Modelo de Pedido de Revogação de Prisão Preventiva em Caso de Suposta Tentativa de Roubo com Fundamentação em Ausência de Dolo e Inexistência de Requisitos do CPP, Art. 312
Publicado em: 16/04/2025 Direito Penal Processo PenalPEDIDO DE REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ª Vara Criminal da Comarca de [Cidade/UF]
(ou, se já em grau recursal, ao Tribunal de Justiça do Estado de [UF])
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Requerente: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, pedreiro, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG nº 0.000.000-0, residente e domiciliado à Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, [Cidade/UF], CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].
Advogado: M. F. de S. L., OAB/UF 00000, endereço profissional à Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Centro, [Cidade/UF], CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].
Requerido: Ministério Público do Estado de [UF], com endereço à Rua da Justiça, nº 300, Bairro Centro, [Cidade/UF], CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].
3. SÍNTESE DOS FATOS
O requerente, A. J. dos S., encontra-se atualmente preso preventivamente sob a acusação de tentativa de roubo, em razão de ocorrência registrada no dia [data do fato].
Na ocasião, A. J. dos S. dirigiu-se à residência de seu irmão, motivado por desavenças familiares e por ter sido vítima de agressão anterior, com o intuito de causar danos ao imóvel.
Contudo, vizinhos, ao presenciarem a movimentação, presumiram tratar-se de tentativa de roubo e acionaram a polícia. O requerente foi detido em flagrante e, posteriormente, teve sua prisão convertida em preventiva, encontrando-se custodiado até o presente momento.
Ressalte-se que não houve subtração de bens, tampouco emprego de violência ou grave ameaça contra terceiros, sendo o dolo do requerente direcionado à destruição de patrimônio, e não à prática de crime patrimonial.
4. DOS FUNDAMENTOS FÁTICOS
A análise dos autos revela que a conduta do requerente não corresponde à tipificação penal de tentativa de roubo, uma vez que não houve intenção de subtrair coisa alheia móvel, mas sim de causar danos à propriedade do irmão, motivado por questões pessoais.
O dolo, elemento subjetivo do tipo penal, é requisito essencial para a configuração do crime de roubo (CP, art. 157). No caso concreto, a intenção do requerente era de vingança pessoal, sem qualquer propósito de obtenção de vantagem patrimonial.
Ademais, não há nos autos elementos concretos que demonstrem risco à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, fundamentos indispensáveis para a manutenção da prisão preventiva, conforme preconiza o CPP, art. 312.
O requerente é primário, possui residência fixa, trabalho lícito e não apresenta antecedentes criminais, circunstâncias que evidenciam sua baixa periculosidade e a ausência de risco à ordem pública, afastando a necessidade de segregação cautelar.
Ressalte-se, ainda, que a manutenção da prisão preventiva, em hipóteses como a presente, afronta o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) e o princípio da homogeneidade, que veda a imposição de medida cautelar mais gravosa do que a eventual reprimenda definitiva.
5. DO DIREITO
A prisão preventiva é medida de exceção, somente admitida quando presentes os requisitos do CPP, art. 312, quais sejam: garantia da ordem pública, da ordem econômica, conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal.
O CPP, art. 319, prevê a possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, as quais devem ser preferidas sempre que suficientes para resguardar os fins do processo penal.
No caso em tela, não há elementos concretos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva do requerente, seja porque o fato não se amolda ao tipo penal de tentativa de roubo, seja porque não há risco concreto à ordem pública ou à instrução criminal.
O princípio da presunção de inocência, consag"'>...