Modelo de Resposta à acusação criminal contra A. J. dos S. por receptação e porte ilegal de arma de fogo, com pedido de reconhecimento de inépcia, trancamento da ação, absolvição, aplicação de pena mínima e proposta d...

Publicado em: 24/04/2025 Advogado Direito Penal Processo Penal
Documento de resposta à acusação criminal apresentada contra o réu A. J. dos S., que impugna a denúncia por receptação e porte ilegal de arma de fogo, alegando ausência de dolo específico, requerendo o trancamento da ação penal, a absolvição por insuficiência de provas, a aplicação do regime mais brando de pena, e a possibilidade de celebração de acordo de não persecução penal, com fundamentação jurídica detalhada e jurisprudências pertinentes.

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ___ do Tribunal de Justiça do Estado ___.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Réu: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, autônomo, portador do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, Cidade/UF, CEP 12345-678.

Advogado: M. F. de S. L., inscrita na OAB/UF sob o nº 12.345, endereço eletrônico: [email protected], com escritório profissional na Rua da Advocacia, nº 456, Bairro Justiça, Cidade/UF, CEP 23456-789.

Processo nº: [informar o número do processo]

3. SÍNTESE DA ACUSAÇÃO

O Ministério Público ofereceu denúncia em face de A. J. dos S., imputando-lhe a prática dos crimes previstos no CP, art. 180 (receptação) e Lei 10.826/2003, art. 14 (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido), sob a alegação de que, em data e local determinados, o acusado foi surpreendido portando arma de fogo de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal, bem como teria adquirido, recebido ou transportado objeto que sabia ser produto de crime.

A denúncia descreve que a arma de fogo apreendida estaria em situação irregular, sendo objeto de receptação, e que o réu não possuía autorização para seu porte, incorrendo assim nos tipos penais mencionados.

4. PRELIMINARES

4.1. Inépcia da Denúncia
A denúncia carece de elementos mínimos quanto à individualização da conduta referente ao crime de receptação (CP, art. 180), não descrevendo de forma clara e precisa a ciência do réu acerca da origem ilícita do objeto, conforme exige o CPP, art. 41. A ausência de descrição do dolo específico compromete o exercício da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

4.2. Ausência de Justa Causa para o Prosseguimento da Ação Penal
Não há nos autos elementos probatórios mínimos que demonstrem a materialidade e autoria quanto ao crime de receptação, sendo imprescindível o trancamento da ação penal neste ponto, em respeito ao princípio da legalidade e ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

4.3. Possibilidade de Proposta de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP)
Considerando o teor do CPP, art. 28-A e a recente orientação do STF (HC 185913/DF/STF), é cabível a celebração de ANPP nos casos em andamento, desde que preenchidos os requisitos legais e não havendo trânsito em julgado, devendo o Ministério Público ser instado a se manifestar sobre a possibilidade de acordo.

Fechamento argumentativo: Assim, requer-se o acolhimento das preliminares para o reconhecimento da inépcia da denúncia quanto ao crime de receptação, o trancamento da ação penal por ausência de justa causa e a oitiva do Ministério Público acerca do ANPP, sob pena de nulidade.

5. DOS FATOS

Em ___/___/____, A. J. dos S. foi abordado por policiais militares durante patrulhamento de rotina, ocasião em que, após busca pessoal, foi encontrada em sua posse uma arma de fogo de uso permitido. O réu não apresentou documentação autorizativa para o porte da referida arma.

A arma foi apreendida e encaminhada à perícia, que atestou tratar-se de arma de uso permitido, sem sinais de adulteração ou supressão de numeração. Não consta dos autos qualquer elemento que comprove que o réu tinha ciência de que a arma seria produto de crime, tampouco há indícios de que tenha praticado qualquer ato de receptação.

O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio, não havendo confissão ou qualquer elemento que demonstre o dolo específico exigido para a configuração do crime de receptação.

Fechamento argumentativo: Os fatos narrados não se amoldam, de forma inequívoca, ao tipo penal de receptação, e quanto ao porte ilegal de arma de fogo, a conduta é de mera posse, sem qualquer circunstância agravante ou elemento que justifique a aplicação de regime mais gravoso ou a negativa de substituição da pena.

6. DO DIREITO

6.1. Da Atipicidade da Conduta quanto ao Crime de Receptação
O crime de receptação, previsto no CP, art. 180, exige a comprovação do dolo específico, ou seja, a ciência inequívoca de que o objeto é produto de crime. A denúncia não descreve, nem há nos autos, qualquer elemento que demonstre tal conhecimento por parte do réu, sendo inviável a persecução penal por ausência de justa causa (CPP, art. 395, III).

6.2. Do Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido
A Lei 10.826/2003, art. 14 tipifica como crime o porte de arma de fogo de uso permitido sem autorização ou em desacordo com determinação legal. Trata-se de crime de mera conduta e perigo abstrato, bastando o porte para a configuração do delito, conforme entendimento consolidado do STJ e do STF.

6.3. Da Possibilidade de"'>...

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Simulação de Voto

Voto do Magistrado

I - Relatório

Trata-se de resposta à acusação apresentada por A. J. dos S., nos autos do processo nº [informar o número do processo], em que lhe são imputadas as condutas descritas no CP, art. 180 (receptação) e Lei 10.826/2003, art. 14 (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido).

A defesa suscita preliminares de inépcia da denúncia quanto ao crime de receptação, ausência de justa causa para o prosseguimento da ação penal nesse ponto e requer manifestação do Ministério Público acerca da possibilidade de celebração de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP). No mérito, sustenta a ausência de provas quanto ao dolo específico da receptação e postula, quanto ao porte ilegal de arma, a fixação da pena no mínimo legal, regime inicial aberto e substituição por restritivas de direitos.

II - Fundamentação

1. Da análise das preliminares

Em observância a CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação das decisões judiciais, passo ao exame das preliminares arguidas.

Quanto à inépcia da denúncia em relação ao crime de receptação (CP, art. 180), verifica-se que a peça acusatória não descreve de forma clara e precisa a ciência do réu acerca da origem ilícita do objeto, elemento subjetivo imprescindível à configuração do tipo penal, conforme determina o CPP, art. 41. A ausência dessa descrição compromete o exercício da ampla defesa, afrontando a CF/88, art. 5º, LV.

De igual modo, não se vislumbram nos autos elementos probatórios mínimos que demonstrem materialidade e autoria quanto ao crime de receptação, não havendo justa causa para o prosseguimento da ação penal neste ponto, em respeito ao devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV).

2. Da possibilidade de ANPP

Considerando o advento da Lei 13.964/2019 e a orientação do STF (HC Acórdão/STJ/STF), é cabível a manifestação do Ministério Público acerca da possibilidade de celebração de ANPP, uma vez que o caso versa sobre crime sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos (CPP, art. 28-A).

3. Do mérito

a) Receptação

Não sendo sanada a inépcia da denúncia quanto ao crime de receptação, e ausentes provas do dolo específico, impõe-se a absolvição do réu quanto a este delito, nos termos do CPP, art. 386, VII, em consonância com o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII).

b) Porte ilegal de arma de fogo

Restou comprovado nos autos que o réu, em data e local indicados, portava arma de fogo de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal, conduta esta tipificada na Lei 10.826/2003, art. 14. Trata-se de crime de mera conduta e perigo abstrato, bastando o porte da arma para configuração do delito, conforme jurisprudência consolidada do STJ e do STF.

Não há nos autos circunstância agravante, tampouco elementos que justifiquem a fixação da pena acima do mínimo legal. O réu é primário, não possui antecedentes e não restou demonstrada periculosidade exacerbada.

Assim, quanto ao porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, a pena deve ser fixada no mínimo legal, com regime inicial aberto (CP, art. 33, § 2º, \"c\"), sendo possível a substituição da privativa de liberdade por restritivas de direitos (CP, art. 44).

4. Da observância dos princípios constitucionais e processuais

Ressalto que o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV), a ampla defesa e o contraditório (CF/88, art. 5º, LV), bem como o princípio da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) foram integralmente respeitados durante todo o trâmite processual.

III - Dispositivo

Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE a pretensão defensiva para:

  • a) Reconhecer a inépcia da denúncia quanto ao crime de receptação (CP, art. 180), e, por conseguinte, TRANCAR a ação penal nesse ponto, por ausência de justa causa;
  • b) No mérito, ABSOLVER o réu do crime de receptação, nos termos do CPP, art. 386, VII;
  • c) CONDENAR o réu pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (Lei 10.826/2003, art. 14), fixando a pena-base no mínimo legal, em regime inicial aberto, com possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos, caso preenchidos os requisitos legais;
  • d) Determinar a intimação do Ministério Público para que se manifeste expressamente sobre a possibilidade de celebração de ANPP (CPP, art. 28-A);
  • e) Defiro a produção de provas requeridas pela defesa, caso ainda não produzidas, bem como a designação de audiência de instrução e julgamento, se necessário;
  • f) Defiro os benefícios da justiça gratuita, caso comprovada a hipossuficiência;
  • g) Fixo o valor da causa, para fins de alçada, em R$ 1.000,00 (mil reais).

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Assim decido, em observância a CF/88, art. 93, IX, fundamentando de maneira clara e precisa a presente decisão.

Local, Data e Assinatura do Magistrado

Cidade/UF, ___ de ___________ de 2024.

_______________________________________
Magistrado(a)


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