Modelo de Petição Inicial - Ação Anulatória de Consolidação da Propriedade com Pedido de Danos Morais e Tutela Antecipada
Publicado em: 14/10/2024 CivelPETIÇÃO INICIAL – AÇÃO ANULATÓRIA DE CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE COM PEDIDO DE DANOS MORAIS E TUTELA ANTECIPADA
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
A. J. dos S., brasileiro, casado, comerciante, portador do CPF nº 000.000.000-00 e do RG nº 0.000.000 SSP/UF, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: ajdoss@example.com, por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua Tal, nº 123, Bairro Alfa, Cidade/UF, endereço eletrônico: advogado@example.com, vem, respeitosamente, propor a presente:
AÇÃO ANULATÓRIA DE CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE COM PEDIDO DE DANOS MORAIS E TUTELA ANTECIPADA
em face de BANCO XYZ S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, com sede na Avenida Principal, nº 1000, Bairro Central, Cidade/UF, CEP 00000-000, endereço eletrônico: juridico@bancoxyz.com, pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos.
3. DOS FATOS
O Autor firmou com o Réu contrato de financiamento com garantia de alienação fiduciária de bem imóvel, nos termos da Lei 9.514/1997. O bem dado em garantia é o imóvel situado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Jardim, Município de [cidade/UF], matriculado sob o nº 00000 no Cartório de Registro de Imóveis da referida comarca.
Por dificuldades financeiras temporárias, o Autor deixou de adimplir algumas parcelas do financiamento. Contudo, não foi regularmente notificado para purgar a mora, conforme exige o art. 26, §1º, da Lei 9.514/1997. Ainda assim, o Réu promoveu a consolidação da propriedade em seu nome, sem observância do devido processo legal e do contraditório, violando, portanto, o direito de propriedade do Autor.
A consolidação da propriedade foi realizada de forma unilateral e irregular, sem que o Autor tivesse ciência ou oportunidade de purgar a mora. A ausência de notificação pessoal, como exige a legislação, torna nulo o procedimento de excussão extrajudicial da garantia.
Além disso, o Autor sofreu abalo emocional considerável ao tomar conhecimento da perda de seu imóvel, o qual constitui seu único bem de moradia, sendo surpreendido com a consolidação da propriedade em nome do banco. Tal conduta configura ato ilícito e enseja reparação por danos morais.
4. DO DIREITO
A presente ação encontra amparo no CPC/2015, art. 319, que estabelece os requisitos da petição inicial, bem como na Lei 9.514/1997, art. 26, §§ 1º e 3º, que regulam o procedimento de consolidação da propriedade em contratos de alienação fiduciária de bem imóvel.
Nos termos do art. 26, §1º, da Lei 9.514/1997, é imprescindível que o devedor fiduciante seja pessoalmente notificado para purgar a mora no prazo legal. A ausência dessa notificação pessoal, ou sua realização de forma irregular, invalida todo o procedimento de consolidação da propriedade.
A jurisprudência pátria tem reconhecido que a ausência de notificação pessoal do devedor para purgação da mora configura vício insanável no procedimento de consolidação da propriedade, o que enseja a anulação do ato e a reparação por danos morais, conforme o CCB/2002, art. 927, parágrafo único, e o CDC, art. 14, quando aplicável.
Ademais, a conduta do banco viola os princípios da boa-fé objetiva, da função social do contrato e da dignidade da pessoa humana, previstos na CF/88, art. 1º, III e art. 5º, XXII, bem como no CCB/2002, art. 421.
A tutela antecipada é cabível, nos termos do CPC/2015, art. 300, diante da verossimilhança das alegações e do perigo de dano irreparável, uma vez que o imóvel é o único bem de moradia do Autor, e sua perda pode gerar consequências irreversíveis.
5. JURISPRUDÊNCIAS
“Alienação fiduciária. Bem imóvel. Demanda anulatória de atos de excussão extrajudicial da garantia. Ale"'>...