Modelo de Recurso em Sentido Estrito: Assistente de Acusação contra Decisão de Absolvição em Crime de Estupro de Vulnerável

Publicado em: 17/03/2025 Direito Penal Processo Penal
O documento trata de um Recurso em Sentido Estrito interposto pela Assistente de Acusação contra a decisão de segunda instância que manteve a absolvição do réu João Francisco Azevedo de Lima em processo penal por crimes de estupro de vulnerável (art. 217-A, CP) em continuidade delitiva (art. 71, CP). A peça fundamenta-se em elementos probatórios robustos, como depoimentos da vítima, testemunhas e laudos periciais, e aponta a violação de princípios como o \"in dubio pro societate\" e a necessidade de fundamentação adequada nos termos do art. 93, IX, da CF/88. O pedido inclui a reforma da decisão e a condenação do réu.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Processo nº: [inserir número do processo]

RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Assistente de Acusação: [Nome da Assistente de Acusação, qualificação completa, CPF, endereço eletrônico, domicílio e residência]

Recorrido: João Francisco Azevedo de Lima

Nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público, por intermédio de sua Assistente de Acusação, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com fundamento no CPP, art. 581, contra a decisão de segunda instância que, por unanimidade, não conheceu do apelo da Assistente de Acusação e negou provimento ao recurso interposto pelo Ministério Público.

Requer a remessa do presente recurso ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça para o devido conhecimento e provimento, nos termos das razões anexas.

Termos em que,

Pede deferimento.

[Local e data]

[Nome e assinatura do advogado]

OAB/[UF][número]


RAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

PREÂMBULO

Recorrente: [Nome da Assistente de Acusação]

Recorrido: João Francisco Azevedo de Lima

Origem: Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Egrégio Superior Tribunal de Justiça,

Colenda Turma,

A Assistente de Acusação, inconformada com a decisão de segunda instância que não conheceu do apelo interposto por esta e negou provimento ao recurso do Ministério Público, vem, respeitosamente, apresentar as razões do presente recurso, buscando a reforma da decisão para que seja reconhecida a procedência da denúncia e a condenação do réu pelos crimes previstos no CP, art. 217-A, em continuidade delitiva (CP, art. 71).

DOS FATOS

O réu, João Francisco Azevedo de Lima, foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), em continuidade delitiva (CP, art. 71). A denúncia foi recebida em 2018, e a instrução processual contou com depoimentos da vítima, testemunhas e o interrogatório do réu.

Apesar das provas robustas apresentadas, como o depoimento detalhado da vítima, relatos de testemunhas e laudos periciais, a sentença de primeira instância absolveu o réu com fundamento no CPP, art. 386, VII, por insuficiência "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de recurso em sentido estrito interposto pela Assistente de Acusação contra a decisão de segunda instância que, por unanimidade, não conheceu do apelo interposto e negou provimento ao recurso do Ministério Público. O réu, João Francisco Azevedo de Lima, foi denunciado pela prática do crime de estupro de vulnerável, nos termos do art. 217-A do Código Penal, com continuidade delitiva (art. 71 do Código Penal), sendo absolvido em primeira instância com fundamento no art. 386, VII, do CPP, por insuficiência de provas. A decisão foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Fundamentação

1. Aspectos Hermenêuticos e Constitucionais

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, toda decisão judicial deve ser fundamentada, sob pena de nulidade. O princípio da motivação das decisões judiciais tem como objetivo assegurar a transparência, controle e legitimidade do Poder Judiciário, além de garantir a ampla defesa e o contraditório das partes.

Na hipótese dos autos, verifica-se que a decisão de segunda instância não analisou adequadamente as provas apresentadas, limitando-se a manter a absolvição do réu sem fundamentação que apreciasse a relevância do depoimento da vítima e os demais elementos probatórios. Em casos de crimes contra a dignidade sexual, o STJ já consolidou o entendimento de que o depoimento da vítima, corroborado por outros elementos, como laudos periciais e testemunhos, é suficiente para a condenação, não podendo ser desconsiderado de forma arbitrária.

2. Análise das Provas

Os autos demonstram que há elementos probatórios robustos que corroboram a denúncia. O depoimento da vítima, minucioso e coerente, foi confirmado por testemunhas e laudos técnicos. A decisão de primeira instância absolveu o réu com base no art. 386, VII, do CPP, alegando insuficiência de provas, o que a meu ver não se sustenta diante do conjunto probatório apresentado.

Ademais, ao negar provimento ao recurso do Ministério Público, a instância revisora violou o princípio do in dubio pro societate, que deve prevalecer em casos em que há elementos suficientes para o prosseguimento da ação penal e para a análise do mérito das acusações.

3. Jurisprudência Pertinente

Cito jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que reforça a posição adotada neste voto:

\"O depoimento da vítima, em crimes contra a dignidade sexual, possui especial relevância, sobretudo quando corroborado por outros elementos de prova.\" (STJ, HC Acórdão/STJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, julgado em 11/06/2019, DJe 25/06/2019)

Também trago à baila precedentes deste Tribunal:

  • TJRJ (Terceira Câmara Criminal) - Apelação Acórdão/TJRJ - RJ: Decisão que reforça a necessidade de análise adequada das provas em crimes contra a dignidade sexual.
  • TJRJ (Oitava Câmara Criminal) - Recurso em Sentido Estrito Acórdão/TJRJ - RJ: Reforça a importância de fundamentação adequada em decisões que rejeitam denúncias ou absolvem réus em crimes graves.

Conclusão

Diante do exposto, voto pelo provimento do recurso interposto pela Assistente de Acusação, reformando a decisão de segunda instância para que seja reconhecida a procedência da denúncia e, consequentemente, a condenação do réu, João Francisco Azevedo de Lima, pela prática do crime previsto no art. 217-A do Código Penal, em continuidade delitiva (art. 71 do Código Penal).

Decisão

Ante o exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento, determinando a reforma da decisão recorrida para que seja reconhecida a procedência da denúncia e a condenação do réu nos termos do voto.

É como voto.

[Local e data]

[Nome do Magistrado]

[Cargo do Magistrado]


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