Modelo de Apelação Criminal Requerendo Nulidade de Provas Digitais sem Perícia e Violação da Cadeia de Custódia

Publicado em: 15/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Este modelo de Razões de Apelação Criminal tem como objetivo impugnar sentença condenatória baseada exclusivamente em capturas de tela (prints) de conversas via WhatsApp, apresentadas sem observância da cadeia de custódia e sem realização de perícia técnica, conforme exigido pelo CPP, art. 158-A, CPP, art. 158-B, CPP, art. 158-C, CPP, art. 158-D, CPP, art. 158-E, CPP, art. 158-F. A peça argumenta que a ausência de laudo pericial compromete a autenticidade, integridade e a confiabilidade das provas digitais, violando os princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo legal previstos na CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV. O Apelante requer a nulidade das provas eletrônicas e sua absolvição por falta de provas válidas, ou, subsidiariamente, a anulação da sentença para reabertura da instrução processual. O documento é fundamentado em legislação pertinente e jurisprudência atualizada dos Tribunais de Justiça.

RAZÕES DE APELAÇÃO CRIMINAL


1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de [UF]
[Comarca de origem do processo]

Processo nº: [número do processo]
Apelante: F. A. da S.
Apelado: Ministério Público do Estado de [UF]

RAZÕES DE APELAÇÃO

F. A. da S., já qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado infra-assinado, nos autos da Ação Penal que lhe move o Ministério Público do Estado de [UF], inconformado com a respeitável sentença de primeiro grau que o condenou com base em provas eletrônicas (prints de conversas via WhatsApp) sem a devida observância da cadeia de custódia, vem, respeitosamente, apresentar suas

RAZÕES DE APELAÇÃO

2. PRELIMINARMENTE

Preliminarmente, requer-se o reconhecimento da nulidade das provas eletrônicas utilizadas como fundamento da condenação, por violação ao disposto no CPP, art. 158-A e seguintes, que disciplinam a cadeia de custódia da prova penal. As capturas de tela de conversas via WhatsApp foram juntadas aos autos sem qualquer laudo pericial, sem preservação da integridade, origem e autenticidade dos dados, comprometendo a confiabilidade da prova e violando o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

A ausência de perícia técnica compromete a validade da prova digital, pois não se pode garantir que os prints apresentados não tenham sido manipulados, editados ou extraídos de contexto. A jurisprudência pátria tem exigido a observância da cadeia de custódia como requisito de validade da prova digital, sob pena de nulidade.

3. DOS FATOS

O Apelante foi denunciado e posteriormente condenado por suposta prática de crime com base em mensagens de texto trocadas via aplicativo WhatsApp, as quais teriam sido apresentadas pela vítima como capturas de tela (prints).

Contudo, referidas mensagens foram juntadas aos autos sem qualquer laudo pericial que atestasse sua autenticidade, integridade ou origem. Não houve preservação da cadeia de custódia, tampouco se demonstrou que os dados foram extraídos diretamente do aparelho do Apelante ou que foram auditados por profissional técnico habilitado.

A sentença condenatória baseou-se, em grande parte, nessas provas eletrônicas, desconsiderando a ausência de perícia e a violação à cadeia de custódia, o que compromete a higidez da decisão.

4. DO DIREITO

A CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV, assegura a todos o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. A utilização de provas obtidas sem observância das garantias legais viola frontalmente tais princípios.

O CPP, art. 158-A, CPP, art. 158-B, CPP, art. 158-C, CPP, art. 158-D, CPP, art. 158-E, CPP, art. 158-F, a obrigatoriedade de observância da cadeia de custódia da prova, especialmente quando se trata de elementos digitais suscetíveis de manipulação.

O CPP, art. 158-A, § 3º, define cadeia de custódia como o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

No presente caso, não houve qualquer procedimento técnico que assegurasse a autenticidade das mensagens apresentadas. A simples juntada de capturas de tela, desacompanhadas de"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de Apelação Criminal interposta por F. A. da S., inconformado com a respeitável sentença proferida pelo juízo de primeiro grau, que o condenou com base em provas eletrônicas consistentes em capturas de tela (prints) de conversas via aplicativo WhatsApp, juntadas aos autos sem a devida observância da cadeia de custódia e sem a realização de perícia técnica.

II - Fundamentação

O cerne da controvérsia reside na validade das provas eletrônicas utilizadas para embasar a condenação do apelante, notadamente os prints de conversas via WhatsApp, juntados sem a realização de perícia técnica e sem observância da cadeia de custódia, nos moldes previstos no CPP, art. 158-A, CPP, art. 158-B, CPP, art. 158-C, CPP, art. 158-D, CPP, art. 158-E, CPP, art. 158-F.

A CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV, garante a todos o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa. Tais garantias se refletem diretamente na necessidade de que toda prova produzida em processo penal observe critérios técnicos e legais que assegurem sua autenticidade, integridade e confiabilidade.

O CPP, art. 158-A dispõe que a cadeia de custódia compreende o conjunto de procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado, de forma a permitir seu rastreamento desde a coleta até o descarte.

No caso concreto, as mensagens eletrônicas foram apresentadas sem qualquer laudo pericial, sem cadeia de custódia comprovada, e sem qualquer mecanismo que assegurasse sua integridade e autenticidade. Não se demonstrou se as mensagens foram extraídas diretamente do aparelho do apelante, tampouco se foram auditadas por profissional técnico habilitado.

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que a ausência de cadeia de custódia compromete a validade da prova digital, sendo causa de nulidade processual, nos termos do CPP, art. 563.

Ainda que o conteúdo das mensagens não tenha sido impugnado diretamente, isso não supre a necessidade de verificação técnica. A presunção de veracidade não pode ser atribuída a documentos digitais sem controle de integridade, sob pena de violação ao sistema acusatório e à presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII).

O voto do magistrado deve ser fundamentado, conforme exige a CF/88, art. 93, inciso IX, que determina que \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões\". Assim, não pode subsistir sentença condenatória baseada em prova cuja validade esteja comprometida por vício insanável.

III - Dispositivo

Diante do exposto, com fundamento na CF/88, art. 5º, incisos LIV, LV e LVII, e na CF/88, art. 93, inciso IX, bem como no CPP, art. 158-A, CPP, art. 158-B, CPP, art. 158-C, CPP, art. 158-D, CPP, art. 158-E, CPP, art. 158-F e CPP, art. 563, VOTO no sentido de DAR PROVIMENTO à apelação para anular a sentença condenatória proferida em desfavor de F. A. da S., reconhecendo a nulidade das provas eletrônicas utilizadas (prints de WhatsApp), por ausência de perícia e quebra da cadeia de custódia.

Como consequência da nulidade das provas fundamentais à condenação, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal, absolvendo o apelante com base no CPP, art. 386, inciso VII.

É como voto.

IV - Determinação

Determino a expedição imediata de alvará de soltura, se por outro motivo não estiver preso, e a baixa dos autos, com as devidas anotações cartorárias.

 

[Local], [Data de Julgamento]

Desembargador Relator


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