Modelo de Contrarrazões de Agravo Interno em Ação de Indenização por Danos Morais e Pedido de Instalação de Energia Elétrica para Comunidade Quilombola
Publicado em: 24/02/2025 CivelConsumidor Direito Imobiliário Meio AmbienteCONTRARRAZÕES DE AGRAVO INTERNO
PREÂMBULO
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator,
Processo nº 0001590-82.2021.8.19.0030
Recorrente: Ecoinvest Desenvolvimento Empresarial Ltda.
Recorrida: S. da C. M.
Com fundamento no CPC/2015, art. 1.021, a Recorrida, Simone da Conceição Marques, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar suas CONTRARRAZÕES AO AGRAVO INTERNO, nos autos do processo em epígrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DOS FATOS
A presente controvérsia decorre de ação judicial movida pela Recorrida contra a Ecoinvest Desenvolvimento Empresarial Ltda. (2ª Ré) e a Enel Energia (1ª Ré), visando à instalação de energia elétrica em sua residência, localizada em área de comunidade quilombola. A sentença de primeiro grau condenou a Ecoinvest ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título de danos morais, em razão de sua conduta reiterada de obstruir a instalação de energia elétrica no local.
Embora a licença ambiental necessária para a instalação da energia elétrica já tenha sido obtida, a Ecoinvest, proprietária das terras em processo de regularização para a comunidade quilombola Santa Justina Santa Izabel, insiste em interpor recursos, retardando a efetivação de um direito básico e essencial à vida humana, como o acesso à energia elétrica.
A agravante tenta justificar sua conduta sob o pretexto de proteção ambiental, mas, na realidade, busca atender a interesses de especulação imobiliária, em detrimento dos direitos fundamentais da comunidade quilombola.
DO DIREITO
A conduta da Ecoinvest viola princípios fundamentais consagrados na Constituição Federal, como o direito à dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o direito à moradia (CF/88, art. 6º). O acesso à energia elétrica é condição indispensável para a concretização desses direitos, sendo inadmissível que interesses econômicos prevaleçam sobre direitos fundamentais.
Além disso, a responsabilidade da agravante pelos danos morais decorre de sua conduta dolosa e reiterada em obstruir a instalação da energia elétrica, causando sofrimento e privação à Recorrida e à comunidade quilombola. Tal responsabilidade está amparada no CCB/2002, art. 186, que dispõe sobre a obrigação de reparar o dano causado por ato ilícito.
Importante ressaltar que a sentença de primeiro grau foi devidamente fundamentada, co"'>...