Modelo de Contestação trabalhista da Sucessão de D. em ação de reconhecimento de vínculo empregatício e pagamento de diferenças salariais, alegando ilegitimidade passiva, ausência de prova e impenhorabilidade de imóvel l...

Publicado em: 29/04/2025 Trabalhista Processo do Trabalho
Modelo de contestação trabalhista apresentada pela Sucessão de D., representada por seu tio, em face de reclamação trabalhista ajuizada pela cuidadora da falecida, que pleiteia diferenças salariais. A defesa sustenta ilegitimidade passiva do representante, ausência de vínculo empregatício comprovado, inépcia da inicial por falta de documentos, e destaca cláusulas de impenhorabilidade do imóvel legado. Requer a improcedência dos pedidos, produção de provas e condenação em honorários advocatícios.

CONTESTAÇÃO TRABALHISTA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da ___ Vara do Trabalho de Cachoeira do Sul/RS.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

Reclamada: Sucessão de D. (representada por seu tio E. dos S.), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 00.000.000/0001-00, com endereço à Rua Exemplo, nº 100, Bairro Centro, Cachoeira do Sul/RS, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].

Reclamante: M. F. dos S., brasileira, solteira, cuidadora, inscrita no CPF sob nº 000.000.000-00, residente e domiciliada à Rua Modelo, nº 200, Bairro Centro, Cachoeira do Sul/RS, CEP 00000-000, endereço eletrônico: [email protected].

3. SÍNTESE DA INICIAL

A Reclamante ajuizou Reclamação Trabalhista em face da Sucessão de D., representada por seu tio E. dos S., alegando ter sido contratada pelo curador C. dos S. para prestar serviços de cuidadora à falecida D., mediante pagamento de um salário mínimo mensal, destinado à alimentação e medicamentos. Afirma não ter recebido corretamente as verbas salariais e pleiteia diferenças salariais relativas a todo o período laborado, sem, contudo, juntar comprovantes dos alegados pagamentos ou gastos.

Requer, ao final, o pagamento das diferenças salariais, com reflexos em férias, 13º salário, FGTS e demais consectários legais.

4. PRELIMINARES

4.1. Ilegitimidade Passiva do Representante
A presente demanda foi proposta em face da Sucessão de D., representada por E. dos S., tio da falecida. Contudo, a contratação alegada pela Reclamante teria sido realizada por C. dos S., curador nomeado judicialmente para gerir o legado deixado à falecida. O representante da Sucessão jamais teve ciência ou participação na contratação, não podendo ser responsabilizado por obrigações eventualmente assumidas pelo curador no exercício de mandato específico (CCB/2002, art. 1.781).

4.2. Inépcia da Inicial
A inicial carece de documentos essenciais à demonstração do alegado vínculo empregatício, especialmente comprovantes de pagamentos, recibos ou qualquer outro elemento que demonstre a prestação dos serviços e a existência de diferenças salariais. A ausência de tais documentos inviabiliza o exercício do contraditório e da ampla defesa (CF/88, art. 5º, LV).

5. DOS FATOS

A Reclamante alega ter sido contratada pelo curador C. dos S. para prestar serviços de cuidadora à Sra. D., recebendo um salário mínimo mensal, supostamente destinado à alimentação e medicamentos. Não há, contudo, qualquer comprovação documental da contratação, tampouco recibos de pagamento, extratos bancários ou qualquer outro elemento que comprove a efetiva prestação dos serviços ou o pagamento dos valores alegados.

O tio E. dos S., ora representante da Sucessão, jamais teve conhecimento ou ingerência sobre a contratação ou pagamentos realizados pelo curador. Ressalte-se que, conforme certidão do Registro de Imóveis (matrícula nº 10.759), o imóvel legado à falecida D. estava sob cláusulas restritivas de impenhorabilidade, inalienabilidade e incomunicabilidade, sendo administrado pelo curador exclusivamente para fins de gestão patrimonial e cuidados com a saúde da legatária.

Ademais, a partilha do imóvel foi formalizada somente em 11/12/2023, após sentença transitada em julgado em 05/05/2023, não havendo qualquer registro de vínculo empregatício ou obrigação trabalhista em nome da Sucessão ou de seu representante legal.

6. DO DIREITO

6.1. Da Ausência de Vínculo Empregatício
O reconhecimento do vínculo empregatício exige a demonstração dos requisitos previstos na CLT, art. 3º: pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação. No presente caso, a Reclamante não apresentou qualquer prova robusta da existência de tais elementos, limitando-se a alegações genéricas e desprovidas de respaldo documental.

6.2. Da Responsabilidade do Curador
Nos termos do CCB/2002, art. 1.781, compete ao curador a administração dos bens e interesses do curatelado, respondendo pessoalmente por atos praticados além dos limites do mandato judicial. Não há qualquer elemento que vincule a Sucessão ou seu representante à contratação da Reclamante, sendo a responsabilidade, se existente, exclusiva do curador.

6.3. Da Imprescindibilidade da Prova do Pagamento
O ônus da prova quanto à existência de diferenças salariais e à efetiva prestação dos serviços incumbe à Reclamante (CPC/2015, art. 373, I). A ausência de recibos, comprovantes de pagamento ou qualquer outro documento impede o acolhimento do pedido, sob pena de violação ao princípio da legalidade e da segurança jurídica (CF/88, art. 5º, II).

6.4. Da Regularidade Patrimonial e das Restrições Legais
A certidão do Registro de Imóveis atesta que o imóvel legado à falecida D. encontra-se sob cláusulas de impenhorabilidade, inalienabilidade e incomunicabilidade, não podendo ser objeto de constrição judicial para satisfação de eventuais créditos trabalhistas (CCB/2002, art. 1.911).

6.5. Da Boa-fé e do Devido Processo Legal
A defesa é exercida em estrito respeito aos princípios da boa-fé, contraditório e ampla defesa (CF/88, art. 5º, LIV e LV), sendo imprescindível a produção de provas e a observância do devido processo legal para o deslinde da controvérsia.

Fechamento Argumentativo: Assim, não restando comprovados os requisitos do vínculo empregatício, tampouco a responsabilidade da Sucessão ou de seu representante, impõe-se a total improcedência dos pedidos formulados na inicial.

7. JURISPRUDÊNCIAS

7.1. Ônus da Prova e Necessidade de Prova Robusta
"Apelantes que não lograram êxito em demonstrar de onde advêm as divergências nos cálculos feitos pela sentença. Ônus processual das "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Cuida-se de Reclamação Trabalhista ajuizada por M. F. dos S. em face da Sucessão de D., representada por seu tio E. dos S.. Narra a Reclamante ter sido contratada pelo curador C. dos S. para prestar serviços de cuidadora à falecida D., mediante pagamento de um salário mínimo mensal, destinado à alimentação e medicamentos. Afirma não ter recebido corretamente as verbas salariais e postula diferenças salariais, com reflexos em férias, 13º salário, FGTS e demais consectários legais.

A Reclamada apresentou contestação, arguindo, em preliminar, ilegitimidade passiva do representante e inépcia da inicial. No mérito, sustenta a ausência de vínculo empregatício, a inexistência de responsabilidade da Sucessão, a imprescindibilidade da prova do pagamento, a regularidade patrimonial do imóvel legado e as restrições legais que o atingem, bem como a observância da boa-fé e do devido processo legal.

II. Fundamentação

1. Preliminares

a) Ilegitimidade Passiva

Alega a Reclamada que a contratação da Reclamante teria sido efetivada pelo curador C. dos S., não havendo qualquer ingerência do representante da Sucessão, E. dos S., sobre tal relação. Nos termos do CCB/2002, art. 1.781, compete ao curador a administração dos bens e interesses do curatelado, respondendo pessoalmente por atos praticados além dos limites do mandato judicial.

No entanto, a análise dos autos evidencia que a ação foi proposta em face da Sucessão de D., sendo esta a responsável pelos direitos e obrigações transmitidos em razão do falecimento da legatária. A discussão acerca da responsabilidade direta do curador será enfrentada no mérito. Rejeito, pois, a preliminar de ilegitimidade passiva.

b) Inépcia da Inicial

Sustenta a Reclamada que a inicial é inepta por ausência de documentos essenciais à demonstração do vínculo empregatício e dos alegados pagamentos. Todavia, a inicial apresenta os fatos e fundamentos jurídicos do pedido de forma clara e suficiente, permitindo o exercício do contraditório e da ampla defesa, nos termos da CF/88, art. 5º, LV. Eventual ausência de prova documental não constitui inépcia, mas insuficiência probatória, a ser analisada no mérito.

Portanto, rejeito a preliminar de inépcia da inicial.

2. Mérito

a) Do Vínculo Empregatício

O reconhecimento do vínculo empregatício requer a demonstração dos requisitos previstos na CLT, art. 3º: pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação. A prova da existência da relação de emprego compete à Reclamante, nos termos do CPC/2015, art. 373, I.

No caso vertente, a Reclamante limitou-se a alegações genéricas, não juntando documentos, recibos, extratos ou qualquer outro elemento capaz de comprovar a efetiva prestação dos serviços, tampouco o pagamento das verbas pleiteadas. A ausência de robusta prova documental e testemunhal inviabiliza o reconhecimento do vínculo empregatício.

A jurisprudência é firme no sentido de que compete ao autor provar os fatos constitutivos de seu direito (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP; TST, RRAg 1076-86.2019.5.13.0008).

b) Da Responsabilidade da Sucessão

Conforme destacado pela Reclamada, o curador é responsável pelos atos praticados no exercício de seu mandato, respondendo pessoalmente por eventuais obrigações trabalhistas. Não há nos autos prova de que a Sucessão, representada por E. dos S., tenha assumido ou participado da relação de emprego alegada, tampouco que tenha herdado passivo trabalhista nesse sentido.

A jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo, em casos análogos, reconhece a inexistência de responsabilidade da Sucessão por atos praticados exclusivamente por curador (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP).

c) Da Impenhorabilidade do Imóvel Legado

Restou comprovado nos autos que o imóvel legado à falecida D. encontra-se sob cláusulas de impenhorabilidade, inalienabilidade e incomunicabilidade, conforme matrícula nº 10.759 (CCB/2002, art. 1.911). Não há possibilidade de constrição judicial do bem para satisfação de eventuais créditos trabalhistas.

d) Da Boa-fé e do Devido Processo Legal

O presente feito tramita em observância aos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV e LV), não havendo vícios a serem sanados.

3. Síntese e Conclusão

Ausente prova robusta da existência do vínculo empregatício, bem como da responsabilidade da Sucessão ou de seu representante, impõe-se a improcedência dos pedidos formulados na inicial, em respeito aos princípios da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da segurança jurídica.

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, JULGO IMPROCEDENTES os pedidos formulados por M. F. dos S. em face da Sucessão de D., representada por E. dos S., nos termos da fundamentação supra, que passa a integrar este dispositivo para todos os fins.

Custas pela Reclamante, calculadas sobre o valor da causa, do qual fica isenta, por ser beneficiária da justiça gratuita (CPC/2015, art. 98).

Não há honorários advocatícios de sucumbência, por ausência de contrato entre as partes ou pedido expresso neste sentido.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Referências Constitucionais e Legais

Cachoeira do Sul/RS,
Data da assinatura digital

_______________________________________
Magistrado(a)


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