Modelo de Contestação à Ação de Interdição e Curatela com Argumentação sobre Capacidade Civil e Inépcia da Inicial

Publicado em: 08/10/2024 CivelProcesso Civil Familia
Contestação apresentada por A. J. dos S. contra Ação de Interdição e Curatela movida por M. F. de S. L., alegando ausência de incapacidade civil e inépcia da inicial por falta de documentos médicos indispensáveis. Argumentos incluem a improcedência do pedido de curatela, fundamentação jurídica baseada no Código de Processo Civil, Código Civil e Estatuto da Pessoa com Deficiência, além de jurisprudências que reforçam a excepcionalidade da medida de interdição. Requer provas periciais, testemunhais e a improcedência total da ação.

CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de [cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

RÉU: A. J. dos S., brasileiro, solteiro, aposentado, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua X, nº Y, Bairro Z, CEP XXXXX-XXX, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado, com procuração anexa, com escritório profissional na Rua Tal, nº 123, Bairro Alfa, Cidade/UF, CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [email protected], onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua CONTESTAÇÃO à AÇÃO DE INTERDIÇÃO E CURATELA proposta por M. F. de S. L., já qualificada nos autos, pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor.

3. SÍNTESE DOS FATOS

A autora propôs a presente ação de interdição e curatela em face de seu genitor, ora contestante, alegando que este se encontra incapacitado para os atos da vida civil em virtude de suposta debilidade cognitiva decorrente da idade avançada e de quadro clínico de Alzheimer. Requereu, inclusive, a concessão de curatela provisória em seu favor.

O réu, no entanto, contesta veementemente a alegação de incapacidade, afirmando que, embora possua limitações físicas inerentes à sua idade, mantém plena capacidade cognitiva, discernimento e autonomia para gerir sua vida civil, conforme será demonstrado nos fundamentos a seguir.

4. PRELIMINARES

INÉPCIA DA INICIAL – AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS ESSENCIAIS

A petição inicial não foi instruída com documentos médicos suficientes que comprovem a alegada incapacidade do réu. Nos termos do CPC/2015, art. 320, a petição inicial deve ser instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. A ausência de laudo médico atual e conclusivo compromete a análise do pedido e impede o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa, nos termos do CPC/2015, art. 319, VI.

Assim, requer-se o reconhecimento da inépcia da inicial, com a extinção do feito sem resolução de mérito, nos termos do CPC/2015, art. 485, I e VI.

5. MÉRITO

Caso ultrapassada a preliminar, o pedido deve ser julgado improcedente. A curatela é medida extrema, que implica restrição à capacidade civil e à liberdade individual do cidadão. O réu, apesar da idade avançada, encontra-se lúcido, orientado e plenamente capaz de tomar decisões sobre sua vida pessoal e patrimonial.

A autora não demonstrou, de forma inequívoca, que o réu se encontra incapacitado para os atos da vida civil. A simples existência de limitações físicas ou idade avançada não é suficiente para justificar a interdição, conforme entendimento consolidado na jurisprudência pátria.

6. DO DIREITO

A interdição encontra previsão no CCB/2002, art. 1.767, que estabelece as hipóteses em que a curatela é cabível, sendo necessária a comprovação de que a pessoa não possui discernimento para os atos da vida civil.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) reforça a excepcionalidade da curatela, dispondo em seu art. 84 que a curatela afetará apenas os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial, e que"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares
Claro! Abaixo segue uma simulação de voto do magistrado baseada no documento fornecido, redigida em HTML conforme solicitado:

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Ação de Interdição e Curatela proposta por M. F. de S. L. em face de A. J. dos S., sob o fundamento de suposta incapacidade do requerido para os atos da vida civil, decorrente de debilidade cognitiva atribuída à idade avançada e diagnóstico de Alzheimer.

O requerido apresentou contestação, arguindo a inépcia da inicial por ausência de documentos indispensáveis, como laudo médico conclusivo e atualizado, bem como defendeu, no mérito, a manutenção de sua plena capacidade civil, afirmando gozar de autonomia e discernimento, ainda que enfrente limitações físicas típicas da sua faixa etária.

Da Preliminar – Inépcia da Inicial

Inicialmente, cumpre analisar a preliminar de inépcia da petição inicial, nos termos do art. 485, I e VI, do Código de Processo Civil de 2015. Verifico que a peça inaugural não foi acompanhada de laudo médico atual que comprove, de forma inequívoca, a alegada incapacidade do requerido. Conforme estabelece o art. 319, VI, do CPC/2015, é obrigatória a juntada de documentos que comprovem os fatos constitutivos do direito alegado.

Ademais, o art. 320 do mesmo diploma processual exige a apresentação de documentos indispensáveis à propositura da ação, o que não se verificou no presente caso. A ausência de prova médica específica e atualizada compromete a formação do contraditório e da ampla defesa, princípios constitucionais previstos no art. 5º, LV da Constituição Federal.

Assim sendo, acolho a preliminar arguida, reconhecendo a inépcia da petição inicial, com fulcro no art. 485, I e VI, do CPC/2015.

Do Mérito (Por Cautela)

Superada a preliminar, adentrando ao mérito por cautela, verifico que a autora não logrou êxito em demonstrar, de forma clara e inequívoca, a incapacidade civil do requerido. A curatela, conforme disposto no art. 1.767 do Código Civil, é medida excepcional, que exige prova da ausência de discernimento para os atos da vida civil.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência ( Lei 13.146/2015), em seu art. 84, reforça que a curatela deve ser proporcional às necessidades da pessoa e restrita aos atos patrimoniais e negociais. A simples existência de limitações físicas e idade avançada não configura, por si só, incapacidade civil.

Ressalte-se que não foi realizada perícia médica nem audiência de entrevista pessoal com o requerido, providências obrigatórias segundo o art. 755 do CPC/2015, o que inviabiliza o acolhimento do pedido.

Da Jurisprudência

A jurisprudência é pacífica ao afirmar que a interdição é medida de caráter excepcional, só sendo cabível diante de prova robusta da incapacidade mental do indivíduo, conforme os seguintes julgados:

  • “A interdição é uma medida extremada, que declara a incapacidade do interdito e entrega a administração de seus bens a um terceiro, de maneira que tal providência somente poderá ser praticada quando não restarem dúvidas acerca da falta de discernimento do curatelado.” (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ).
  • “A interdição só é justificada quando há prova inequívoca de incapacidade mental. Limitações físicas não são sinônimo de incapacidade civil.” (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

Conclusão

Diante de todo o exposto, e em observância ao art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, voto pelo:

  • Conhecimento da ação;
  • ACOLHIMENTO da preliminar de inépcia da inicial;
  • Extinção do feito sem resolução do mérito, com fundamento no art. 485, I e VI, do CPC;
  • Condenação da parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

É como voto.

[Cidade], [Data].

_______________________________________
Magistrado(a)

Essa estrutura HTML simula o voto de um magistrado com base nos elementos do processo apresentados no documento inicial. O voto está devidamente fundamentado com base na Constituição Federal (art. 93, IX), no Código de Processo Civil e na legislação aplicável ao caso, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência e o Código Civil.

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