Modelo de Contrarrazões ao Agravo de Instrumento em Ação Declaratória de Inexistência de Débito com Pedido de Tutela de Urgência
Publicado em: 17/10/2024 ConsumidorCONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE INSTRUMENTO
I – ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
II – PREÂMBULO
Processo nº: [número do processo originário]
Agravante: [Banco R. S. A.]
Agravada: M. F. de S. L.
M. F. de S. L., brasileira, aposentada, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua XXX, nº XXX, Bairro XXX, Cidade XXX, Estado XXX, endereço eletrônico: [email protected], já qualificada nos autos da Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenização por Danos Morais, que move em face de [Banco R. S. A.], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas CONTRARRAZÕES AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, interposto pelo banco agravante, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
III – SÍNTESE FÁTICA
A agravada ajuizou ação declaratória de inexistência de débito com pedido de tutela de urgência, em razão da realização de empréstimo consignado fraudulento em seu benefício previdenciário, sem sua anuência ou assinatura válida, promovido pelo banco agravante.
Diante da verossimilhança das alegações e do evidente risco de dano irreparável à subsistência da autora, o juízo de primeiro grau deferiu a tutela de urgência para determinar a imediata suspensão dos descontos indevidos no benefício previdenciário da agravada, sob pena de multa diária.
O banco agravante, inconformado com a decisão interlocutória, interpôs o presente Agravo de Instrumento, ao qual foi concedido efeito suspensivo. Contudo, vale destacar que, à época da interposição do recurso, o banco já havia cumprido a ordem judicial, suspendendo os descontos, o que torna o agravo inócuo e desprovido de interesse recursal útil.
IV – TEMPESTIVIDADE E ADMISSIBILIDADE
As presentes contrarrazões são tempestivas, tendo em vista que foram apresentadas dentro do prazo legal previsto no CPC/2015, art. 1.019, II. São também admissíveis, pois atendem aos requisitos formais exigidos para a manifestação da parte agravada em sede recursal.
V – DO DIREITO
A decisão agravada encontra-se em perfeita consonância com os princípios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e da proteção do consumidor (CF/88, art. 5º, XXXII e art. 170, V), bem como com o disposto no CPC/2015, art. 300, que exige a presença da probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo para a concessão da tutela provisória.
A agravada é pessoa idosa, hipervulnerável, que teve parte de sua renda mensal comprometida por descontos indevidos, decorrentes de contrato que jamais celebrou. A documentação acostada aos autos demonstra a ausência de assinatura válida no suposto contrato, além da inexistência de qualquer autorização expressa para a contratação do empréstimo.
O perigo de dano é evidente, pois os descontos recaem sobre verba de natureza alimentar, essencial à subsistência da agravada. A jurisprudência é pacífica no sentido de que, diante da dúvida sobre a validade do contrato, deve-se privilegiar a proteção do consumidor e suspender os de"'>...