Modelo de Contrarrazões de A. J. dos S. à Apelação interposta por M. F. de S. L., requerendo o não conhecimento do recurso por ausência de dialeticidade e manutenção da sentença que extinguiu o processo por inépcia da in...

Publicado em: 23/04/2025 Processo Civil
Modelo de contrarrazões à apelação dirigida ao Tribunal de Justiça de São Paulo, em que a parte recorrida sustenta a inadmissibilidade do recurso pela ausência de fundamentação específica (princípio da dialeticidade), requerendo o não conhecimento do apelo e a manutenção da sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito por inépcia da inicial, com base no CPC/2015 e na jurisprudência consolidada. Inclui pedido subsidiário de manutenção da decisão e condenação em custas e honorários.

CONTRARRAZÕES À APELAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

2. PRELIMINARMENTE

DA INADMISSIBILIDADE DA APELAÇÃO POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO – OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE

Inicialmente, cumpre suscitar a preliminar de inadmissibilidade do recurso de apelação interposto por M. F. de S. L., uma vez que o apelo não apresenta fundamentos voltados a demonstrar o eventual equívoco da decisão recorrida. Tal deficiência afronta o princípio da dialeticidade, o qual exige que o recorrente impugne especificamente os fundamentos da sentença, nos termos do CPC/2015, art. 1.010, II.

O princípio da dialeticidade impõe ao recorrente o ônus de expor, de forma clara e objetiva, os motivos de fato e de direito pelos quais entende que a decisão recorrida deve ser reformada. A ausência de impugnação específica impede o conhecimento do recurso, pois não há como o órgão ad quem analisar supostos erros da sentença que sequer foram apontados.

Ressalta-se que a jurisprudência pátria é pacífica no sentido de que a ausência de dialeticidade conduz à inadmissibilidade do recurso, por configurar manifesta inobservância ao CPC/2015, art. 1.010, II.

Dessa forma, requer-se o não conhecimento da apelação por ausência de dialeticidade, com a consequente manutenção da r. sentença de primeiro grau.

3. DOS FATOS

A presente demanda foi ajuizada por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., tendo sido proferida sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito, por inépcia da inicial. Inconformada, a parte autora interpôs recurso de apelação, o qual, contudo, não apresenta fundamentos aptos a demonstrar o suposto equívoco da decisão hostilizada.

O recurso limita-se a reiterar argumentos genéricos, sem impugnar de forma específica os fundamentos da sentença, especialmente no que tange à inépcia da inicial e à ausência dos requisitos do CPC/2015, art. 319. Assim, verifica-se a ausência de dialeticidade, tornando o apelo manifestamente inadmissível.

Ademais, a parte recorrente foi devidamente intimada para apresentar suas razões recursais, tendo optado por não enfrentar os fundamentos essenciais da decisão recorrida, o que evidencia a fragilidade do recurso interposto.

4. DO DIREITO

4.1. DA OBRIGATORIEDADE DA FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO – PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE

O CPC/2015, art. 1.010, II, determina que o recurso de apelação deve conter os fundamentos de fato e de direito que justificam a reforma ou anulação da sentença. O princípio da dialeticidade exige que o recorrente aponte, de forma clara e objetiva, os pontos da decisão que entende equivocados, apresentando argumentos que demonstrem o desacerto do julgado.

A ausência de impugnação específica aos fundamentos da sentença impede o conhecimento do recurso, porquanto não há como o Tribunal analisar supostos erros que sequer foram indicados pela parte recorrente. Trata-se de exigência lógica e jurídica, que visa garantir a efetividade do contraditório e a racionalidade do processo.

4.2. DOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

O contraditório e a ampla defesa são princípios constitucionais previstos na CF/88, art. 5º, LV, e reiterados no CPC/2015, art. 1010, § 1º, que asseguram às partes o direito de se manifestar sobre todos os atos e termos do processo. Oportunizada a apresentação de contrarrazões, cabe à parte recorrida demonstrar a ausência de fundamentos válidos no recurso, o que ora se faz.

4.3. DA INÉPCIA DO RECURSO DE APELAÇÃO

O recurso de apelação interposto por M. F. de S. L. não atende aos requisitos legais, pois não apresenta fundamentos capazes de i"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de recurso de apelação interposto por M. F. de S. L. contra sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito, por inépcia da inicial, nos termos do CPC/2015, art. 485, I. A parte recorrida, A. J. dos S., apresentou contrarrazões, sustentando a inadmissibilidade da apelação por ausência de fundamentação específica, em afronta ao princípio da dialeticidade e ao CPC/2015, art. 1.010, II.

II. Fundamentação

1. Da Admissibilidade do Recurso

De início, cumpre analisar a preliminar de inadmissibilidade da apelação suscitada pela parte recorrida. O CPC/2015, art. 1.010, II, estabelece que o recurso de apelação deve conter os fundamentos de fato e de direito que justificam a reforma ou anulação da sentença impugnada. O princípio da dialeticidade impõe ao recorrente o ônus de impugnar, de forma específica e clara, os fundamentos da decisão recorrida.

No caso dos autos, verifica-se que o recurso de apelação limita-se a repetir argumentos genéricos, sem enfrentar os fundamentos que motivaram a sentença de extinção sem resolução de mérito, especialmente quanto à inépcia da inicial e à ausência dos requisitos do CPC/2015, art. 319.

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a ausência de impugnação específica aos fundamentos da sentença inviabiliza o conhecimento do recurso, por manifesta ofensa ao princípio da dialeticidade. A propósito:

\"É obrigatória a intimação da parte recorrida para apresentação de contrarrazões ao recurso de apelação, sob pena de violação ao contraditório e à ampla defesa.\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Achile Alesina, j. 29/10/2024)

No presente caso, não se verifica impugnação direta e objetiva aos fundamentos da sentença, razão pela qual o recurso interposto mostra-se inadmissível.

2. Dos Princípios Constitucionais e Legais Aplicáveis

A CF/88, art. 5º, LV, assegura o contraditório e a ampla defesa às partes, com os meios e recursos a ela inerentes. Entretanto, tais garantias não autorizam a parte a apresentar recurso desprovido dos requisitos legais, em especial a necessidade de impugnação específica.

A CF/88, art. 93, IX, exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade, o que se estende à análise de admissibilidade recursal. Assim, o não conhecimento do recurso, ante a ausência de dialeticidade, encontra respaldo constitucional e processual.

3. Da Manutenção da Sentença

Não superada a preliminar de admissibilidade, e ausente impugnação específica aos fundamentos da sentença, impõe-se a manutenção da decisão de primeiro grau, que extinguiu corretamente o processo sem resolução de mérito, por inépcia da inicial (CPC/2015, art. 485, I).

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CPC/2015, art. 1.010, II, e na CF/88, art. 93, IX, voto pelo não conhecimento da apelação interposta por M. F. de S. L., por ausência de dialeticidade, com a consequente manutenção da sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito, nos termos do CPC/2015, art. 485, I.

Condeno a parte apelante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos legais.

IV. Conclusão

É como voto.

 

São Paulo, 10 de junho de 2025.
Desembargador Relator


 Fundamentação baseada na CF/88, art. 93, IX; CPC/2015, art. 1.010, II e CPC/2015, art. 485, I; e jurisprudência consolidada.


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