Modelo de Alegações Finais por Memoriais com Pedido de Absolvição por Ausência de Prova Judicializada em Ação Penal por Violência Doméstica
Publicado em: 15/04/2025 Constitucional Advogado Direito Penal Processo PenalEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUÍZO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE [INSERIR COMARCA]
Processo nº: [inserir número do processo]
1. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
J. M. da S. N., já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail do advogado], vem, respeitosamente, apresentar suas
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
com fulcro no CPP, art. 403, § 3º, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
2. SÍNTESE DOS FATOS
O acusado responde à presente ação penal pela suposta prática de violência doméstica contra sua companheira, com base na Lei 11.340/2006, em razão de fatos ocorridos em 29 de abril de 2024, por volta da meia-noite. Consta nos autos que o acusado e a suposta vítima estavam juntos, ingerindo bebidas alcoólicas em via pública, quando iniciou-se uma discussão verbal. A vítima teria se retirado do local, afirmando que iria para casa. Posteriormente, o acusado também retornou à residência, onde não encontrou a companheira. Por volta das 2h da manhã, a mesma chegou em casa acompanhada de um mototaxista.
Não há nos autos qualquer prova efetiva de agressão física, tampouco exame de corpo de delito que comprove lesões corporais. A denúncia baseia-se exclusivamente em declarações prestadas na fase inquisitorial, sem confirmação em juízo.
3. PRELIMINARES
DA AUSÊNCIA DE PROVA JUDICIALIZADA
Conforme dispõe o CPP, art. 155, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial. No presente caso, a condenação não pode se sustentar exclusivamente em declarações colhidas na fase policial, sem a devida confirmação em juízo, sob pena de violação ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).
4. DO DIREITO
DA AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE E AUTORIA
O acusado exerceu seu direito constitucional ao silêncio em juízo, conforme assegurado pela CF/88, art. 5º, LXIII. A vítima, por sua vez, não foi ouvida em juízo, e os únicos depoimentos colhidos judicialmente foram os dos policiais militares que não presenciaram os fatos. Assim, inexiste prova judicializada que comprove a materialidade e autoria do delito imputado.
O CPP, art. 386, VII, prevê a absolvição do réu quando não houver prova suficiente para a condenação. A ausência de confirmação judicial da versão apresentada pela vítima, somada à inexistência de exame de corpo de delito ou qualquer outro elemento probatório robusto, impõe a aplicação do princípio do in dubio pro reo.
DA IRRELEVÂNCIA DA PROVA INQUISITORIAL ISOLADA
Conforme entendimento consolidado do STJ, a prova produzida exclusivamente na fase inquisitorial não pode servir de fundamento para condenação, salvo se corroborada em juízo. No presente caso, tal confirmação não ocorreu, "'>...