Modelo de Pedido de Reconhecimento do Direito Real de Habitação para Cônjuge Sobrevivente com Base no Art. 1.831 do Código Civil

Publicado em: 15/04/2024 Familia
Petição inicial apresentada por cônjuge sobrevivente para requerer o reconhecimento do direito real de habitação sobre o imóvel destinado à residência da família, com fundamento no artigo 1.831 do Código Civil de 2002. O documento aborda os fatos que motivam a solicitação, os fundamentos jurídicos que amparam o pedido, incluindo a proteção constitucional ao direito à moradia, e jurisprudências relevantes sobre o tema. Contém pedidos de reconhecimento do direito, intimação dos herdeiros para que respeitem o direito da viúva, concessão de gratuidade da justiça e produção de provas.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE __________

Processo nº __________

PREÂMBULO

A. J. dos S., viúva, brasileira, estado civil, profissão, portadora do CPF nº __________ e RG nº __________, residente e domiciliada na Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, endereço eletrônico __________, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, com fundamento no CCB/2002, art. 1.831, propor a presente

HABILITAÇÃO DO DIREITO REAL DE HABITAÇÃO DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE

em face do espólio de F. J. dos S., falecido em ___/___/____, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

DOS FATOS

O requerente foi casado com o falecido F. J. dos S. sob o regime de __________, conforme certidão de casamento anexa. O casal residia no imóvel situado à Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, que era utilizado como residência familiar e é o único imóvel deixado pelo falecido.

Após o falecimento de F. J. dos S., o requerente permaneceu residindo no imóvel, que constitui sua moradia habitual. Contudo, os herdeiros do falecido têm questionado o direito do requerente de permanecer no imóvel, alegando que este deveria ser partilhado entre os sucessores.

DO DIREITO

O direito real de habitação do cônjuge sobrevivente está expressamente garantido pelo CCB/2002, art. 1.831, que dispõe:

"Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único dessa natureza a inventariar."

Trata-se de um direito de natureza real, vitalício e personalíssimo, que visa proteger o direito fundamental à moradia, previsto no CF/88, art. 6º. O objetivo dessa norma é garantir ao cônjuge sobrevivente a permanência no imóvel que servia de lar ao casal, preservando sua dignidade e segurança.

O direito real de habitação independe do regime de bens adotado no casamento e não está condicionado à permanência do estado de viuvez, conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

...


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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Segue abaixo a simulação de um voto do magistrado, em formato HTML, baseado no documento jurídico fornecido. O voto é fundamentado na Constituição Federal de 1988, art. 93, IX, e apresenta a devida interpretação hermenêutica entre os fatos e o direito.

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de Habilitação do Direito Real de Habitação do Cônjuge Sobrevivente, proposta por A. J. dos S., viúva de F. J. dos S., com fundamento no CCB/2002, art. 1.831. A requerente pleiteia o reconhecimento do direito real de habitação sobre o imóvel em que residia com o de cujus, alegando tratar-se do único bem utilizado como residência familiar.

Os herdeiros do falecido contestam o pedido, alegando que o imóvel deve ser partilhado entre os sucessores, e que o direito de habitação não se aplica ao caso concreto.

Fundamentação

Dos Fatos e do Direito

O direito real de habitação do cônjuge sobrevivente encontra-se expressamente previsto no CCB/2002, art. 1.831, que assegura ao cônjuge sobrevivente o direito de permanecer no imóvel destinado à residência da família, desde que este seja o único bem dessa natureza a ser inventariado. A norma tem como objetivo proteger o direito fundamental à moradia, conforme disposto no art. 6º da Constituição Federal de 1988.

Ademais, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem reafirmado que o direito real de habitação é de natureza personalíssima, vitalícia e independente do regime de bens adotado no casamento, conforme demonstrado nos precedentes apresentados:

  • STJ - REsp Acórdão/STJ: "O direito real de habitação é conferido ao cônjuge sobrevivente independentemente do regime de bens do casamento e da titularidade do imóvel."
  • STJ - REsp Acórdão/STJ: "O direito real de habitação possui caráter protetivo, resguardando o direito constitucional à moradia."

No caso em análise, verifica-se que o imóvel em questão era utilizado pelo casal como residência familiar e é o único bem dessa natureza deixado pelo falecido. Assim, restam preenchidos os requisitos legais para a concessão do direito real de habitação à requerente.

Princípios Constitucionais Aplicáveis

A proteção ao direito de habitação está alinhada aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da garantia do direito à moradia (CF/88, art. 6º). Negar o pedido da requerente implicaria violação desses princípios, especialmente considerando a sua condição de viúva e a ausência de outros bens destinados à sua moradia.

Conclusão

Diante dos fatos e fundamentos apresentados, entendo que o pedido formulado pela requerente é legítimo e encontra amparo tanto na legislação infraconstitucional quanto nos princípios constitucionais aplicáveis. Assim, o direito real de habitação deve ser reconhecido e garantido.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na presente ação para:

  1. Reconhecer o direito real de habitação de A. J. dos S. sobre o imóvel situado à Rua __________, nº __________, Bairro __________, Cidade __________, Estado __________, nos termos do CCB/2002, art. 1.831;
  2. Determinar que os herdeiros do falecido se abstenham de praticar quaisquer atos que impeçam o exercício do referido direito pela requerente;
  3. Conceder os benefícios da gratuidade da justiça à requerente, nos termos do CPC/2015, art. 98.

Condeno os herdeiros ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% do valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

__________, ___ de __________ de 20___.
_______________________________________
Juiz(a) de Direito


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