Modelo de Ação Ordinária com Pedido de Tutela Antecipada para Revisão do Saldo do FGTS com Substituição da TR pelo IPCA-E

Publicado em: 08/04/2025 CivelProcesso Civil Trabalhista
Petição inicial de Ação Ordinária com Pedido de Tutela Antecipada proposta por trabalhador em face da Caixa Econômica Federal. O documento fundamenta o pedido de revisão do saldo da conta vinculada ao FGTS, argumentando a inconstitucionalidade da aplicação da Taxa Referencial (TR) como índice de correção monetária, em favor da aplicação do IPCA-E, que reflete a inflação real. Contém fundamentação jurídica baseada na Constituição Federal, jurisprudências do STF e TST, e análise comparativa com casos análogos. Inclui pedidos de tutela antecipada, recomposição retroativa dos valores, e condenação em honorários e custas processuais.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE [ESTADO]

[NOME COMPLETO DO AUTOR], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], inscrito no CPF sob o nº [XXX.XXX.XXX-XX], portador do RG nº [XX.XXX.XXX-X], residente e domiciliado na [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], por meio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço completo do advogado], onde recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro na CF/88, art. 5º, XXXV, no CPC/2015, art. 319 e demais dispositivos aplicáveis, propor a presente:

AÇÃO ORDINÁRIA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, empresa pública federal, inscrita no CNPJ sob o nº 00.360.305/0001-04, com sede na SBS Quadra 4, Lote 3/4, Edifício Matriz I, Brasília/DF, endereço eletrônico: [e-mail da CEF], pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

DOS FATOS

O Autor é titular de conta vinculada do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mantida junto à Caixa Econômica Federal, e vem, desde [ano], realizando depósitos mensais obrigatórios por força do vínculo empregatício regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Ocorre que, conforme dispõe a legislação vigente, os saldos das contas vinculadas do FGTS vêm sendo corrigidos monetariamente pela Taxa Referencial (TR), acrescida de juros de 3% ao ano, conforme previsto na Lei 8.036/1990, art. 13. Contudo, desde 1999, a TR tem se revelado ineficaz como índice de correção monetária, chegando a registrar valores próximos de zero, o que implica grave defasagem no poder aquisitivo dos valores depositados nas contas vinculadas do FGTS.

Tal situação foi objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade 5090 (ADI 5090), ajuizada pelo partido Solidariedade, que questiona a constitucionalidade da utilização da TR como índice de correção monetária do FGTS, por violação aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), do valor social do trabalho (CF/88, art. 1º, IV), da função social da propriedade (CF/88, art. 5º, XXIII) e da proteção à propriedade (CF/88, art. 5º, XXII).

Embora o julgamento da ADI 5090 ainda não tenha sido concluído pelo Supremo Tribunal Federal, o tema permanece relevante e atual, sobretudo diante da decisão da Corte em casos análogos, como nas ADCs 58 e 59, que trataram da correção monetária de débitos trabalhistas, reconhecendo a inconstitucionalidade da TR como índice de atualização monetária.

DO DIREITO

A utilização da TR como índice de correção monetária do FGTS afronta diretamente o direito de propriedade do trabalhador, garantido pelo CF/88, art. 5º, XXII, bem como o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e o valor social do trabalho (CF/88, art. 1º, IV).

O Supremo Tribunal Federal, ao julgar as ADCs 58 e 59, reconheceu que a TR não reflete a inflação real e, por isso, não pode ser utilizada como índice de correção monetária de débitos trabalhistas. Por analogia, o mesmo entendimento deve ser aplicado à correção do FGTS, uma vez que os valores depositados nas contas vinculadas têm natureza de verba trabalhista e devem ser preservados contra os efeitos da inflação.

Ademais, a jurisprudência do STF tem reconhecido que a correção monetária visa preservar o valor real da moeda, sendo inconstitucional qualquer indexador que não cumpra essa função, c"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de Ação Ordinária com pedido de tutela antecipada, proposta por [NOME COMPLETO DO AUTOR], em face da Caixa Econômica Federal, em que se pleiteia a revisão do saldo da conta vinculada ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), substituindo-se a Taxa Referencial (TR) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), sob o fundamento de que a TR não reflete a inflação real, causando prejuízo ao poder aquisitivo do saldo depositado.

O Autor fundamenta seu pedido com base na CF/88, art. 5º, incisos XXII e XXXV, além de precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que reconhecem a inconstitucionalidade da TR como índice de correção monetária em casos similares.

Voto

Da Análise Hermenêutica

Inicialmente, cumpre destacar que o direito de propriedade, consagrado na CF/88, art. 5º, inciso XXII, assegura a todos os cidadãos a preservação de seus bens, o que inclui o saldo depositado nas contas vinculadas do FGTS.

Ademais, a utilização de um índice de correção monetária que não reflete a inflação real viola os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, inciso III) e do valor social do trabalho (CF/88, art. 1º, inciso IV), haja vista o prejuízo financeiro que tal prática impõe ao trabalhador, desvirtuando a finalidade protetiva do FGTS.

O Supremo Tribunal Federal, ao julgar as Ações Declaratórias de Constitucionalidade 58 e 59, bem como as Ações Diretas de Inconstitucionalidade 4.357 e 4.425, firmou entendimento no sentido de que os índices de correção monetária devem refletir a inflação real, sendo a Taxa Referencial (TR) inadequada para tal finalidade. Nesse sentido, o IPCA-E é reconhecido como índice idôneo para recompor o valor real de créditos trabalhistas e outros direitos de natureza patrimonial.

Dos Fatos e Fundamentos Constitucionais

Conforme narrado nos autos, o Autor é titular de conta vinculada do FGTS e, desde [ano], vem sofrendo prejuízo financeiro em razão da defasagem causada pela aplicação da TR como índice de correção monetária. Tal situação encontra respaldo no julgamento em trâmite da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5090, que questiona diretamente a constitucionalidade da TR para o FGTS.

Não obstante a ausência de decisão definitiva na ADI 5090, os precedentes do STF em casos análogos são claros ao determinar que índices de correção monetária ineficazes violam o direito de propriedade e outros princípios constitucionais, devendo ser substituídos por índices que reflitam a inflação real.

Dos Fatos e Fundamentos Legais

A Lei 8.036/1990, que regula o FGTS, estabelece a obrigação de correção monetária dos saldos das contas vinculadas. Contudo, a aplicação de um índice inidôneo para tal finalidade, como a TR, viola o objetivo da norma e afronta o princípio da função social da propriedade, previsto na CF/88, art. 5º, inciso XXIII.

Além disso, o CPC/2015, art. 300, autoriza a concessão de tutela de urgência sempre que houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, requisitos que estão presentes no caso em tela.

Da Conclusão

Diante do exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, inciso IX, que exige a devida fundamentação das decisões judiciais, entendo que o pedido formulado pelo Autor merece ser acolhido. A utilização da TR como índice de correção monetária do FGTS é inconstitucional, devendo ser substituída pelo IPCA-E, que reflete a inflação real e preserva o poder aquisitivo do saldo depositado.

Dispositivo

Ante o exposto, voto por JULGAR PROCEDENTE o pedido formulado na inicial, para determinar à Ré, Caixa Econômica Federal, que proceda à revisão do saldo da conta vinculada do FGTS do Autor, substituindo a TR pelo IPCA-E como índice de correção monetária, com efeitos retroativos a [data de início da defasagem], acrescidos de juros legais.

Determino, ainda, a condenação da Ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, fixados em [percentual] sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

É o voto.

[Local e Data]

[Cidade], [data].

_____________________________________
[NOME DO MAGISTRADO]
Juiz(a) Federal


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