Jurisprudência em Destaque
Análise Jurídica do Acórdão do STJ sobre Prescrição em Obrigações de Fazer e de Pagar contra a Fazenda Pública
Doc. LEGJUR 250.2280.1491.8105
Tema 1311 Leading case«Tema 1.311/STJ - Questão submetida a julgamento: - Saber se o curso do prazo prescricional da obrigação de pagar quantia certa pela fazenda pública é suspenso durante o cumprimento da obrigação de implantar em folha de pagamento imposta na mesma sentença.
Anotações NUGEPNAC: - RRC de Origem (CPC/2015, art. 1.030, IV e CPC/2015, art. 1.036, §1º).
Afetação na sessão eletrônica iniciada em 05/02/2025 e finalizada em 11/02/2025 (Primeira Seção).
Vide Controvérsia 555/STJ.
Informações Complementares: - Há determinação de suspender o processamento de todos os processos, individuais ou coletivos, que versem sobre a mesma matéria, nos quais tenha havido a interposição de recurso especial ou de agravo em recurso especial, na segunda instância, ou que estejam em tramitação no STJ, observada a orientação prevista no art. 256-L do RISTJ.» ... ()

Comentário/Nota
ANÁLISE JURÍDICA SOBRE O ACÓRDÃO
INTRODUÇÃO
O presente comentário analisa o recurso especial interposto pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco contra J. A. de L., sob relatoria da Ministra Maria Thereza de Assis Moura. A controvérsia está centrada na relação entre o cumprimento de sentença envolvendo obrigações de fazer e de pagar quantia certa, especialmente no que tange à suspensão ou interferência do prazo prescricional da obrigação pecuniária durante a execução da obrigação de fazer.
PONTOS RELEVANTES DO JULGADO
A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) trouxe à análise uma questão jurídica de elevada relevância e com potencial de repercussão em diversos processos judiciais: a definição da tese sobre a suspensão do prazo prescricional da obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda Pública enquanto está pendente o cumprimento da obrigação de fazer, quando ambas as obrigações derivam da mesma sentença.
A afetação ao rito dos recursos repetitivos (CPC/2015, art. 1.036 e 1.037) sinaliza a importância do tema e o impacto que sua uniformização terá no ordenamento jurídico. Além disso, a suspensão nacional dos processos similares, determinada pela Primeira Seção do STJ, reforça o caráter estratégico da matéria.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS DA DECISÃO
A decisão apresenta uma abordagem técnica ao problematizar o curso do prazo prescricional em casos de execução contra a Fazenda Pública, tema regulado com especificidades no ordenamento jurídico. O questionamento central reside na interpretação sistemática dos dispositivos legais que tratam da prescrição e da execução de obrigações de fazer e pagar.
O STJ, ao optar por afetar o caso como recurso repetitivo, busca consolidar entendimento acerca de uma lacuna interpretativa existente. A relação entre a obrigação de fazer — como a implantação em folha de pagamento — e a obrigação de pagar quantia certa, especialmente em face da Fazenda Pública, exige uma análise cuidadosa dos princípios da segurança jurídica e da eficiência processual.
No tocante à prescrição, observa-se que o tema encontra respaldo em dispositivos como o CCB/2002, art. 189, que dispõe sobre a pretensão, bem como nos regramentos específicos aplicáveis à Fazenda Pública. A decisão também suscita reflexões sobre o equilíbrio entre os direitos do credor e a proteção ao erário.
CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS E JURÍDICAS
- Uniformização de Entendimento: A decisão do STJ, ao estabelecer uma tese vinculante para os tribunais inferiores, tem o potencial de pacificar o entendimento sobre a prescrição em execuções contra a Fazenda Pública, evitando decisões conflitantes.
- Impacto nas Finanças Públicas: A definição da tese poderá influenciar diretamente o fluxo financeiro da Administração Pública, seja pela ampliação ou pela limitação do prazo para pagamento de débitos judiciais.
- Segurança Jurídica: A uniformização da interpretação garantirá maior previsibilidade às partes, reduzindo a litigiosidade e promovendo maior eficiência no trâmite processual.
CRÍTICAS E ELOGIOS À DECISÃO
A decisão do STJ merece elogios por sua postura proativa ao enfrentar uma questão jurídica de alta relevância e pela aplicação do rito dos recursos repetitivos, que se revela um instrumento eficaz na promoção da segurança jurídica e da uniformização jurisprudencial.
Contudo, é necessário ponderar que a suspensão de processos em âmbito nacional pode gerar uma demora substancial na solução das demandas individuais. Tal situação pode, eventualmente, prejudicar credores que já aguardam a satisfação de seus direitos por longos períodos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A decisão do STJ, ao afetar a questão ao rito dos recursos repetitivos, representa um marco importante no tratamento das execuções contra a Fazenda Pública. A definição da tese sobre a prescrição da obrigação de pagar quantia certa enquanto pendente o cumprimento da obrigação de fazer terá reflexos profundos tanto na jurisprudência quanto na prática forense.
A uniformização do entendimento contribuirá para a consolidação de um sistema jurídico mais coeso e previsível, beneficiando tanto a Administração Pública quanto os jurisdicionados. No entanto, é imperativo que o STJ conclua a análise com celeridade, de modo a minimizar os impactos da suspensão dos processos em curso.
Em suma, trata-se de uma decisão que, ao mesmo tempo em que busca atender aos anseios de segurança jurídica, desafia o sistema a equilibrar eficiência processual e proteção dos direitos dos credores.
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