iria para casa. Posteriormente, o acusado também retornou à residência, onde não encontrou a companheira. Por volta das 2h da manhã, a mesma chegou em casa acompanhada de um mototaxista.

Não há nos autos qualquer prova efetiva de agressão física, tampouco exame de corpo de delito que comprove lesões corporais. A denúncia baseia-se exclusivamente em declarações prestadas na fase inquisitorial, sem confirmação em juízo.

3. PRELIMINARES

DA AUSÊNCIA DE PROVA JUDICIALIZADA

Conforme dispõe o CPP, art. 155, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial. No presente caso, a condenação não pode se sustentar exclusivamente em declarações colhidas na fase policial, sem a devida confirmação em juízo, sob pena de violação ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

4. DO DIREITO

DA AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE E AUTORIA

O acusado exerceu seu direito constitucional ao silêncio em juízo, conforme assegurado pela CF/88, art. 5º, LXIII. A vítima, por sua vez, não foi ouvida em juízo, e os únicos depoimentos colhidos judicialmente foram os dos policiais militares que não presenciaram os fatos. Assim, inexiste prova judicializada que comprove a materialidade e autoria do delito imputado.

O CPP, art. 386, VII, prevê a absolvição do réu quando não houver prova suficiente para a condenação. A ausência de confirmação judicial da versão apresentada pela vítima, somada à inexistência de exame de corpo de delito ou qualquer outro elemento probatório robusto, impõe a aplicação do princípio do in dubio pro reo.

DA IRRELEVÂNCIA DA PROVA INQUISITORIAL ISOLADA

Conforme entendimento consolidado do STJ, a prova produzida exclusivamente na fase inquisitorial não pode servir de fundamento para condenação, salvo se corroborada em juízo. No presente caso, tal confirmação não ocorreu, "'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de ação penal movida pelo Ministério Público em face de J. M. da S. N., acusado da suposta prática de violência doméstica contra sua companheira, com base na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), por fatos ocorridos na madrugada do dia 29 de abril de 2024.

Segundo a denúncia, após discussão verbal entre o acusado e a vítima, esta teria retornado à residência acompanhada de um mototaxista. A partir desse contexto, o acusado teria supostamente praticado agressões físicas contra a vítima. No entanto, não há nos autos prova pericial (exame de corpo de delito) nem confirmação da versão da vítima em juízo.

2. Fundamentação

2.1. Do dever de fundamentação

Nos termos da CF/88, art. 93, IX, \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade\". Assim, passo à análise das provas constantes nos autos e à devida motivação da presente decisão.

2.2. Da ausência de prova judicializada

O CPP, art. 155 estabelece que o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial. No presente caso, a condenação não pode se sustentar exclusivamente em declarações prestadas na fase inquisitorial, sem a devida confirmação em juízo, sob pena de violação ao devido processo legal e à ampla defesa, garantias previstas na CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV.

Constata-se que a vítima não foi ouvida em juízo e que os únicos depoimentos colhidos foram de policiais militares que não presenciaram os fatos. O acusado exerceu seu direito constitucional ao silêncio, garantido pela CF/88, art. 5º, LXIII. Consequentemente, inexiste prova judicializada da materialidade e da autoria do delito.

2.3. Da insuficiência probatória

À luz do CPP, art. 386, inciso VII, deve o réu ser absolvido quando não houver prova suficiente para a condenação. A jurisprudência consolidada pela Corte Superior de Justiça também veda a condenação com base exclusiva em elementos colhidos na fase inquisitorial, salvo se confirmados em juízo, o que não ocorreu neste caso.

A ausência de exame de corpo de delito, aliada à falta de confirmação da versão da vítima no contraditório judicial, impede qualquer juízo seguro de condenação. Aplica-se, portanto, o princípio do in dubio pro reo.

2.4. Da jurisprudência aplicável

Conforme precedente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro:

\"A vítima não foi ouvida em Juízo e o réu manifestou o desejo de permanecer em silêncio. A condenação do acusado fundou-se exclusivamente na palavra da vítima colhida no inquérito policial, que não foi confirmada em Juízo. Por não haver nos autos elementos que confiram a certeza necessária acerca do crime de lesão corporal no âmbito doméstico imputado ao acusado, a absolvição é medida imperativa.\" (TJRJ – Apelação Acórdão/TJRJ)

Tal entendimento reforça a necessidade de absolvição diante da ausência de prova judicializada.

3. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CPP, art. 386, inciso VII, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal para ABSOLVER o réu J. M. da S. N., da imputação que lhe foi feita, por ausência de provas suficientes para a condenação.

Considerando que o réu respondeu ao processo em liberdade, e não havendo elementos que justifiquem a segregação cautelar, mantenho-lhe o direito de recorrer em liberdade, nos termos do CPP, art. 312.

4. Conclusão

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Comunique-se ao Ministério Público.

[Comarca], [Data atual].

[NOME DO MAGISTRADO]
Juiz(a) de Direito


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Ação Penal de Roubo Majorado com Pedido de Absolvição por Insuficiência de Provas

Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Ação Penal de Roubo Majorado com Pedido de Absolvição por Insuficiência de Provas

Publicado em: 07/10/2024 Constitucional Advogado Direito Penal Processo Penal

Defesa técnica apresentada em favor do acusado Tício em Ação Penal nº XXXXXXX-XX.2022.8.07.0001, que tramita na ___ Vara Criminal da Comarca de Brasília/DF, visando à absolvição com fundamento no art. 386, VII, do CPP. A peça argumenta a ausência de provas seguras e inequívocas quanto à autoria do crime de roubo majorado (art. 157, §2º, II e §2º-A, I, do CP), enfatizando o reconhecimento parcial e inseguro pela vítima, a inexistência de outros elementos comprobatórios e a violação do contraditório e da ampla defesa. Com base em princípios constitucionais, como a presunção de inocência, e na jurisprudência consolidada, a defesa requer a absolvição ou, subsidiariamente, a desclassificação da conduta, além de intimações exclusivas ao advogado subscritor.

Acessar

Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Ação Penal com Pedido de Absolvição por Ausência de Provas e Nulidade Processual

Modelo de Alegações Finais por Memoriais em Ação Penal com Pedido de Absolvição por Ausência de Provas e Nulidade Processual

Publicado em: 18/10/2024 Constitucional Advogado Direito Penal Processo Penal

Documento contendo as alegações finais por meio de memoriais apresentados pela defesa em ação penal movida contra o réu acusado de crime tipificado no art. 217-A do Código Penal. O texto aborda a ausência de provas suficientes para condenação, a nulidade processual por cerceamento de defesa devido à falta de depoimento da principal vítima, e a aplicação do princípio do in dubio pro reo. Inclui fundamentos jurídicos, jurisprudências e pedidos de absolvição com base no art. 386, VII, do Código de Processo Penal.

Acessar

Modelo de Pedido de Habilitação da Vítima como Assistente de Acusação em Ação Penal por Violência Doméstica

Modelo de Pedido de Habilitação da Vítima como Assistente de Acusação em Ação Penal por Violência Doméstica

Publicado em: 11/04/2025 Constitucional Advogado Direito Penal Processo Penal

Petição apresentada por vítima de violência doméstica com fundamento no CPP, art. 268 e na Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), requerendo sua habilitação como assistente de acusação em ação penal movida pelo Ministério Público contra seu ex-companheiro, acusado de lesão corporal no contexto de violência doméstica. O documento apresenta exposição detalhada dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência relevante e requerimentos formais à autoridade judicial, visando garantir a participação ativa da vítima no processo penal e fortalecer a responsabilização do agressor.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.