Modelo de Pedido de Limitação de Descontos em Folha de Pagamento de Empréstimos Consignados com Tutela de Urgência
Publicado em: 10/12/2024 CivelConstitucionalConsumidorEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________
Distribuição com Pedido de Tutela de Urgência
PREÂMBULO
Nome do Autor: A. J. dos S., brasileiro, casado, aposentado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, CEP __________, endereço eletrônico __________.
Nome do Réu: Banco __________, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede na Rua __________, nº ___, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, CEP __________.
Valor da Causa: R$ __________.
DOS FATOS
O Autor, aposentado e dependente de sua remuneração mensal para custear suas despesas básicas, contratou diversos empréstimos consignados junto ao Réu. Contudo, os descontos realizados diretamente em sua folha de pagamento ultrapassam o limite legal de 35% de sua remuneração líquida, conforme previsto na Lei 10.820/2003, art. 2º, §2º, I.
Tal situação compromete gravemente a subsistência do Autor, que se encontra em estado de superendividamento, impossibilitado de arcar com suas despesas essenciais, como alimentação, saúde e moradia. O Autor tentou, sem sucesso, renegociar os contratos com o Réu, buscando a redução dos descontos para o limite legal.
DO DIREITO
A Lei 10.820/2003, em seu art. 2º, §2º, I, estabelece que os descontos referentes a empréstimos consignados não podem ultrapassar 35% da remuneração líquida do contratante, sendo 30% destinados ao crédito consignado e 5% ao cartão de crédito consignado. Tal limitação visa preservar o caráter alimentar da remuneração e garantir a dignidade da pessoa humana, conforme preconizado pela CF/88, art. 1º, III.
O Código de Defesa do Consumidor (CDC), em seus arts. 6º, IV, e 39, V, protege o consumidor contra práticas abusivas e lesivas, como a imposição de condições contratuais que comprometam sua subsistência. Além disso, o CDC, art. 51, IV, considera nulas as cláusulas contratuais que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada.
A jurisprudência do STJ e de diversos Tribunais de Justiça reconhece a necessidade de limitação dos descontos em folha de pagamento a 30% da remuneração líquida, em respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana e ao caráter alimentar dos vencimentos. Tal entendimento é consolidado no Tema 1085 do STJ.
Doutrina
Segundo o renomado doutrinador Cláudio Lembo, "a proteção ao consumidor superendividado é uma extensão do princípio da dignidade da"'>...