Modelo de Reclamação Trabalhista com Pedido de Reconhecimento de Vínculo Empregatício em Face de Coisa Boa Hamburgueria Ltda

Publicado em: 08/04/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Petição inicial de reclamação trabalhista proposta por atendente de balcão contra a empresa Coisa Boa Hamburgueria Ltda, visando ao reconhecimento de vínculo empregatício. A peça fundamenta-se na CLT, art. 3º, CLT, art. 9º, CLT, art. 442 e CLT, art. 818, além do princípio da primazia da realidade, para comprovar a relação de emprego. São requeridas a formalização do contrato na CTPS, pagamento de verbas trabalhistas (saldo de salário, férias + 1/3, 13º salário proporcional, FGTS + 40%, entre outras) e a concessão de justiça gratuita.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA ___ VARA DO TRABALHO DE [CIDADE/UF]

[Nome do advogado], advogado(a), inscrito(a) na OAB/[UF] sob o nº [número], com escritório profissional situado na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro na CLT, art. 9º, CLT, art. 442, CLT, art. 818 e seguintes, CPC/2015, art. 319 (aplicável subsidiariamente ao processo do trabalho, conforme CLT, art. 769), propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

com pedido de RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO, em face de:

COISA BOA HAMBÚRGUERIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], pelos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos.

I – DOS FATOS

A Reclamante, I. da S. F., foi contratada em 17 de julho de 2023 para exercer a função de atendente de balcão na empresa Reclamada, Coisa Boa Hambúrgueria Ltda.

Desde o início da prestação de serviços, a Reclamante desempenhava atividades típicas de um contrato de trabalho: cumpria jornada fixa, recebia ordens diretas de superiores, utilizava uniforme fornecido pela empresa, trabalhava exclusivamente para a Reclamada e recebia remuneração semanal em espécie, sem qualquer formalização contratual ou anotação em sua CTPS.

Ocorre que, mesmo diante da presença de todos os requisitos legais da relação de emprego – pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade –, a Reclamada jamais formalizou o vínculo empregatício, mantendo a Reclamante em situação de informalidade e precariedade.

Tal conduta afronta frontalmente os princípios que regem o Direito do Trabalho, notadamente o da proteção ao trabalhador e da primazia da realidade.

II – DO DIREITO

Nos termos da CLT, art. 3º, considera-se empregado "toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário".

Na hipótese dos autos, estão presentes todos os elementos caracterizadores da relação de emprego:

  • Pessoalidade: a Reclamante não podia se fazer substituir por terceiros;
  • Onerosidade: recebia remuneração semanal em espécie;
  • Subordinação: cumpria ordens diretas de superiores hierárquicos;
  • Habitualidade: trabalhava de forma contínua, em dias e horários fixos.

Ademais, a ausência de registro em CTPS configura infração a CLT, art. 29, caput, que impõe ao empregador o dever de proceder à anotação da carteira de trabalho no prazo de até 5 dias úteis após a admissão.

Por força da CLT, art. 9º, são nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na legislação trabalhista. A conduta da Reclamada, ao manter a Reclamante em situação de informalidade, configura fraude à legislação trabalhista.

O princípio da primazia da realidade impõe que, em caso de divergência entre a forma e a r"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de reclamação trabalhista proposta por I. da S. F. em face de Coisa Boa Hambúrgueria Ltda, na qual a Reclamante pleiteia o reconhecimento do vínculo empregatício e o pagamento das verbas trabalhistas decorrentes, alegando a presença dos elementos caracterizadores da relação de emprego, conforme previsto na CLT, art. 3º.

I – DOS FATOS E DO DIREITO

Consta nos autos que a Reclamante foi contratada pela Reclamada em 17 de julho de 2023, para exercer a função de atendente de balcão, sem que houvesse formalização contratual ou registro em CTPS. Durante a relação, a Reclamante desempenhou atividades que evidenciam os requisitos de um vínculo empregatício, a saber: pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade.

A ausência de registro em carteira configura violação ao disposto na CLT, art. 29, sendo nulos os atos que visem desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação da legislação trabalhista, conforme a CLT, art. 9º. Ademais, o princípio da primazia da realidade, amplamente aceito na jurisprudência trabalhista, impõe que se reconheça o vínculo empregatício quando os fatos demonstram clara relação de emprego, independentemente da ausência de formalização.

Também merece destaque o princípio de proteção ao trabalhador, garantido pela CF/88, art. 7º, I, que assegura a proteção da relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa.

II – APRECIAÇÃO HERMENÊUTICA

Os fatos narrados pela Reclamante foram corroborados por documentação anexada aos autos e por depoimentos testemunhais. Verifica-se que a Reclamada, ao manter a Reclamante em situação de informalidade, violou normas fundamentais de proteção ao trabalhador, conforme previsto na Constituição Federal e na Consolidação das Leis do Trabalho. A conduta da Reclamada é incompatível com os preceitos legais e constitucionais que regem as relações de trabalho.

Ademais, a Reclamada não apresentou provas que afastem os requisitos do vínculo empregatício, sendo portanto aplicável o disposto na CLT, art. 818, combinado com o CPC/2015, art. 373, II, que impõem ao empregador o ônus de demonstrar a inexistência de relação de emprego.

III – JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEL

“VÍNCULO DE EMPREGO. RECONHECIMENTO DE UNICIDADE CONTRATUAL. [...] as anotações constantes da CTPS evidenciam que houve, de fato, prestação de serviços ininterruptos pela reclamante em favor do mesmo grupo econômico, [...] de modo a caracterizar um único contrato de trabalho no período.”
(TST, 6ª Turma, ARR 20501-84.2015.5.04.0204, Rel. Min. Augusto Cesar Leite de Carvalho, DJ 24/02/2025)

Este precedente reforça o entendimento de que a ausência de formalização contratual não impede o reconhecimento de vínculo empregatício, desde que presentes os elementos caracterizadores da relação de emprego.

IV – DISPOSITIVO

À luz dos fundamentos fáticos e jurídicos apresentados, e com base na CF/88, art. 93, IX, voto pela procedência dos pedidos formulados pela Reclamante, reconhecendo o vínculo empregatício entre as partes, com início em 17/07/2023, e condenando a Reclamada ao cumprimento das seguintes obrigações:

  1. Registro do contrato de trabalho na CTPS da Reclamante, com a função de atendente de balcão, salário mensal de R$ [valor], jornada de trabalho de [horário], com a data de admissão em 17/07/2023;
  2. Pagamento das verbas trabalhistas decorrentes, incluindo:
    • Saldo de salário;
    • Férias + 1/3;
    • 13º salário proporcional;
    • Depósitos de FGTS acrescidos de 40% de multa;
    • Multa da CLT, art. 477, caso configurado atraso no pagamento da rescisão contratual.
  3. Concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos da CLT, art. 790, § 3º;
  4. Condenação ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais, conforme CPC/2015, art. 85.

Por fim, determino a intimação das partes para ciência desta decisão, bem como a inclusão do feito em pauta para execução, caso não haja interposição de recurso dentro do prazo legal.

É como voto.

[Cidade], [data].

[Nome do Magistrado]
Juiz(a) do Trabalho


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