Modelo de Recurso de Apelação em Ação Declaratória de Inexistência de Propriedade e Inexigibilidade de IPVA e Licenciamento contra o Estado do Tocantins

Publicado em: 12/12/2024 AdministrativoProcesso Civil Tributário
Este documento trata de um recurso de apelação interposto por J. C. A. F., no processo nº 0001945-77.2023.8.27.27210, em face do Estado do Tocantins, perante o Juizado Especial da Fazenda Pública de Guaraí – TO. A apelação visa à reforma da sentença que julgou improcedente o pedido de declaração de inexistência de propriedade de veículo e a inexigibilidade de débitos de IPVA e licenciamento. O documento fundamenta a legitimidade passiva do Estado, a inexistência de responsabilidade tributária do antigo proprietário e a apresentação de provas da alienação do veículo, com base em dispositivos legais como o CPC/2015, CTB, CTN e precedentes jurisprudenciais do STJ e TJTO.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DE GUARAÍ – TO

Processo nº: 0001945-77.2023.8.27.27210

J. C. A. F., já qualificado nos autos da AÇÃO DECLARATÓRIA NEGATIVA DE PROPRIEDADE DE VEÍCULO E INEXIGIBILIDADE DE IPVA E LICENCIAMENTO, que move em face do ESTADO DO TOCANTINS, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada que esta subscreve, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009, interpor o presente:

RECURSO DE APELAÇÃO

Em face da sentença que julgou improcedente o pedido inicial, requerendo que seja recebido e processado o presente recurso, com posterior remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins, para apreciação e julgamento, conforme os fatos e fundamentos a seguir expostos.

PREÂMBULO

Apelante: J. C. A. F.

Apelado: Estado do Tocantins

Origem: Juizado Especial da Fazenda Pública de Guaraí – TO

Processo nº: 0001945-77.2023.8.27.27210

I - DOS FATOS

O Apelante ajuizou a presente ação com o objetivo de obter o reconhecimento da inexistência de propriedade sobre o veículo Parati 1.6 Surf, vendido em 2020, e, consequentemente, a inexigibilidade de débitos tributários e multas incidentes sobre o bem. Contudo, a sentença de primeiro grau julgou improcedente o pedido, sob o fundamento de que não foram apresentadas provas suficientes para comprovar a alienação do veículo.

Ocorre que, conforme demonstrado nos autos, o Apelante apresentou documentos que comprovam a venda do veículo, bem como a ausência de posse ou domínio útil sobre o bem, o que afasta sua responsabilidade pelos débitos tributários e multas posteriores à alienação.

II - DO DIREITO

A sentença recorrida merece ser reformada, pelos seguintes fundamentos:

II.1 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO DO TOCANTINS

Conforme entendimento consolidado, o Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN/TO) é órgão integrante da Administração Pública Direta Estadual, sem personalidade jurídica própria, sendo representado pelo Estado do Tocantins. Assim, o Estado é parte legítima para figurar no polo passivo da presente demanda, conforme dispõe o CCB/2002, art. 43.

II.2 DA INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº 0001945-77.2023.8.27.27210

Relator: Magistrado Dr. Fulano de Tal

RELATÓRIO

Trata-se de Recurso de Apelação interposto por J. C. A. F., em face do Estado do Tocantins, contra sentença que julgou improcedente o pedido inicial da Ação Declaratória Negativa de Propriedade de Veículo e Inexigibilidade de IPVA e Licenciamento.

O Apelante pleiteia a reforma da sentença, alegando que comprovou a venda do veículo e que, por conseguinte, não é responsável pelos débitos tributários e multas incidentes após a alienação. Sustenta que a sentença de primeiro grau não analisou corretamente as provas apresentadas e que o entendimento jurisprudencial majoritário corrobora a sua tese.

O Apelado apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção da sentença.

É o relatório.

VOTO

I - Da admissibilidade do recurso

O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, sendo tempestivo e adequado, devendo ser conhecido.

II - Do mérito

A controvérsia dos autos cinge-se à análise da responsabilidade tributária do Apelante pelos débitos de IPVA e licenciamento incidentes sobre o veículo após a sua alienação.

Conforme dispõe o CTB, art. 134, a responsabilidade do antigo proprietário limita-se às penalidades administrativas relacionadas a infrações de trânsito. No entanto, no tocante aos débitos tributários, como o IPVA, aplica-se o disposto no CTN, art. 131, I, que atribui ao adquirente a responsabilidade pelos tributos incidentes sobre o bem adquirido.

O Apelante apresentou provas documentais suficientes para demonstrar a alienação do veículo, incluindo a inicial de processo de execução para recebimento do valor da venda e o título executivo. Além disso, a jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO) corrobora a tese de que a alienação do veículo afasta a responsabilidade tributária do antigo proprietário.

Destaco o seguinte precedente do STJ:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. A responsabilidade solidária prevista no CTB, art. 134, refere-se apenas às infrações de trânsito, não sendo possível interpretá-la ampliativamente para criar responsabilidade tributária ao antigo proprietário. (STJ, REsp Acórdão/STJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 07/02/2019)

Além disso, o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins já decidiu em situação análoga:

APELAÇÃO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. O Estado do Tocantins é parte legítima para figurar no polo passivo de ação anulatória de débitos fiscais oriundos de impostos e multas de veículo alienado a terceiro. A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no CTB, art. 134, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor após sua alienação. (TJTO, Apelação Cível, Acórdão/TJSP, Rel. Ângela Maria Ribeiro Prudente, julgado em 11/11/2020)

Assim, resta demonstrado que o Apelante não possui responsabilidade pelos débitos tributários e multas incidentes sobre o veículo após a alienação.

III - Da reforma da sentença

Diante do exposto, voto pelo provimento do recurso, para reformar a sentença de primeiro grau e julgar procedente o pedido inicial, declarando a inexistência de propriedade do veículo por parte do Apelante e, consequentemente, a inexigibilidade dos débitos de IPVA e licenciamento relacionados na inicial.

IV - Dos ônus sucumbenciais

Condeno o Apelado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85.

DISPOSITIVO

Ante o exposto, conheço do recurso e, no mérito, dou-lhe provimento, reformando a sentença para declarar a inexistência de propriedade do veículo e a inexigibilidade dos débitos tributários e multas posteriores à alienação.

É como voto.

Guaraí – TO, ___ de ____________ de 2023.

Magistrado Dr. Fulano de Tal


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