Modelo de Alegações Finais em Ação de Reintegração de Posse envolvendo Usufrutuária e Ex-Nora com Posse de 19 Anos.

Publicado em: 15/10/2024 Civel Direito Imobiliário
Este modelo de peça processual apresenta alegações finais em uma ação de reintegração de posse movida pela usufrutuária de um imóvel (ex-sogra) contra a ex-nora, que detém a posse do imóvel de forma mansa e pacífica por 19 anos. O proprietário do imóvel, filho da autora, residiu no imóvel com a requerida por seis anos e, após o abandono, a ex-nora permaneceu no imóvel com o filho do casal. A audiência de instrução e julgamento ocorreu sem a presença da autora, fato relevante para a argumentação apresentada nas alegações finais.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da [número]ª Vara Cível da Comarca de [Cidade/Estado]

Processo n.º [número do processo]

[Nome da Requerida], [estado civil], [profissão], inscrita no CPF sob o nº [número], endereço eletrônico [e-mail], residente e domiciliada em [endereço completo], por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS nos autos da Ação de Reintegração de Posse movida por [Nome da Autora], nos termos que passa a expor:

I - DOS FATOS

A autora da presente ação, usufrutuária do imóvel em questão, busca reintegrar-se na posse do bem, atualmente ocupado pela requerida e pelo filho da autora. A requerida vive no imóvel de forma justa, mansa e pacífica há 19 (dezenove) anos, período que se iniciou após a separação do filho da autora, que abandonou o lar comum, deixando a requerida e o filho do casal no imóvel.

Cabe destacar que o imóvel foi utilizado pela requerida e pelo seu filho como moradia durante todos esses anos, sem qualquer oposição por parte da autora ou de terceiros. No dia designado para a audiência de instrução e julgamento, a autora não compareceu, o que caracteriza desinteresse na ação movida, além de não ter comprovado qualquer justo motivo para a sua ausência.

II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Conforme disposto no CPC/2015, art. 373, I, cabe à parte autora o ônus da prova quanto aos fatos constitutivos do seu direito, o que não foi cumprido pela autora, uma vez que sequer compareceu à audiência de instrução e julgamento para corroborar sua versão dos fatos. Além disso, a requerida mantém a posse mansa, pacífica e ininterrupta do imóvel há quase duas décadas, sendo essa posse legítima, nos termos do CCB/2002, art. 1.208.

Ainda, a posse exercida pela requerida deve ser protegida, pois cumpre função social, conforme preceitua a CF/88, art. 5º, XXIII, uma vez que o imóvel é utilizado como residência familiar, proporcionando abrigo tanto à requerida quanto ao filho da autora, que é neto da mesma.

III - DOS PRINCÍPIOS APLICÁVEIS

O presente caso é regido por importante"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

Fatos: A presente ação trata de uma tentativa de reintegração de posse movida pela usufrutuária de um imóvel contra sua ex-nora, que ocupa o imóvel de forma pacífica há 19 anos. A autora, usufrutuária do imóvel, busca a retomada da posse, embora nunca tenha contestado a presença da requerida no local até o momento do ajuizamento da ação. O filho da autora, proprietário do imóvel, viveu com a requerida por seis anos e, ao abandoná-la, deixou a requerida e o filho do casal residindo no imóvel. Durante todo esse período, a requerida utilizou o imóvel para fins de moradia, sem qualquer oposição ou reclamação por parte da autora.

No dia designado para a audiência de instrução e julgamento, a autora não compareceu, fato que caracteriza seu desinteresse pela ação, além de reforçar a ideia de que a posse da requerida nunca foi efetivamente contestada ao longo dos anos. A requerida, por sua vez, demonstrou exercer a posse de forma contínua, pacífica e com ânimo de dona, cumprindo a função social da posse, garantindo moradia a ela e ao filho.

Defesas que Podem Ser Opostas pela Parte Contrária: A parte contrária poderá argumentar que a requerida, embora exerça a posse do imóvel há 19 anos, não possui título jurídico que lhe confere o direito de propriedade ou usufruto sobre o bem. Poderá alegar que a posse exercida pela requerida é precária, uma vez que o imóvel pertence ao filho da autora, e que a autorização de permanência no imóvel foi concedida apenas enquanto o relacionamento conjugal durou. Além disso, poderá argumentar que, por ser usufrutuária, a autora tem direito à posse direta do imóvel, devendo ser respeitado o usufruto como direito real.

Conceitos e Definições:

  • Usufruto: Direito real que confere ao usufrutuário a posse, uso e administração de um bem pertencente a outrem, devendo, no entanto, preservá-lo e restituí-lo ao proprietário ao término do usufruto (CCB/2002, art. 1.394).

  • Posse Mansa e Pacífica: Posse exercida de forma contínua, sem contestação ou violência, que gera direitos ao possuidor (CCB/2002, art. 1.208).

  • Função Social da Posse: Princípio que estabelece que a posse deve atender a uma função social, proporcionando utilidade e bem-estar aos possuidores e à sociedade como um todo (CF/88, art. 5º, XXIII).

Considerações Finais: As alegações finais apresentadas pela requerida buscam demonstrar a legitimidade da posse que exerce sobre o imóvel há 19 anos, destacando o cumprimento da função social da posse e a ausência de oposição durante todo esse período. A requerida sustenta que a posse deve ser protegida, uma vez que cumpre função social ao garantir moradia tanto para ela quanto para o filho da autora. Além disso, a ausência da autora na audiência de instrução e julgamento reforça o argumento de desinteresse e falta de provas quanto ao direito alegado. Assim, a improcedência do pedido de reintegração de posse se revela medida justa e necessária para garantir a dignidade e o direito à moradia da requerida e de seu filho.



TÍTULO:
ALEGAÇÕES FINAIS EM AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE MOVIDA PELA USUFRUTUÁRIA CONTRA EX-NORA


1. Introdução

O presente modelo de alegações finais trata de uma ação de reintegração de posse movida pela usufrutuária do imóvel contra a ex-nora, que detém a posse do imóvel há 19 anos de forma mansa e pacífica. A autora, usufrutuária do imóvel, pleiteia a reintegração da posse alegando que o imóvel pertence a seu filho, o qual residiu com a ex-nora por seis anos. Após o abandono do filho, a ex-nora permaneceu no imóvel com o filho do casal. A audiência de instrução e julgamento ocorreu sem a presença da autora, o que é um ponto relevante para análise.

Legislação:

CCB/2002, art. 1.228 – Direitos do proprietário quanto à reintegração de posse.

CPC/2015, art. 560 – Possibilidade de ação de reintegração de posse para o possuidor esbulhado.

Jurisprudência:

Reintegração de Posse

Alegações Finais

Usufruto e Posse


2. Alegações Finais

Nas alegações finais, a defesa da ex-nora se fundamenta na posse mansa e pacífica do imóvel por 19 anos. A ex-nora, ora ré, manteve-se no imóvel sem qualquer oposição desde o abandono do filho da autora. Cabe destacar que o direito de posse se consolidou, sendo a autora, usufrutuária, ausente no decorrer da audiência de instrução e julgamento, o que reforça a ausência de interesse no bem por parte da mesma.

Legislação:

CPC/2015, art. 487, I – Julgamento de mérito nas alegações finais.

CCB/2002, art. 1.196 – Definição de posse direta e indireta.

Jurisprudência:

Alegações Finais sobre Posse

Alegações Finais em Reintegração

Ausência em Audiência


3. Reintegração de Posse

A ação de reintegração de posse pressupõe o esbulho ou turbação de posse, o que não ocorre no presente caso, uma vez que a posse exercida pela ré é pacífica e ininterrupta por quase duas décadas. De acordo com a jurisprudência consolidada, a posse prolongada e pacífica gera direitos à manutenção da posse, especialmente quando a autora não reside no imóvel e não demonstrou interesse ao longo dos anos.

Legislação:

CCB/2002, art. 1.210 – Reintegração de posse e defesa do possuidor.

CPC/2015, art. 560 – Hipóteses de cabimento de ação possessória.

Jurisprudência:

Posse Pacífica

Reintegração de Posse e Usufruto

Manutenção de Posse


4. Usufruto

O usufruto é um direito real que concede ao usufrutuário o uso e fruição de determinado bem. Entretanto, a autora, usufrutuária, nunca exercitou diretamente esse direito de posse. A permaneceu no imóvel com base na convivência com o filho da autora e, após a separação, em virtude da criação de seu filho. O usufruto deve ser entendido de forma a não privar o possuidor que exerce a posse de forma mansa e pacífica por período tão longo.

Legislação:

CCB/2002, art. 1.394 – Direito de usufruto.

CCB/2002, art. 1.396 – Limitações ao usufruto.

Jurisprudência:

Usufruto e Reintegração

Exercício de Usufruto

Posse Mansa e Usufruto


5. Direito Imobiliário

No campo do direito imobiliário, o direito à posse pode ser adquirido de maneira prolongada e pacífica. A ação de reintegração de posse só se justifica diante de uma turbação ou esbulho, o que não é o caso aqui, considerando o tempo que a ré ocupa o imóvel sem contestação efetiva. A ausência de provas que demonstrem o desinteresse da ré em permanecer no imóvel reforça a sua posição de possuidora de boa-fé.

Legislação:

CCB/2002, art. 1.196 – Definição de possuidor.

CCB/2002, art. 1.210 – Defesa da posse.

Jurisprudência:

Direito Imobiliário em Reintegração

Posse e Direito Imobiliário

Direito à Posse Mansa


6. Posse Pacífica

A posse exercida pela ré ao longo de 19 anos foi mansa e pacífica, sem qualquer contestação judicial até o presente momento. A jurisprudência é clara ao afirmar que a posse prolongada e pacífica gera direitos à manutenção da posse. A ex-nora ocupou o imóvel por todo esse período, criando um vínculo de posse legítima, inclusive com a criação de seu filho no imóvel, o que caracteriza uma situação de fato consolidada.

Legislação:

CCB/2002, art. 1.208 – Posse mansa e pacífica.

CCB/2002, art. 1.210 – Proteção à posse.

Jurisprudência:

Posse Mansa e Pacífica

Posse Legítima

Defesa da Posse


7. Audiência de Julgamento

A ausência da autora na audiência de instrução e julgamento demonstra a falta de interesse direto no imóvel. A ausência de manifestação clara de interesse por parte da usufrutuária é um indicativo de que o direito à posse exercido pela ré deveria ser respeitado. A jurisprudência entende que a ausência da parte na audiência de instrução, especialmente em ações possessórias, pode ser um fator de desinteresse na ação.

Legislação:

CPC/2015, art. 385 – Comparecimento obrigatório na audiência de instrução e julgamento.

CPC/2015, art. 344 – Consequências da ausência da parte em audiência.

Jurisprudência:

Ausência na Audiência

Audiência de Instrução

Audiência e Desinteresse


8. Considerações Finais

Diante do exposto, a posse exercida pela ré ao longo de 19 anos deve ser mantida, sendo indevida a reintegração de posse pretendida pela autora. A ausência de comprovação de esbulho ou turbação e a falta de interesse demonstrada pela usufrutuária na audiência de instrução e julgamento reforçam o direito de posse da ré. Assim, é justo e necessário que a ação seja julgada improcedente, garantindo à ré a manutenção de sua posse.


 


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