Modelo de Alegações Finais por Memoriais – Estupro Tentado

Publicado em: 19/09/2024 Direito Penal Processo Penal
Modelo de alegações finais por memoriais em caso de acusação de estupro tentado, com fundamento na ausência de tentativa, incerteza da menoridade e violação ao direito de defesa.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de Sobradinho

Processo nº: __________
Acusado: Sinésio Pantufinha

SP, já qualificado nos autos, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, com fulcro no CPP, art. 403, §3º, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I. DOS FATOS

O acusado foi denunciado pela prática do crime de estupro tentado qualificado, tipificado no CP, art. 213, §1º, c/c CP, art. 14, II, c/c CP, art. 61, II, “f”, em face de Amália Dalva. O Ministério Público alegou que o acusado teria manifestado a intenção de forçar a vítima a manter relações sexuais contra sua vontade. No entanto, não houve tentativa concreta de consumação do crime, e a prisão de Sinésio Pantufinha ocorreu exclusivamente com base em suas declarações desabafadas a uma colega de trabalho.

Importante destacar que Dalva, em todas as oportunidades, deixou de apresentar documentação comprobatória de sua idade, sendo incerta a sua real condição de menoridade à época dos fatos. Ademais, não houve qualquer prova concreta de que Sinésio tenha efetivamente tentado cometer o crime de estupro, limitando-se o inquérito a suposições.

II. DO DIREITO

II.1. Inexistência de Tentativa de Estupro

O crime de estupro tentado exige, para sua configuração, a existência de atos preparatórios ou executórios que indiquem inequivocamente o intento de consumação do delito. No presente caso, as palavras de Sinésio Pantufinha, ainda que imprudentes, não configuram tentativa de crime, uma vez que não houve qualquer ação concreta que pudesse ser interpretada como início da execução do ato criminoso, nos termos do CP, art. 14, II.

O desabafo de Sinésio à colega de trabalho, por si só, não pode ser considerado ato suficiente para a caracterização da tentativa, não havendo qualquer elemento probatório que indique uma real preparação para a prática do crime. Logo, deve-se reconhecer a ausência de tentativa de estupro.

II.2. Incerteza da Menoridade da Vítima

O Ministério Público baseou a acusação na alegada menoridade da vítima, o que acarretaria a aplicação da qualificadora prevista no CP, art. 213, §1º. Contudo, em nenhum momento, Dalva apresentou documentação comprobatória de sua idade, seja durante o inquérito, seja na audiência de instrução. A única identificação fornecida foi a carteirinha da faculdade, que não indica sua data de nascimento.

Dessa forma, sem a comprovação inequívoca da idade da vítima, não há como aplicar a qualificadora referente à menoridade, uma vez que a acusação não se desincumbiu de seu ônus probatório, conforme prevê o CPP, art. 156.

II.3. Violação ao Direito de Defesa – Ausência do Réu na Primeira Audiência

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

O acusado foi denunciado pela prática do crime de estupro tentado qualificado, com base em declarações desabafadas a uma colega de trabalho. No entanto, as provas apresentadas são insuficientes para caracterizar uma tentativa concreta de crime, uma vez que não houve qualquer ato executório. Além disso, a menoridade da vítima não foi comprovada, e o réu não esteve presente na primeira audiência, o que comprometeu o seu direito de defesa.

Conceitos e Definições

  • Tentativa de Crime: Para a configuração da tentativa, é necessário que haja início de execução de um ato criminoso, que só não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
  • Presunção de Inocência: Princípio segundo o qual o réu deve ser considerado inocente até que se prove sua culpa de forma inequívoca.
  • Nulidade Processual: Ato processual que, por violar princípios fundamentais, deve ser repetido ou desconsiderado, por comprometer o direito de defesa ou o contraditório.

Considerações Finais

A defesa do réu está pautada na ausência de provas concretas para a caracterização da tentativa de estupro, bem como na incerteza quanto à menoridade da vítima. Ademais, a violação ao direito de defesa impõe a nulidade da audiência de instrução, reforçando a necessidade de absolvição do acusado.

TÍTULO:
MODELO DE ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS EM CASO DE ACUSAÇÃO DE ESTUPRO TENTADO


1. Introdução

Nas alegações finais por memoriais em casos de acusação de estupro tentado, o foco da defesa é demonstrar a ausência de elementos que caracterizem a tentativa de crime, além de questionar possíveis falhas no processo, como a incerteza sobre a menoridade da suposta vítima e violações ao direito de defesa. A presunção de inocência e a necessidade de provas inequívocas são princípios fundamentais que devem guiar a estratégia defensiva.

Legislação:

CP, art. 213: Define o crime de estupro, detalhando suas qualificadoras e penalidades.

CPP, art. 386: Dispõe sobre as hipóteses de absolvição, incluindo a ausência de provas suficientes para condenação.

Jurisprudência:

Tentativa de Estupro

Presunção de Inocência


2. Alegações Finais por Memoriais

As alegações finais por memoriais servem como a última oportunidade para a defesa argumentar de forma clara e estruturada os pontos que demonstram a fragilidade da acusação. Neste caso, a ausência de provas suficientes para comprovar a tentativa de estupro deve ser o principal ponto a ser explorado. Também deve-se argumentar que o direito de defesa foi violado, caso existam inconsistências no processo.

Legislação:

CPP, art. 403, § 3º: Regula a apresentação de alegações finais por memoriais.

CPP, art. 564: Determina as nulidades processuais por violação de princípios fundamentais.

Jurisprudência:

Alegações Finais

Nulidade Processual


3. Estupro Tentado

O crime de estupro tentado requer a comprovação de que o agente iniciou os atos preparatórios para o cometimento do crime, mas foi impedido de completá-lo por circunstâncias alheias à sua vontade. Neste caso, a defesa deve argumentar que a intenção de cometer o crime não foi demonstrada de forma clara e que os atos praticados não se configuram como tentativa de estupro.

Legislação:

CP, art. 14: Define a tentativa como a execução iniciada, mas não consumada, por circunstâncias alheias à vontade do agente.

CP, art. 213: Define o crime de estupro, inclusive na forma tentada.

Jurisprudência:

Estupro Tentado

Crime Tentado


4. Defesa Penal

Na defesa penal, o advogado deve buscar demonstrar que a ação ou omissão do acusado não configura crime ou que não há provas suficientes para condenação. No caso de acusação de estupro tentado, é essencial questionar os elementos subjetivos do crime, como o dolo e a intencionalidade, e se houve violação ao direito de defesa.

Legislação:

CPP, art. 386, VII: Prevê a absolvição do réu quando não há provas suficientes para condenação.

Jurisprudência:

Defesa Penal

Absolvição por Falta de Provas


5. Presunção de Inocência

A presunção de inocência é um princípio constitucional que garante que o réu seja considerado inocente até que haja uma decisão condenatória transitada em julgado. Em casos de estupro tentado, o princípio é ainda mais relevante quando as provas são frágeis ou inconclusivas, devendo ser utilizado para reforçar a tese de que o réu não pode ser condenado sem certeza plena dos fatos.

Legislação:

CF/88, art. 5º, LVII: Estabelece a presunção de inocência como direito fundamental do réu.

Jurisprudência:

Presunção de Inocência

Princípio da Presunção de Inocência


6. Nulidade Processual

Caso tenha havido violação ao direito de defesa ou erro grave no processo, a defesa pode suscitar a nulidade processual. Esse é um ponto crucial em casos onde o réu foi prejudicado por questões formais ou procedimentais, como a falta de intimação de atos processuais ou a incerteza quanto à menoridade da suposta vítima.

Legislação:

CPP, art. 564: Trata das nulidades processuais que podem ser arguidas pela defesa.

Jurisprudência:

Nulidade Processual

Violação ao Direito de Defesa


7. Considerações Finais

Nas considerações finais, o advogado deve reforçar que a ausência de provas claras e a aplicação da presunção de inocência devem levar à absolvição do acusado. Além disso, é importante destacar qualquer nulidade processual que tenha prejudicado o direito de defesa, pedindo que seja reconhecida e acolhida para anular os atos processuais que possam ter comprometido a imparcialidade do julgamento.


 


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