Modelo de Contestação de Decisão Condominial que Restringe o Uso de Vagas Frontais por Condôminos com Veículos Plotados

Publicado em: 21/02/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Petição inicial apresentada por proprietário/mensalista/locatário de sala comercial em condomínio empresarial, requerendo a nulidade de decisão condominial que proíbe o uso de vagas frontais por veículos plotados. A ação destaca a violação de direitos de propriedade, isonomia e participação em assembleias, além de pleitear indenização por danos morais e materiais causados pela medida discriminatória e abusiva. O documento fundamenta-se no Código Civil, Constituição Federal e jurisprudências correlatas, requerendo tutela de urgência e medidas reparatórias.

PETIÇÃO INICIAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____________

Nome do Autor: A. J. dos S., brasileiro, estado civil, profissão, portador do CPF nº ____________, residente e domiciliado na ____________, endereço eletrônico ____________.

Nome do Réu: Condomínio Empresarial ____________, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ____________, com sede na ____________, endereço eletrônico ____________.

Nome do Réu: Estacionamento Privado ____________, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ____________, com sede na ____________, endereço eletrônico ____________.

DOS FATOS

O Autor é proprietário/mensalista/locatário de uma sala comercial localizada no Condomínio Empresarial ____________. Recentemente, o condomínio, em assembleia da qual o Autor não foi devidamente notificado, deliberou que os condôminos, incluindo proprietários, mensalistas e locatários, estariam proibidos de estacionar nas vagas localizadas na parte frontal do complexo, caso os veículos fossem plotados. Essas vagas passaram a ser destinadas exclusivamente, de forma rotativa, aos clientes do estacionamento privado que passou a operar no local.

Tal decisão trouxe prejuízos significativos ao Autor, que utiliza as vagas para atender seus clientes, os quais frequentemente chegam ao local. As vagas da parte frontal, mais próximas da entrada, permanecem ociosas, enquanto os condôminos são obrigados a estacionar em vagas mais distantes, localizadas no fundo ou no subsolo do prédio. Essa situação configura discriminação contra os condôminos que possuem veículos plotados e prejudica o exercício regular de suas atividades comerciais.

Além disso, a decisão tomada em assembleia não foi comunicada de forma adequada ao Autor, violando os princípios da boa-fé e da transparência que devem reger as relações condominiais. A restrição imposta carece de fundamento legal e extrapola os limites do poder de regulamentação do condomínio.

DO DIREITO

A decisão do condomínio de proibir o uso das vagas frontais por condôminos com veículos plotados viola o direito de propriedade garantido pelo CCB/2002, art. 1.228, bem como o princípio da isonomia previsto na CF/88, art. 5º, caput. A restrição imposta não encontra respaldo na convenção condominial e configura abuso de poder por parte da administração do condomínio.

Ademais, a ausência de notificação adequada para participação na assembleia em que a decisão foi tomada viola o direito do Autor de participar das deliberações condominiais, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.334, §1º. A decisão, portanto, é nula de pleno direito.

A exploração das vagas por um estacionamento privado, em detrimento dos condôminos, também co"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação judicial ajuizada por A. J. dos S., na qualidade de proprietário/mensalista/locatário de sala comercial no Condomínio Empresarial ____________, em face do referido condomínio e do Estacionamento Privado ____________. O Autor alega que foi prejudicado por deliberação tomada em assembleia condominial, sem sua notificação, que restringiu o uso das vagas frontais do empreendimento por veículos plotados, em benefício exclusivo do estacionamento privado.

A decisão do condomínio, segundo o Autor, violou seu direito de propriedade, o princípio da isonomia, os deveres de transparência e boa-fé nas relações condominiais, além de causar-lhe danos morais e materiais.

Voto

1. Fundamentação Fática e Jurídica

Os fatos narrados pelo Autor demonstram clara violação de seu direito de propriedade, garantido pelo art. 1.228 do Código Civil, e do princípio da isonomia, insculpido no art. 5º, caput, da Constituição Federal. A restrição imposta pelo condomínio, que impede o uso das vagas frontais por veículos plotados, configura discriminação injustificada em prejuízo dos condôminos.

Ademais, a ausência de notificação do Autor para a assembleia condominial em que a decisão foi tomada afronta o disposto no art. 1.334, §1º, do Código Civil, que assegura o direito de participação nas deliberações condominiais. Trata-se de vício formal que compromete a validade do ato administrativo.

No que tange à exploração das vagas pelo estacionamento privado, tal prática desvia a destinação das áreas comuns do condomínio, em violação ao art. 1.336, IV, do Código Civil. Essas vagas devem ser utilizadas prioritariamente pelos condôminos, conforme a finalidade do empreendimento.

Por fim, resta comprovada a ocorrência de danos morais e materiais ao Autor, que teve suas atividades comerciais prejudicadas e sofreu constrangimento ao ser impedido de utilizar as vagas de forma rotativa. Nos termos do art. 927 do Código Civil, a reparação dos danos é medida que se impõe.

2. Jurisprudência Aplicável

A jurisprudência tem reconhecido a nulidade de decisões condominiais que violam os direitos dos condôminos e o dever de indenizar pelos prejuízos causados. Destaco os seguintes precedentes:

  • TJSP (34ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Barueri: \"O interesse processual do condômino e a legitimidade passiva do condomínio são evidentes, uma vez que condômino estava sendo impedido pelos responsáveis pela gestão do condomínio de utilizar as vagas de garagem expressamente vinculadas a sua unidade.\"
  • TJSP (27ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Guarulhos: \"Dano moral indenizável configurado, ante as circunstâncias específicas do caso concreto. Autora que se viu impossibilitada de ingressar no Condomínio onde reside com veículo automotor.\"

3. Conclusão

À luz dos fatos e fundamentos jurídicos apresentados, entendo que a decisão condominial que restringiu o uso das vagas frontais por veículos plotados é nula, por violação ao direito de propriedade e ao princípio da isonomia. Reconheço, ainda, a responsabilidade dos Réus pelos danos morais e materiais suportados pelo Autor.

Por conseguinte, voto pela procedência parcial do pedido formulado pelo Autor, para:

  1. Declarar a nulidade da decisão condominial que restringiu o uso das vagas frontais por veículos plotados.
  2. Determinar que o Autor possa utilizar as vagas frontais de forma rotativa, independentemente de os veículos serem plotados.
  3. Condenar os Réus ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ ____________ e danos materiais no valor de R$ ____________.
  4. Condenar os Réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente em parte o pedido para declarar a nulidade da decisão condominial, assegurar o uso das vagas frontais pelo Autor e condenar os Réus ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, conforme fundamentação.

É o voto.

Local e data.

____________________________
Assinatura do Magistrado
Nome do Magistrado


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