Modelo de Contestação à Alegação de União Estável e Direito Real de Habitação em Ação Cível

Publicado em: 27/03/2025 CivelProcesso Civil Familia
Contestação apresentada por parte do requerido em processo cível, referente à alegação de união estável e direito real de habitação sobre imóvel em disputa. O documento refuta a validade das provas apresentadas pela autora, demonstrando a ausência de comprovação robusta para caracterizar a união estável e a inexistência de titularidade legítima sobre o imóvel. A peça jurídica fundamenta-se no Código Civil e no CPC/2015, além de mencionar jurisprudências relevantes, requerendo a improcedência da ação e a condenação da autora ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS – PR

Processo nº: [inserir número do processo]

Requerido: [Nome do Requerido, qualificação completa]

Requerente: Sra. Elielza Rodrigues Pires

PREÂMBULO

[Nome do Requerido], já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 335, apresentar a presente CONTESTAÇÃO aos pedidos formulados pela autora, Sra. E. R. P., pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

A autora, Sra. E. R. P., ajuizou a presente ação alegando possuir direitos sobre o imóvel localizado na Rua __________, ___, casa _, Vila ___, _____, em razão de uma suposta união estável com o falecido Sr. A. B. de L., falecido em 17 de novembro de 2012.

Contudo, a autora apresentou um termo de convivência marital lavrado em cartório apenas em 22 de novembro de 2012, ou seja, após o falecimento do de cujus, o que levanta sérias dúvidas quanto à veracidade da alegação de união estável. Ademais, a autora juntou aos autos uma declaração particular de únicos herdeiros, datada de 27 de agosto de 2014, que menciona os pais do falecido, F. B. de L. (já falecido) e L. P. de L. (ainda viva), como únicos herdeiros.

Tal declaração, no entanto, não possui validade jurídica suficiente para comprovar a condição de herdeira da autora, uma vez que não foi apresentada qualquer documentação que demonstre a inexistência de outros herdeiros legítimos.

Além disso, a autora tem assinado listas de presença em assembleias condominiais como proprietária do imóvel, sem qualquer comprovação legal de sua titularidade. Este juízo, inclusive, já indeferiu a pretensão da autora de obter tutela antecipada, demonstrando a fragilidade de suas alegações.

DO DIREITO

1. DA INEXISTÊNCIA DE UNIÃO ESTÁVEL

Conforme dispõe o CCB/2002, art. 1.723, a união estável é configurada pela convivência pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituição de família. No presente caso, a autora não apresentou provas robustas que demonstrem a existência de tal relação com o falecido Sr. A. B. de L.

O termo de convivência marital, lavrado em cartório apenas em 22 de novembro de 2012, após o falecimento do de cujus, não pode ser considerado como prova válida de união estável, uma vez que foi produzido unilateralmente e em momento posterior ao óbito.

2. DA AUSÊNCIA DE DIREITO REAL DE HABITAÇÃO

O direito real de habitação, previsto no CCB/2002, art. 1.831,"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de uma ação promovida pela Sra. E. R. P., que pretende o reconhecimento de direitos sobre o imóvel localizado na Rua _______, ___, casa _, Vila __, _________, sob a alegação de existência de união estável com o falecido Sr. A. B. de L..

Após análise detida dos autos, dos fatos alegados, das provas apresentadas e com fundamento nos princípios constitucionais e legais aplicáveis, passo ao julgamento nos seguintes termos:

Da análise dos fatos e fundamentos legais

A autora sustenta que manteve união estável com o falecido, mas apresentou um termo de convivência marital lavrado apenas em 22 de novembro de 2012, ou seja, após o óbito do Sr. A. B. de L., ocorrido em 17 de novembro de 2012. Tal fato, por si só, gera dúvidas acerca da veracidade da alegação de convivência marital.

Nos termos do CCB/2002, art. 1.723, a união estável deve ser pública, contínua e duradoura, com o objetivo de constituição familiar. Contudo, as provas acostadas aos autos pela autora não são suficientes para demonstrar a existência de tal vínculo. A lavratura tardia do termo de convivência e a ausência de outras provas robustas reforçam a fragilidade da tese apresentada.

Além disso, a declaração particular de únicos herdeiros, datada de 27 de agosto de 2014, não possui validade jurídica para comprovar a condição de herdeira da autora, sobretudo pela inexistência de comprovação de que não há outros herdeiros legítimos.

No que tange à alegação de direito real de habitação, previsto no CCB/2002, art. 1.831, também não há como acolher o pedido. Tal direito é concedido ao cônjuge sobrevivente ou ao companheiro em união estável comprovada, o que não foi demonstrado no presente caso.

Da fundamentação constitucional

Nos termos da CF/88, art. 93, inciso IX, todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Com base nesse preceito constitucional, o voto fundamenta-se na ausência de provas suficientes para amparar as alegações da autora, bem como na aplicação dos dispositivos legais pertinentes, de modo a assegurar uma decisão justa e imparcial.

Da jurisprudência aplicável

Cito os seguintes precedentes que corroboram a presente decisão:

  • Direito real de habitação em união estável: “A existência de união estável autoriza o reconhecimento do direito real de habitação do companheiro sobrevivente sobre imóvel habitado ao tempo do falecimento. A posse exercida por herdeiro necessário, no contexto de união estável comprovada, é considerada justa até a conclusão da partilha de bens.”
    Referência: TJRJ - Apelação Acórdão/TJRJ - Rel. Des. Teresa De Andrade Castro Neves - J. em 20/02/2025.
  • Ausência de prova robusta: “A ausência de comprovação documental robusta que demonstre a titularidade ou posse legítima sobre o imóvel impede o reconhecimento de direitos alegados.”
    Referência: TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Rel. Des. Salles Vieira - J. em 03/10/2024.

Do dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no CPC/2015, art. 487, inciso I, julgo improcedente o pedido formulado pela autora, Sra. El. R. P., reconhecendo a ausência de comprovação de união estável com o falecido Sr. A. B. de L. e, consequentemente, a inexistência de direito real de habitação ou titularidade sobre o imóvel situado na Rua ___________, ___, casa __, Vila __, ___________.

Condeno a autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Local], [Data]

[Nome do Magistrado]

Juiz de Direito


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A presente ação declaratória busca assegurar o direito real de habitação da autora, cônjuge sobrevivente, sobre o imóvel em que residia com o falecido companheiro, com base no art. 7º da Lei 9.278/1996 e no art. 1.831 do Código Civil. A autora requer tutela antecipada para garantir a permanência no imóvel, em respeito aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do direito à moradia, destacando a vulnerabilidade da autora e a inexistência de outra moradia. O documento também fundamenta o pedido com jurisprudências do STJ e solicita a citação dos herdeiros, produção de provas e audiência de conciliação.

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