Modelo de Recurso Inominado para Revisão ou Sub-rogação de Cláusula de Inalienabilidade em Imóvel por Alteração de Condições Pessoais e Patrimoniais

Publicado em: 31/03/2025 CivelProcesso Civil
Recurso Inominado interposto por M. L. de O. contra sentença que julgou improcedente o pedido de cancelamento ou sub-rogação de cláusula de inalienabilidade sobre imóvel, fundamentado em alteração superveniente de condições pessoais e patrimoniais. A peça argumenta com base nos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e dignidade da pessoa humana, além de dispositivos do Código Civil e precedentes jurisprudenciais, pleiteando a reforma da sentença ou, subsidiariamente, a sub-rogação do gravame para novo imóvel adquirido pela Recorrente.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

RECORRENTE: M. L. de O.

RECORRIDO: F. A. A.

RECURSO INOMINADO

M. L. de O., já qualificada nos autos, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional indicado no rodapé, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento na Lei 9.099/1995, art. 41, interpor o presente RECURSO INOMINADO contra a sentença proferida nos autos do processo em epígrafe, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

PREÂMBULO

A presente peça processual é interposta em face da sentença que julgou improcedente o pedido da Recorrente, que objetivava o cancelamento da cláusula de inalienabilidade sobre o imóvel de sua propriedade ou, subsidiariamente, a sub-rogação do gravame para outro imóvel de sua posse. A sentença fundamentou-se na existência de coisa julgada e na imutabilidade da cláusula, em razão de acordo judicial homologado em 2019.

DOS FATOS

A Recorrente ajuizou ação para cancelamento de gravame de inalienabilidade sobre um imóvel de sua propriedade, alegando que o gravame, instituído por acordo judicial homologado em 2019, atualmente lhe causa prejuízo. Isso porque, em razão de sua idade avançada e de mudanças em sua situação pessoal, a Recorrente adquiriu outro imóvel em outro município, onde atualmente reside.

A sentença de primeiro grau julgou improcedente o pedido, sob o argumento de que a cláusula de inalienabilidade foi essencial para o acordo judicial homologado, o qual já transitou em julgado, sendo vedada sua rediscussão em respeito ao princípio da segurança jurídica.

DO DIREITO

A Recorrente não busca rediscutir o mérito do acordo judicial homologado, mas sim a revisão da cláusula de inalienabilidade, em razão de superveniente alteração de sua situação pessoal e patrimonial, o que torna o gravame excessivamente oneroso e desproporcional, contrariando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

A cláusula de inalienabilidade, embora válida, não é absoluta. Nos termos do CCB/2002, art. 1.848, a inalienabilidade pode ser revista ou extinta quando se tornar incompatível com a finalidade para a qual foi instituída. No caso em tela, a Recorrente demonstrou que o gravame não mais atende à sua finalidade original, uma vez que ela adquiriu outro imóvel em outro município, onde atualmente reside.

Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) deve prevalecer sobre a imutabilidade da cláusula, especialmente considerand"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de Recurso Inominado interposto por M. L. de O. contra a sentença que julgou improcedente o pedido de cancelamento da cláusula de inalienabilidade sobre imóvel de sua propriedade, ou, subsidiariamente, a sub-rogação do gravame para outro imóvel. A sentença de primeiro grau fundamentou-se na existência de coisa julgada e na imutabilidade da cláusula, conforme acordo judicial homologado em 2019.

II. Fundamentação

A. Da análise dos fatos

A Recorrente alega que, em razão de mudanças supervenientes em sua situação pessoal e patrimonial — incluindo sua idade avançada e a aquisição de outro imóvel em outro município onde atualmente reside —, o gravame de inalienabilidade tornou-se excessivamente oneroso e desproporcional. Por outro lado, a sentença de primeiro grau entendeu que a cláusula foi essencial para o acordo judicial homologado, e que sua modificação violaria o princípio da segurança jurídica.

B. Da análise jurídica

Conforme estabelece a CF/88, art. 93, IX, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas. Assim, passo a analisar os fundamentos do recurso interposto.

De acordo com o CCB/2002, art. 1.848, a cláusula de inalienabilidade pode ser revista ou extinta quando se tornar incompatível com a finalidade para a qual foi instituída. No caso em tela, a Recorrente demonstrou que o gravame não mais atende à sua finalidade original, já que ela adquiriu outro imóvel para sua moradia em localidade diversa.

A inalienabilidade, embora válida, não é absoluta e deve ser interpretada conforme os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana, previsto na CF/88, art. 1º, III, deve prevalecer, sobretudo em situações que envolvem a necessidade de adequação patrimonial às condições de vida do indivíduo em idade avançada.

Quanto à alegação de que a coisa julgada impede a modificação do gravame, é de se observar que a Recorrente não busca rediscutir o mérito do acordo homologado, mas sim adaptar a cláusula às circunstâncias atuais, o que encontra respaldo no ordenamento jurídico brasileiro.

C. Da jurisprudência

A jurisprudência pátria reconhece a possibilidade de revisão ou extinção de cláusulas de inalienabilidade em situações excepcionais. Nesse sentido:

  • TJSP – Apelação Cível Acórdão/TJSP: Reconheceu a possibilidade de revisão contratual em face de mudanças supervenientes e aplicação dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
  • TJRJ – Apelação Acórdão/TJRJ: Reafirmou que a dignidade da pessoa humana deve ser priorizada em decisões judiciais que envolvam direitos patrimoniais.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX e no CCB/2002, art. 1.848, voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso Inominado interposto por M. L. de O., para:

  1. Determinar a extinção da cláusula de inalienabilidade sobre o imóvel de propriedade da Recorrente;
  2. Subsidiariamente, caso não seja possível a extinção, determinar a sub-rogação do gravame para o imóvel adquirido pela Recorrente em outro município;
  3. Condenar o Recorrido ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos da Lei 9.099/1995, art. 55.

É como voto.

IV. Conclusão

[Localidade], [Data].

____________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz(a) de Direito


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