Modelo de Contrarrazões aos Embargos de Declaração em Ação de Complementação de Indenização Securitária

Publicado em: 26/11/2024 Civel
Esta peça processual refere-se às contrarrazões apresentadas pela apelada, M. G. F., contra os embargos de declaração opostos pela seguradora Allianz Seguros S/A. A seguradora contesta a legitimidade ativa da apelada, alegando que o espólio deveria ser parte da ação de complementação de indenização securitária, decorrente do falecimento de seu companheiro. A apelada, porém, busca reparação por danos morais e materiais, em nome próprio, por ter arcado com despesas de funeral e por sofrer prejuízos emocionais decorrentes da perda. A presente manifestação visa manter a decisão que reconheceu a legitimidade da apelada.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ___

Processo nº: 0024270-04.2023.8.16.0021
Apelante: Allianz Seguros S/A
Apelada: M. G. F.
Endereço Eletrônico (Apelada): [email protected]

CONTRARRAZÕES AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

I - DOS FATOS

Trata-se de embargos de declaração opostos pela seguradora Allianz Seguros S/A, irresignada com a r. decisão que afastou a preliminar de ilegitimidade ativa da apelada, M. G. F., viúva do falecido, para figurar no polo ativo da ação de complementação de indenização securitária. A seguradora alega que a apelada não possui legitimidade, sustentando que os bens envolvidos devem ser objeto de inventário e que o espólio deveria figurar como parte autora.

A apelada, por sua vez, ajuizou a presente demanda em nome próprio, requerendo a complementação de indenização securitária em face do falecimento de seu companheiro, devido a acidente de trânsito. A decisão proferida pelo Juízo de primeira instância afastou a preliminar de ilegitimidade ativa, reconhecendo a legitimidade da apelada para postular em nome próprio, tendo em vista a natureza dos danos alegados, que incluem danos morais, despesas com o funeral e prejuízos emocionais derivados da perda do companheiro.

Importante frisar que o relacionamento da apelada com o falecido perdurou por muitos anos, sendo público e notório, constituindo uma união estável. Durante todo esse período, a apelada compartilhou com o falecido todas as responsabilidades e vivências familiares, o que torna evidente a legitimidade para pleitear a complementação da indenização securitária em razão do falecimento. A ausência de qualquer assistência por parte da seguradora aumentou ainda mais o sofrimento e a insegurança vividos pela apelada, que já enfrentava a dor da perda.

II - DA LEGITIMIDADE ATIVA DA APELADA

A r. decisão de primeira instância acertadamente afastou a ilegitimidade ativa da apelada, reconhecendo que a mesma possui legitimidade para pleitear indenização em nome próprio, conforme estabelecido no CPC/2015, art. 17, que prevê que, para postular em juízo, é necessário ter interesse e legitimidade. No presente caso, a apelada, como companheira do falecido e declarante da certidão de óbito, é parte diretamente afetada pelo falecimento e, portanto, possui legitimidade para buscar a reparação dos danos sofridos.

É importante destacar que a apelada não postula em nome do espólio, mas em nome próprio, buscando indenização pelos danos morais sofridos e pelo ressarcimento das despesas decorrentes do falecimento de seu companheiro. Assim, não há que se falar em inventário para fins de indenização por danos morais, uma vez que esses são pessoais e afetam diretamente a apelada, não se confundindo com os bens deixados pelo falecido. Esses danos, de natureza eminentemente pessoal, causaram profundo sofrimento e afetaram a estabilidade emocional e financeira da apelada, que se viu diante de uma situação extremamente delicada, na qual a falta de recursos e o abalo psicológico resultaram em dificuldades consideráveis para superar o luto.

III - DA TEORIA DA ASSERÇÃO E DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

A teor do CPC/2015, art. 319, a legitimidade deve ser analisada à luz da teoria da asserção, que considera as alegações feitas na inicial para fins de admissibilidade da demanda. A apelada alegou ser a companheira do falecido e, como tal, é diretamente afetada pela perda, o que lhe confere legitimidade para pleitear a devida indenização. Além disso, o pedido de indenização por danos morais não se confunde com a partilha de bens do falecido, que eventualmente deve ser realizada em inventário, tratando-se de questão diversa daquela aqui discutida. Os danos morais pleiteados pela apelada decorrem da dor emocional profunda e dos efeitos devastadores que a morte de seu companheiro trouxe para sua vida, afetando diretamente sua saúde mental e qualidade de vida.

No tocante ao ressarcimento das despesas decorrentes do falecimento, é evidente que essas são de responsabilidade do requerido, "'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito:

I - Dos Fatos

O presente processo refere-se aos embargos de declaração apresentados pela seguradora Allianz Seguros S/A, que contesta a decisão proferida em primeira instância, a qual afastou a preliminar de ilegitimidade ativa da apelada, M. G. F., para figurar no polo ativo da demanda de complementação de indenização securitária, relacionada ao falecimento de seu companheiro em acidente de trânsito. A seguradora sustenta que o espólio deveria ser a parte autora da ação, pois os bens do falecido devem ser objeto de inventário.

A apelada, no entanto, ingressou com a demanda em nome próprio, buscando a complementação da indenização securitária por conta dos danos morais sofridos, das despesas com o funeral e dos prejuízos emocionais decorrentes da perda de seu companheiro. O relacionamento entre a apelada e o falecido era de união estável, reconhecida pela convivência pública, contínua e duradoura. A ausência de qualquer assistência por parte da seguradora agravou o sofrimento da apelada, já vulnerável pela perda.

A decisão proferida pelo Juízo de primeira instância reconheceu que a apelada possui legitimidade para pleitear a indenização securitária em nome próprio, por se tratar de danos pessoais, de natureza moral e material, que afetam diretamente a sua pessoa.

II - Da Legitimidade Ativa da Apelada

A decisão do Juízo de primeira instância foi acertada ao afastar a preliminar de ilegitimidade ativa da apelada, conforme o disposto no CPC/2015, art. 17, que exige interesse e legitimidade para que alguém postule em juízo. No presente caso, a apelada, sendo companheira do falecido e declarante da certidão de óbito, tem legitimidade para buscar reparação pelos danos sofridos, tanto materiais (despesas de funeral) quanto morais (prejuízos emocionais pela perda).

Não se trata de uma ação movida pelo espólio do falecido, pois a apelada não está pleiteando direitos relacionados à partilha de bens. Ao invés disso, busca reparação pessoal, já que foi diretamente prejudicada pelo falecimento do seu companheiro, sendo a principal afetada pelos danos emocionais e financeiros resultantes desse evento. Os danos morais são, por definição, pessoais e intransferíveis, não cabendo, portanto, ao espólio pleiteá-los em seu lugar.

III - Da Teoria da Asserção e do Pedido de Indenização por Danos Morais

Nos termos do CPC/2015, art. 319, a legitimidade deve ser analisada de acordo com a teoria da asserção, que considera as alegações iniciais para avaliar se a parte tem legitimidade para propor a demanda. A apelada alegou ser a companheira do falecido, tendo compartilhado com ele uma vida em união estável, o que lhe confere legitimidade para buscar a indenização securitária.

Além disso, é preciso distinguir a partilha de bens realizada em inventário dos danos morais pleiteados nesta demanda. Os danos morais sofridos pela apelada não se confundem com os bens do falecido, mas são resultado da perda do seu companheiro e do abalo emocional e material sofrido em decorrência dessa perda. A teoria da asserção, portanto, sustenta a legitimidade da apelada, uma vez que a sua alegação de união estável e os prejuízos sofridos são suficientes para justificar sua participação no polo ativo da demanda.

No tocante às despesas decorrentes do falecimento, a apelada arcou com os custos do funeral e está pleiteando o ressarcimento desses valores. Tal pedido é justificado pela necessidade de cobertura securitária, prevista na apólice do seguro, de forma que a seguradora deve responder pela complementação da indenização.

IV - Da Manutenção da Decisão Recorrida

Diante de todo o exposto, fica evidente que a apelada possui legitimidade para figurar no polo ativo da presente demanda. A tentativa da seguradora de afastar essa legitimidade não tem fundamento, pois os direitos discutidos nesta ação são pessoais e exclusivos da apelada, relacionados ao sofrimento e às despesas resultantes da perda de seu companheiro.

A decisão de primeira instância está em consonância com os princípios constitucionais, como o princípio da dignidade da pessoa humana e o princípio da efetividade da prestação jurisdicional, previstos no CF/88, art. 1º, III e art. 5º, XXXV. A dignidade da apelada deve ser preservada, pois o sofrimento que ela enfrentou com a perda do companheiro exige uma resposta judicial justa, que lhe permita ser reparada pelos danos emocionais e materiais sofridos.

Além disso, o comportamento da seguradora, ao tentar impedir a apelada de pleitear seus direitos, demonstra uma tentativa de protelar a execução da indenização, ignorando a dor e a situação de vulnerabilidade da apelada. A manutenção da decisão que reconheceu a legitimidade da apelada é essencial para garantir a justiça e a reparação pelos danos sofridos.

V - Considerações Finais

As contrarrazões aos embargos de declaração visam manter a decisão de primeira instância que reconheceu a legitimidade ativa da apelada, garantindo-lhe o direito de buscar, em nome próprio, a indenização securitária pela perda do companheiro. A tentativa da seguradora de afastar a legitimidade da apelada carece de fundamento, pois os direitos pleiteados são pessoais e relacionados ao sofrimento direto e às despesas que ela teve de suportar.

A decisão recorrida é justa e está em harmonia com os princípios constitucionais de proteção à dignidade da pessoa humana e de acesso à justiça. A apelada tem o direito de buscar a reparação dos danos morais e materiais sofridos, sendo que a seguradora deve ser responsável pela complementação da indenização devida, conforme o contrato de seguro. A manutenção da decisão recorrida é, portanto, medida que se impõe para garantir que os direitos da apelada sejam respeitados e que ela possa obter a reparação pelos prejuízos sofridos.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Manifestação Contrária ao Recolhimento de Complementação de Taxa Judiciária em Cumprimento de Sentença

Modelo de Manifestação Contrária ao Recolhimento de Complementação de Taxa Judiciária em Cumprimento de Sentença

Publicado em: 15/07/2024 Civel

Modelo de manifestação contrária ao recolhimento de complementação de taxa judiciária em cumprimento de sentença, com fundamentos legais, constitucionais e jurídicos. Inclui argumentação e defesas possíveis.

Acessar

Modelo de Petição Inicial de Revisão de Pensão por Morte com Complementação Prevista na Lei 8.186/91

Modelo de Petição Inicial de Revisão de Pensão por Morte com Complementação Prevista na Lei 8.186/91

Publicado em: 23/07/2024 Civel

Modelo de petição inicial para ação de revisão de pensão por morte, visando a complementação do benefício de acordo com a Lei 8.186/91, incluindo o pedido de pagamento retroativo ao quinquênio prescricional.

Acessar

Modelo de Recurso Especial. Insuficiência do preparo recursal. Ausência de intimação para complementação. Violação ao art. 1.007, § 2º, do CPC.

Modelo de Recurso Especial. Insuficiência do preparo recursal. Ausência de intimação para complementação. Violação ao art. 1.007, § 2º, do CPC.

Publicado em: 16/01/2024 Civel

O presente recurso especial versa sobre a insuficiência do preparo recursal, sem prévia intimação para complementação.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 19,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 29,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 26,63 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 79,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 21,65 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 129,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 15,70 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 219,90

Parcele em até 6x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.