Modelo de Alegações Finais em Processo Criminal com Pedido de Absolvição e Reconhecimento de Nulidade de Provas
Publicado em: 27/08/2024 Menor Menor Direito Penal Processo PenalALEGAÇÕES FINAIS
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___
Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]
Acusado: [NOME DO ACUSADO (C. E. da S.)]
Advogado: [NOME DO ADVOGADO], OAB/UF nº [NÚMERO DA OAB]
PREÂMBULO
O acusado, C. E. da S., já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fundamento no art. 403, §3º, do Código de Processo Penal (CPP), pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
DOS FATOS
O acusado, policial civil do Estado de Pernambuco, foi denunciado pela prática de tráfico de drogas e, no curso das investigações, foram encontradas imagens de crianças em situação de nudez em seu aparelho celular. A acusação sustenta que tais imagens configurariam crime de armazenamento de material pornográfico infantil, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), art. 241-B.
Entretanto, a defesa sustenta que as referidas imagens estavam relacionadas ao exercício de sua função investigativa, uma vez que o acusado concluiu curso de investigação de crimes cibernéticos promovido pela própria Polícia Civil do Estado de Pernambuco. Ademais, a extração das imagens do aparelho celular do acusado foi realizada de forma irregular, violando garantias constitucionais e processuais.
DO DIREITO
1. DA EXCLUDENTE DE ILICITUDE PREVISTA NO ECA
O art. 241-B, §1º, do ECA prevê excludente de ilicitude para o armazenamento de material pornográfico infantil quando tal conduta for praticada no exercício de atividades investigativas, desde que devidamente autorizada. O acusado, na qualidade de policial civil, estava legitimado a realizar investigações relacionadas a crimes cibernéticos, conforme demonstrado pelo curso de especialização concluído.
Portanto, a conduta do acusado deve ser analisada sob a ótica da excludente de ilicitude, uma vez que as imagens encontradas em seu aparelho celular estavam vinculadas ao exercício de sua função investigativa.
2. DA NULIDADE DAS PROVAS ILÍCITAS
Conforme disposto no art. 5º, LVI, da CF/88, "são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos". No caso em tela, a extração das imagens do aparelho celular do acusado foi realizada sem a devida autorização judicial, configurando violação ao direito à privacidade e à inviolabilidade de dados pessoais (CF/88, art. 5º, X e XII).
Ademais, aplica-se ao caso a teoria dos frutos da árvore envenenada, prevista no art. 157, §1º, do CPP, que determina a inadmissibilidade de provas derivadas de condutas ilícitas. Assim, todas as provas obtidas a partir da extração irregular das imagens devem ser declaradas nulas.