Modelo de Contestação de Ação de Arbitramento de Aluguéis em Disputa de Herança com Pedido de Improcedência e Compensação de Despesas

Publicado em: 18/02/2024 Civel
Contestação apresentada pelo réu em ação de arbitramento de aluguéis, argumentando a ocupação proporcional ao quinhão hereditário, a boa-fé na conservação do imóvel e a ausência de fundamento jurídico para o pagamento de aluguéis. Fundamentada no Código Civil e no CPC/2015, a peça jurídica destaca a compensação de despesas com base em jurisprudências do STJ e TJSP, e pleiteia a improcedência dos pedidos do autor, ou, subsidiariamente, a compensação dos valores.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Processo nº: __________

Réu: [Nome do Réu, qualificação completa, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência]

Autor: [Nome do Autor, qualificação completa, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência]

[Nome do Réu], já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO, nos termos do CPC/2015, art. 350, em face da ação de arbitramento de aluguéis ajuizada por [Nome do Autor], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

Trata-se de ação de arbitramento de aluguéis proposta pelo autor, sob a alegação de que o réu estaria utilizando parte do imóvel objeto de herança comum sem a devida contraprestação aos demais herdeiros. O imóvel em questão é uma casa, deixada como herança pelo pai das partes, e possui oito herdeiros.

O réu, no entanto, ocupa apenas a garagem do imóvel, que é uma área anexa, sem comunicação com a casa principal, e que possui dimensão inferior ao quinhão que lhe é devido na herança. Além disso, o réu sempre cuidou da conservação do imóvel como um todo, arcando com todas as despesas necessárias, incluindo o pagamento do IPTU por anos consecutivos.

Ressalte-se que a área ocupada pelo réu está localizada dentro de uma servidão utilizada por um terceiro, que não é herdeiro do imóvel, mas que possui propriedade nos fundos e utiliza a referida servidão para acessar seu imóvel.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o réu, como herdeiro legítimo, possui direito à posse do imóvel em proporção ao seu quinhão hereditário, nos termos do CCB/2002, art. 1.791. A ocupação de uma área inferior ao quinhão que lhe cabe não configura esbulho, tampouco gera obrigação de pagamento de aluguéis aos demais herdeiros.

Ademais, o réu tem contribuído para a conservação do imóvel, arcando com despesas essenciais, como o pagamento do IPTU, o que demonstra sua boa-fé e zelo pelo patrimônio comum. Tal conduta deve ser considerada para afastar qualquer alegação de enriquecimento sem causa por parte do réu, conforme previsto no CCB/2002, art. 884.

No que tange à servidão, a área ocupada pelo réu é utilizada também por um terceiro para acesso à sua propriedade, o que reforça que a ocupação do réu não interfere na fruição do imóvel pelos demais herdeiros. Assim, não há fundamento jurídico "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de ação de arbitramento de aluguéis ajuizada pelo autor, sob a alegação de que o réu estaria utilizando parte do imóvel objeto de herança comum sem a devida contraprestação aos demais herdeiros. O réu apresentou contestação afirmando que ocupa apenas a garagem do imóvel, em área inferior ao quinhão que lhe cabe, e que custeou despesas relacionadas à conservação do bem.

Análise Hermenêutica

Inicialmente, saliento que o julgamento deve observar o disposto na Constituição Federal de 1988, especialmente o artigo 93, IX, que determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados.

O Código Civil Brasileiro (CCB/2002), no artigo 1.791, assegura aos herdeiros o direito à posse e ao uso proporcional ao quinhão hereditário. Da análise dos autos, verifica-se que o réu ocupa apenas uma área anexa ao imóvel comum, cuja dimensão é inferior ao que lhe cabe como herdeiro. Não há nos autos comprovação de que o réu tenha impedido ou restringido a fruição do imóvel pelos demais herdeiros.

Ademais, o artigo 884 do CCB/2002 veda o enriquecimento sem causa, princípio que se aplica tanto ao autor quanto ao réu. A prova documental constante dos autos demonstra que o réu arcou com despesas relacionadas à conservação do imóvel, incluindo o pagamento de tributos como o IPTU. Esses atos configuram zelo e boa-fé na administração do bem comum.

No que tange à alegação de arbitramento de aluguéis, a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e de Tribunais Estaduais permite a compensação de despesas comprovadamente realizadas para conservação do imóvel com eventual arbitramento de valores devidos a título de aluguel. Contudo, no presente caso, não restou demonstrado o uso exclusivo do bem pelo réu, o que afasta a necessidade de arbitramento de aluguéis.

Jurisprudências Aplicáveis

1. STJ (3ª T.) - REsp 2.000.288 - MG: "Justifica-se a compensação de despesas realizadas no imóvel comum para afastar ou reduzir obrigação de pagamento de aluguéis."

2. TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP: "A ausência de uso exclusivo por um dos herdeiros afasta o arbitramento de taxa de ocupação."

Conclusão

Diante do exposto, com fundamento no artigo 93, IX, da Constituição Federal de 1988, e no artigo 1.791 do Código Civil Brasileiro, VOTO pela improcedência do pedido de arbitramento de aluguéis formulado pelo autor.

Eventual arbitramento de aluguel deve observar o princípio da proporcionalidade e considerar a compensação das despesas comprovadamente realizadas pelo réu para a conservação do imóvel, caso seja reconhecida alguma obrigação futura neste sentido.

Decisão

Por fim, conheço do recurso interposto e julgo improcedente a ação, condenando o autor ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do artigo 85 do CPC/2015.

É como voto.

[Local], [Data].

____________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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