Modelo de Embargos à Execução Fiscal: Ilegitimidade Passiva por Alienação de Imóvel Não Registrado

Publicado em: 25/11/2024 Processo Civil Tributário
Petição de Embargos à Execução Fiscal proposta por pessoa física contra o Município, visando à declaração de ilegitimidade passiva em execução de dívida de IPTU, sob o fundamento de que o imóvel objeto do tributo foi alienado anteriormente, embora sem o devido registro no Cartório de Registro de Imóveis. O argumento jurídico central baseia-se no art. 1.245 do Código Civil e no art. 156, I da Constituição Federal, bem como na desproporcionalidade da penhora on-line solicitada pelo Município.

EMBARGOS À EXECUÇÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE _____________

Embargante: A. J. dos S.
Embargado: Município de _____________

PREÂMBULO

A. J. dos S., brasileiro(a), estado civil __________, profissão __________, portador(a) do CPF nº __________, residente e domiciliado(a) na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, por intermédio de seu advogado(a) que esta subscreve, com escritório profissional situado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPC/2015, art. 914, propor os presentes EMBARGOS À EXECUÇÃO em face do Município de _____________, pessoa jurídica de direito público, com sede na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

DOS FATOS

O Embargante foi surpreendido com a execução fiscal promovida pelo Município de _____________, referente à cobrança de IPTU do imóvel localizado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________. Contudo, o referido imóvel foi vendido pelo Embargante à Sra. M. F. de S. L. em ___/___/_____, conforme contrato particular de compra e venda anexado.

Apesar da alienação, a compradora não realizou o registro do imóvel em seu nome junto ao Cartório de Registro de Imóveis, fato comprovado pela certidão de ônus reais em anexo. Em razão disso, as cobranças de IPTU continuam sendo direcionadas ao Embargante, o que é indevido, pois este não é mais o proprietário do bem.

Ademais, o Município requereu a penhora on-line de valores em conta bancária do Embargante, medida que se mostra desproporcional e injusta, considerando que o débito não lhe pertence.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que, nos termos do CCB/2002, art. 1.245, a transferência da propriedade de bens imóveis somente se opera com o registro do título translativo no Cartório de Registro de Imóveis. Contudo, a ausência de registro não exime a compradora de suas obrigações tributárias, especialmente quanto ao IPTU, conforme entendimento consolidado na jurisprudência.

O IPTU é um tributo que incide sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, conforme CF/88, art. 156, I. No caso em tela, a posse e o domínio útil do imóvel foram transferidos à Sra. M. F. de S. L., que passou a exercer todos os poderes inerentes à propriedade, sendo, portanto, a responsável pelo pagamento do tributo.

Ademais, a penhora on-line requerida pelo Município afronta os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, uma vez que o Embargante não é o responsável pelo débito em questão. Tal medida configura constrição indevida de bens de terceiro, o que é vedado pelo CPC/2015, art. 674.

Por fim, o CPC/20"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Introdução

Trata-se de embargos à execução fiscal propostos por A. J. dos S. em face do Município de __________. A controvérsia gira em torno da legitimidade passiva do Embargante, que alega não ser o responsável pelo débito de IPTU em razão de alienação do imóvel objeto da cobrança.

Fatos

O Embargante foi surpreendido com uma execução fiscal referente à cobrança de IPTU do imóvel localizado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________. Contudo, o imóvel foi alienado à Sra. M. F. de S. L. em data anterior à execução, conforme contrato de compra e venda anexado aos autos.

Ainda que a compradora não tenha registrado o imóvel em seu nome no Cartório de Registro de Imóveis, o Embargante sustenta que a posse e o domínio útil foram transferidos, razão pela qual entende que a cobrança é indevida. O Município, por sua vez, requereu a penhora on-line de valores em conta bancária do Embargante, o que, segundo ele, configura constrição indevida.

Fundamentos Jurídicos

A questão central envolve a responsabilidade pelo pagamento do IPTU, cuja incidência decorre da propriedade, do domínio útil ou da posse do imóvel, conforme dispõe o art. 156, I, da Constituição Federal de 1988. Nos termos do art. 1.245 do Código Civil, a transferência da propriedade de bens imóveis exige o registro do título no Cartório de Registro de Imóveis. Contudo, a ausência de registro não exime o possuidor do imóvel de suas obrigações tributárias.

A jurisprudência consolidada reconhece que o possuidor do imóvel, ainda que sem registro, é responsável pelo pagamento do IPTU, uma vez que exerce os atributos inerentes à propriedade. Nesse sentido, destaca-se o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no julgamento do AgInt no AREsp. Acórdão/STJ.

Quanto à penhora on-line, a medida deve observar os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, evitando-se a constrição de bens de terceiro alheio à relação jurídica, conforme previsto no art. 674 do Código de Processo Civil.

Interpretação Hermenêutica

A análise dos fatos e do direito permite concluir que o Embargante, ao alienar o imóvel e transferir a posse e o domínio útil à compradora, deixou de ser o legítimo responsável pelo pagamento do IPTU. A ausência de registro no Cartório de Registro de Imóveis não pode prejudicar o alienante, especialmente quando há prova inequívoca da transferência da posse.

A constrição de valores em conta do Embargante, por sua vez, revela-se desproporcional e injusta, violando os princípios constitucionais da razoabilidade e da não surpresa (CF/88, art. 5º, LIV e LV). O meio processual adequado para discutir a legitimidade passiva do Embargante é, de fato, os embargos à execução, nos moldes do art. 917, I, do CPC.

Decisão

Fundamentação

Com base no art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais, entendo que o pedido formulado nos presentes embargos à execução merece ser acolhido. A transferência da posse e do domínio útil do imóvel à compradora é suficiente para afastar a responsabilidade tributária do Embargante, conforme disposto no art. 156, I, da CF/88 e no art. 1.245 do Código Civil.

Ademais, a penhora on-line viola os princípios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade, configurando constrição indevida de bens de terceiro, nos termos do art. 674 do CPC.

Conclusão

Ante o exposto, voto por dar procedência aos embargos à execução, para:

  1. Declarar a ilegitimidade passiva do Embargante e extinguir a execução fiscal, nos termos do art. 485, VI, do CPC;
  2. Determinar o levantamento da penhora on-line realizada sobre valores em conta bancária do Embargante;
  3. Condenar o Embargado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados nos termos do art. 85 do CPC.

É como voto.

Termos Finais

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

__________, ___ de __________ de 20___.

____________________________________
Magistrado


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