Modelo de Pedido de Absolvição Sumária por Inexistência de Tipicidade Material - Crime de Posse Ilegal de Arma Ineficaz

Publicado em: 27/11/2024 Direito Penal
Modelo de pedido de absolvição sumária no âmbito do Direito Penal, visando afastar a responsabilidade do réu por crime de posse ilegal de arma de fogo devido à ineficácia da arma apreendida. Fundamentação com base no CPP, art. 397, III, argumentando a falta de tipicidade material, uma vez que a arma não possui potencial lesivo, o que afasta a possibilidade de lesão ao bem jurídico protegido pela norma penal.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [LOCAL]

PROCESSO Nº [NÚMERO DO PROCESSO]

RÉU: A. J. DOS S.

PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA

A. J. DOS S., devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado, que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPP, art. 397, III, apresentar PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, em face da denúncia que lhe imputa o crime de posse ilegal de arma de fogo, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

I - DOS FATOS

O acusado A. J. dos S. foi denunciado pela prática do crime previsto no Estatuto do Desarmamento, Lei 10.826/2003, art. 12, sob a alegação de que mantinha em sua residência uma arma de fogo sem a devida autorização legal. Em razão disso, o réu foi preso em flagrante e posteriormente denunciado pelo Ministério Público.

Durante a instrução processual, foi determinada a realização de exame pericial na arma apreendida, conforme previsto no CPP, art. 158, com o objetivo de verificar a sua capacidade de produzir disparos. O laudo pericial concluiu pela ineficiência da arma de fogo, constatando que a mesma se encontrava em condições mecânicas que impossibilitavam seu funcionamento.

II - DO DIREITO

Conforme dispõe a Lei 10.826/2003, art. 12, constitui crime a posse irregular de arma de fogo de uso permitido, sendo necessário, para a configuração do tipo penal, que o objeto do delito seja uma arma com potencial lesivo. Contudo, o laudo pericial concluiu que a arma apreendida é ineficiente e não possui condições de realizar disparos.

A jurisprudência e a doutrina são pacíficas ao reconhecer que, para a configuração do crime de posse de arma de fogo, é necessária a demonstração da eficiência da arma. A ausência dessa característica afasta a tipicidade material do delito, visto que o bem jurídico tutelado pela norma é a incolumidade pública, não havendo risco concreto à sociedade quando a arma é incapaz de produzir disparos.

III - DEFINIÇÕES E CONCEITOS FUNDAMENTAIS

No âmbito do Direito Penal, tipicidade material é a exigência de que a conduta do agente, além de subsumir-se à descrição legal (tipicidade formal), seja capaz de causar um resultado lesivo relevante para o bem jurídico protegido pela norma penal. No presente caso, a ineficiência da arma de fogo compromete a tipicidade material do crime, pois não existe a possibilidade de lesão ao bem jurídico incolumidade pública.

Ainda, o Estatuto do Desarmamento visa proteger a segurança pública, prevenindo que armas de fog"'>...

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Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

O réu, A. J. dos S., foi denunciado pela prática do crime de posse ilegal de arma de fogo, tipificado no art. 12 da Lei 10.826/2003. Em sua residência foi encontrada uma arma, a qual foi submetida a exame pericial. O laudo pericial concluiu que a arma se encontrava em condições mecânicas que impossibilitavam o seu funcionamento, ou seja, a arma era ineficaz e incapaz de produzir disparos.

A denúncia se baseia na posse de uma arma de fogo supostamente irregular. Contudo, a arma apreendida foi considerada ineficiente pela perícia, o que impossibilita a configuração da tipicidade material do delito, uma vez que não existe potencial lesivo. O bem jurídico protegido pela norma é a incolumidade pública, e, no caso em tela, tal bem não foi ameaçado, pois a arma apreendida não possuía capacidade de causar qualquer dano.

Diante disso, o pedido de absolvição sumária se justifica, uma vez que não há materialidade para o crime, conforme estipula o CPP, art. 397, III. A doutrina e a jurisprudência são pacíficas no sentido de que a inexistência de potencialidade lesiva da arma exclui a tipicidade penal.

Defesas que Podem Ser Opostas pela Parte Contrária

A parte contrária (Ministério Público) pode argumentar que a simples posse de arma de fogo, mesmo que ineficaz, configura uma conduta que deve ser repreendida, considerando o caráter preventivo do Estatuto do Desarmamento. Além disso, pode sustentar que a posse de arma, ainda que ineficiente, pode ensejar um risco potencial, caso a mesma venha a ser restaurada ou modificada. Também poderá alegar que a perícia pode não ter sido conclusiva quanto à impossibilidade de reparo da arma.

Conceitos e Definições do Documento

  • Tipicidade Material: Refere-se à necessidade de que a conduta seja capaz de causar uma ofensa relevante ao bem jurídico tutelado pela norma penal. No presente caso, a ausência de potencial lesivo da arma de fogo exclui a tipicidade material do crime.

  • Princípio da Insignificância: Aplica-se quando a conduta não representa uma lesão relevante ao bem jurídico protegido, sendo considerada irrelevante para justificar a aplicação da sanção penal.

  • Princípio da Intervenção Mínima: Estabelece que o Direito Penal deve ser utilizado como última razão, apenas para a proteção de bens jurídicos realmente relevantes e em situações nas quais outros ramos do direito não seriam suficientes.

  • Estatuto do Desarmamento: Lei 10.826/2003, que regulamenta a posse e o porte de armas de fogo no Brasil, visando proteger a segurança pública e reduzir os riscos relacionados ao uso indevido de armas.

Considerações Finais

O pedido de absolvição sumária visa garantir que o réu não seja condenado por um crime cuja tipicidade material não se verifica, considerando que a arma apreendida não possui capacidade de causar qualquer dano à incolumidade pública. O Direito Penal deve ser utilizado de maneira justa e proporcional, respeitando os princípios da intervenção mínima e da insignificância, garantindo a dignidade da pessoa humana e evitando penalizações desnecessárias.


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