Modelo de Defesa Prévia em Ação Penal por Tráfico de Drogas com Questionamento sobre Cadeia de Custódia e Validade da Prova Pericial

Publicado em: 11/04/2025 Droga Direito Penal Processo Penal
Modelo de Defesa Prévia apresentada em processo criminal no qual o réu é acusado da prática do crime de tráfico de drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput). A peça destaca, em sede preliminar, a possível quebra da cadeia de custódia dos vestígios apreendidos, conforme previsão do CPP, art. 158-A, CPP, art. 158-B, CPP, art. 158-C, CPP, art. 158-D, CPP, art. 158-E, CPP, art. 158-F. Além disso, questiona a validade da prova pericial e solicita esclarecimentos ao perito responsável quanto à integridade e validade do princípio ativo das substâncias analisadas. Fundamenta-se nos princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV), bem como no princípio do in dubio pro reo e no CPP, art. 386, VII. Inclui jurisprudência atualizada que reforça a necessidade de observância da cadeia de custódia para a validade da prova.

DEFESA PRÉVIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de __________ – Tribunal de Justiça do Estado __________

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

RÉU: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, auxiliar de serviços gerais, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº XX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico: ajdoss@email.com.

DEFENSOR: Advogado constituído, Dr. X. Y. Z., inscrito na OAB/___ sob o nº XXXXX, com escritório profissional situado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico: xyzadv@email.com, vem, respeitosamente, apresentar a presente

DEFESA PRÉVIA

3. SÍNTESE DOS FATOS

O acusado foi denunciado pela suposta prática do crime previsto na Lei 11.343/2006, art. 33, caput, sob a alegação de que estaria traficando substâncias entorpecentes. Consta na denúncia que, em data e local determinados, policiais militares realizaram abordagem ao acusado e apreenderam consigo substâncias supostamente entorpecentes, além de aparelhos celulares.

No entanto, a defesa técnica aponta que há indícios de irregularidades na cadeia de custódia dos vestígios apreendidos, bem como ausência de informações técnicas sobre a validade do princípio ativo das substâncias analisadas. Tais elementos são essenciais para a comprovação da materialidade do delito e devem ser devidamente esclarecidos.

4. PRELIMINARES

4.1. DA POSSÍVEL QUEBRA DA CADEIA DE CUSTÓDIA

A defesa suscita, como questão preliminar, a possível quebra da cadeia de custódia dos vestígios apreendidos, nos termos do CPP, art. 158-B, que dispõe sobre a necessidade de preservação da cronologia e integridade dos elementos de prova desde a coleta até a apresentação em juízo.

No caso em tela, não há nos autos elementos que demonstrem de forma clara e precisa o caminho percorrido pelos objetos apreendidos (substâncias e celulares), tampouco se foram observados os procedimentos legais de acondicionamento, lacre, registro e custódia.

Tal omissão compromete a confiabilidade da prova e pode ensejar a sua nulidade, conforme entendimento consolidado na jurisprudência pátria.

5. DOS PEDIDOS À PERÍCIA

Diante da ausência de informações técnicas essenciais no laudo pericial, a defesa requer que o perito responsável pela análise das substâncias apreendidas seja instado a esclarecer:

  • Se o princípio ativo das substâncias entorpecentes analisadas encontrava-se dentro do prazo de validade no momento da perícia, considerando a possibilidade de degradação química que possa comprometer a identificação e quantificação da substância;
  • Se houve quebra da cadeia de custódia dos vestígios apreendidos, especialmente no que tange aos procedimentos adotados pela Polícia Militar no momento da apreensão e transporte dos objetos até o órgão pericial, bem como se foram observadas as diretrizes do CPP, art. 158-A, CPP, art. 158-B, CPP, art. 158-C, CPP, art. 158-D, CPP, art. 158-E, CPP, art. 158-F.

Tais esclarecimentos são imprescindíveis para a ampla defesa e contraditório, princípios constitucionais assegurados na CF/88, art. 5º, LV.

6. DO DIREITO

A validade da prova pericial depende da observância rigorosa da cadeia de custódia, conforme previsto no CPP, art. 158-B, que estabelece:

...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de análise da denúncia ofertada contra A. J. dos S., imputando-lhe a prática do crime previsto na Lei 11.343/2006, art. 33, caput, sob a alegação de tráfico de substância entorpecente. Ressalta-se que a defesa técnica apresentou Defesa Prévia, suscitando preliminarmente a quebra da cadeia de custódia dos vestígios apreendidos, bem como a ausência de informações técnicas sobre a validade do princípio ativo das substâncias analisadas.

I – Admissibilidade

Conheço da presente ação penal, por estarem presentes os pressupostos processuais e condições da ação. A Defesa Prévia foi apresentada tempestivamente e acompanhada de documentos pertinentes.

II – Da Preliminar: Quebra da Cadeia de Custódia

A defesa suscita como preliminar a quebra da cadeia de custódia, nos termos do CPP, art. 158-B. De fato, a legislação processual penal exige a preservação da história cronológica dos vestígios desde sua coleta até a apreciação judicial, sendo indispensável a documentação clara de todas as fases de manuseio dos objetos apreendidos.

No presente caso, conforme apontado pela defesa, os autos não contêm elementos suficientes que demonstrem o percurso dos vestígios, tampouco os procedimentos de lacre, registro e acondicionamento realizados. A ausência desses registros compromete a confiabilidade da prova pericial e enseja sua desconsideração, sob pena de afronta ao devido processo legal.

III – Da Validade da Prova Pericial

A defesa também requer esclarecimentos acerca da validade do princípio ativo da substância apreendida, apontando possível degradação química que inviabilizaria a caracterização da materialidade do delito. Tal circunstância, se confirmada, afasta a certeza necessária à condenação, nos termos do CPP, art. 386, VII.

O direito à ampla defesa e ao contraditório, assegurados na CF/88, art. 5º, exige que o réu tenha acesso a provas idôneas, produzidas e analisadas de acordo com os ditames legais.

Em atenção a CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais, é imperioso reconhecer que a ausência de documentação da cadeia de custódia e de esclarecimentos técnicos sobre a validade do princípio ativo impossibilita a formação de um juízo seguro acerca da materialidade do crime.

IV – Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência pátria, em especial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, tem reiteradamente reconhecido a nulidade da prova quando há dúvidas quanto à cadeia de custódia ou à legalidade da abordagem policial:

“Preservação da cadeia de custódia da prova que, de fato, se destina a assegurar a história cronológica do vestígio, desde a sua coleta até a sua apreciação pelo magistrado. [...] Ausência de prova suficientemente hígida acerca da autoria delitiva para sustentar um juízo de reprovação, revela-se, como única solução jurídica possível, a absolvição do acusado.”
– TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ
“Forçoso concluir que os depoimentos dos policiais foram contraditórios quanto à motivação da abordagem, não havendo consenso sobre as circunstâncias que justificariam a revista. [...] A busca pessoal foi irregular, o que enseja a ilicitude das provas obtidas e todas as delas derivadas, nos termos do CPP, art. 157, § 1º.” 
– TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ

V – Conclusão

Diante da ausência de elementos suficientes que atestem a regularidade da cadeia de custódia dos vestígios apreendidos, bem como de informações técnicas fundamentais à validade da prova pericial, entendo que não subsiste prova segura da materialidade do delito.

Assim, com fundamento no CPP, art. 386, inciso VII, JULGO IMPROCEDENTE a pretensão punitiva estatal e ABSOLVO A. J. dos S. da imputação que lhe foi feita, por não restar provada a existência do fato típico.

Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.

Cidade __________, ___ de __________ de 2024.

____________________________________
Juiz de Direito


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