Modelo de Embargos à Execução Fiscal: Ilegitimidade Passiva por Alienação de Imóvel Não Registrado
Publicado em: 25/11/2024 Processo Civil TributárioEMBARGOS À EXECUÇÃO
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE _____________
Embargante: A. J. dos S.
Embargado: Município de _____________
PREÂMBULO
A. J. dos S., brasileiro(a), estado civil __________, profissão __________, portador(a) do CPF nº __________, residente e domiciliado(a) na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, por intermédio de seu advogado(a) que esta subscreve, com escritório profissional situado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPC/2015, art. 914, propor os presentes EMBARGOS À EXECUÇÃO em face do Município de _____________, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
DOS FATOS
O Embargante foi surpreendido com a execução fiscal promovida pelo Município de _____________, referente à cobrança de IPTU do imóvel localizado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________. Contudo, o referido imóvel foi vendido pelo Embargante à Sra. M. F. de S. L. em ___/___/_____, conforme contrato particular de compra e venda anexado.
Apesar da alienação, a compradora não realizou o registro do imóvel em seu nome junto ao Cartório de Registro de Imóveis, fato comprovado pela certidão de ônus reais em anexo. Em razão disso, as cobranças de IPTU continuam sendo direcionadas ao Embargante, o que é indevido, pois este não é mais o proprietário do bem.
Ademais, o Município requereu a penhora on-line de valores em conta bancária do Embargante, medida que se mostra desproporcional e injusta, considerando que o débito não lhe pertence.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que, nos termos do CCB/2002, art. 1.245, a transferência da propriedade de bens imóveis somente se opera com o registro do título translativo no Cartório de Registro de Imóveis. Contudo, a ausência de registro não exime a compradora de suas obrigações tributárias, especialmente quanto ao IPTU, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.
O IPTU é um tributo que incide sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, conforme CF/88, art. 156, I. No caso em tela, a posse e o domínio útil do imóvel foram transferidos à Sra. M. F. de S. L., que passou a exercer todos os poderes inerentes à propriedade, sendo, portanto, a responsável pelo pagamento do tributo.
Ademais, a penhora on-line requerida pelo Município afronta os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, uma vez que o Embargante não é o responsável pelo débito em questão. Tal medida configura constrição indevida de bens de terceiro, o que é vedado pelo CPC/2015, art. 674.
Por fim, o CPC/20"'>...