A Cobertura de Cirurgias Plásticas Pós-Bariátrica no Âmbito dos Planos de Saúde
Publicado em: 27/11/2024 Consumidor“É de cobertura obrigatória pelos planos de saúde a cirurgia plástica de caráter reparador ou funcional indicada pelo médico assistente, em paciente pós-cirurgia bariátrica, visto ser parte decorrente do tratamento da obesidade mórbida.”
Súmulas:
Súmula 258/TJRJ. Cirurgia plástica reparadora em pós-bariátrica possui caráter funcional e não estético.
Súmula 97/TJSP. Cirurgia complementar ao tratamento de obesidade mórbida não pode ser considerada estética.
Legislação:
CF/88, art. 6º e CF/88, art. 196. Direito à saúde como garantia fundamental e dever do Estado.
Lei 9.656/1998, art. 10, II e Lei 9.656/1998, art. 35-F. Regulação das coberturas obrigatórias pelos planos de saúde.
Lei 14.454/2022, art. 1º. Reformulação do rol de procedimentos da ANS, com critérios de mitigação.
CDC, art. 4º e CDC, art. 6º. Princípios básicos das relações de consumo e direito à informação.
TÍTULO:
OBRIGATORIEDADE DE CUSTEIO POR PLANOS DE SAÚDE DE CIRURGIAS REPARADORAS EM PACIENTES PÓS-BARIÁTRICA
1. INTRODUÇÃO
A obesidade mórbida é uma condição médica que exige intervenções significativas, sendo a cirurgia bariátrica um dos tratamentos mais eficazes para redução de peso e melhoria da saúde do paciente. Contudo, muitos pacientes necessitam de cirurgias reparadoras ou funcionais após a bariátrica para tratar consequências físicas decorrentes da perda substancial de peso. Este documento aborda a obrigatoriedade dos planos de saúde de custear esses procedimentos, analisando o direito à saúde e os limites das cláusulas de exclusão contratual.
2. PLANOS DE SAÚDE, CIRURGIAS PLÁSTICAS, OBESIDADE MÓRBIDA, DIREITO À SAÚDE, CIRURGIA REPARADORA
O debate jurídico sobre o custeio de cirurgias plásticas reparadoras ou funcionais por planos de saúde está centrado no reconhecimento de que tais intervenções não são meramente estéticas, mas essenciais para assegurar a saúde e a qualidade de vida do paciente. Essas cirurgias corrigem problemas como excesso de pele, assaduras, infecções recorrentes e restrições de mobilidade, sendo recomendadas por médicos assistentes como parte do tratamento pós-bariátrico.
De acordo com a Lei 9.656/1998, planos de saúde têm a obrigação de garantir cobertura para tratamentos necessários à recuperação funcional do paciente, mesmo quando não previstos no Rol da ANS, desde que comprovada a necessidade médica. Negativas baseadas em cláusulas contratuais de exclusão, quando relacionadas à saúde do beneficiário, são consideradas abusivas e em desacordo com o CDC.
A jurisprudência, em sua maioria, reconhece que o direito à saúde está acima de limitações contratuais, reafirmando a obrigatoriedade de cobertura para procedimentos médicos que não se enquadram como meramente estéticos. Assim, cirurgias reparadoras pós-bariátricas representam um direito fundamental ao atendimento integral da saúde.
Legislação:
- Lei 9.656/1998: Regulamentação dos planos de saúde.
- CDC, art. 6º: Direitos básicos do consumidor.
- CF/88, art. 196: Direito à saúde como dever do Estado e das instituições.
Jurisprudência:
Cirurgia reparadora pós-bariátrica
Planos de saúde e obesidade mórbida
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A obrigatoriedade dos planos de saúde de custear cirurgias reparadoras ou funcionais em pacientes pós-bariátrica decorre do reconhecimento da natureza médica desses procedimentos e da proteção ao direito fundamental à saúde. A jurisprudência e a legislação reforçam que cláusulas contratuais de exclusão não podem se sobrepor às necessidades de saúde do beneficiário, cabendo às operadoras garantir a cobertura integral nesses casos.
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Obrigatoriedade de Cobertura de Cirurgias Plásticas Funcionais e Reparadoras por Planos de Saúde no Contexto Pós-Cirurgia Bariátrica: Fundamentação Jurídica e Decisão do STJ
Publicado em: 14/02/2025 ConsumidorEste documento aborda a obrigatoriedade de cobertura pelas operadoras de planos de saúde de cirurgias plásticas de caráter funcional e reparador para pacientes que realizaram cirurgia bariátrica. Baseando-se no princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e no direito à saúde, o texto destaca fundamentos legais como a Lei 9.656/1998, o Código Civil de 2002, dispositivos do CPC/2015 e a Súmula 302/STJ. A decisão do STJ reforça que tais procedimentos são essenciais para a recuperação integral, física e psicológica, do paciente, além de combater práticas abusivas por parte das operadoras. O documento também sublinha a relevância da função social do contrato e da proteção ao consumidor.
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Publicado em: 14/02/2025 ConsumidorO STJ reafirmou que as operadoras de planos de saúde devem cobrir cirurgias plásticas de caráter reparador ou funcional indicadas pelo médico assistente em pacientes que passaram por cirurgia bariátrica. Essas intervenções fazem parte do tratamento da obesidade mórbida, não podendo ser classificadas como meramente estéticas.
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