Modelo de Contra Razões ao Recurso Especial - Obrigação de Fazer c/c Indenização

Publicado em: 05/11/2024 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Modelo de contra razões ao recurso especial, com fundamento nos princípios da função social do contrato e da boa-fé objetiva, argumentando pela manutenção do acórdão que garantiu a imissão na posse do imóvel. A peça visa assegurar a proteção aos adquirentes e a interpretação sistêmica dos contratos, com base no CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422.

EXMO. SR. DR. RELATOR DA 19.ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO NO JULGAMENTO DA APELAÇÃO Nº 0014899-82.2018.8.19.0061 –

DES. REL. L.S.R.C.

Referência: Autos da Apelação [número do processo]

Recorrente: MRA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA.

Recorrido: G. C. H. P. DE B. e F. P. DE B.

MRA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA, sociedade empresária de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº [cpf], estabelecida e sediada na [endereço completo], por seu procurador que subscreve digitalmente, vem respeitosamente apresentar suas CONTRA RAZÕES ao Recurso Especial interposto pelos Recorrentes, nos seguintes termos:

I - DA SÍNTESE DA CONTROVÉRSIA

Os Recorridos, G. C. H. P. DE B. e F. P. DE B., ajuizaram a presente ação de Obrigação de Fazer c/c Indenização por Danos Morais e Materiais c/c Repetição de Indébito, requerendo a imissão na posse de imóvel, mesmo confessando estarem inadimplentes. Alegam, entre outros pontos, que a retenção das chaves realizada pela incorporadora fere seus direitos.

Em primeira e segunda instância, os pedidos dos Recorridos foram parcialmente acolhidos, gerando inconformismo por parte da Recorrente, que interpôs o presente Recurso Especial, buscando a reforma dos acórdãos que, segundo seu entendimento, violaram a Lei 4.591/1964, art. 52 além do CPC/2015, art. 492.

II - DAS RAZÕES PARA A MANUTENÇÃO DO JULGADO

A pretensão da Recorrente não merece acolhida, visto que os fundamentos utilizados pelos acórdãos recorridos encontram pleno respaldo na legislação e nos princípios constitucionais que regem as relações civis, conforme exposto a seguir.

III - DO DIREITO

A Lei 4.591/1964,  art. 52, estabelece que a imissão de cada contratante na posse do imóvel somente ocorrerá se estiver em dia com suas obrigações. Contudo, a interpretação do dispositivo legal deve ser feita à luz dos princípios da função social do contrato (CCB/2002, art. 421) e da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422), que exigem uma interpretação sistemática do contrato, visando o equilí"'>...

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Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito, Defesas Possíveis e Considerações Finais

1. Fatos e Direito

Os Recorridos ingressaram com ação buscando o cumprimento de obrigação de fazer, bem como indenização por danos morais e materiais, alegando que, embora houvesse uma parcela do financiamento inadimplida, a retenção das chaves pela incorporadora feria seus direitos. Em resposta, o Tribunal reconheceu que, além do direito de propriedade, é essencial garantir a função social dos contratos e a proteção dos adquirentes de imóveis.

2. Defesas Possíveis pela Parte Contrária

A Recorrente poderá alegar que o direito de retenção das chaves estava expressamente previsto no contrato firmado entre as partes, e que o cumprimento das obrigações financeiras é condição para a imissão na posse do bem. No entanto, tais alegacões devem ser confrontadas com o princípio da função social do contrato, que visa garantir um tratamento justo e equilibrado entre as partes, não podendo a inadimplência ser vista de forma desproporcional.

3. Conceitos e Definições

Função Social do Contrato: O contrato deve servir à sociedade, garantindo a justiça e equilíbrio entre as partes, não podendo ser utilizado como instrumento de abuso ou desrespeito às condições mínimas de dignidade.

Boa-Fé Objetiva: As partes contratantes devem agir de maneira leal e transparente durante todo o vínculo contratual, não sendo admitidas atitudes que possam prejudicar a outra parte injustamente.

4. Considerações Finais

Diante dos princípios que regem o direito civil e a legislação pertinente, é imprescindível que o contrato seja analisado à luz de sua função social e que a posse do imóvel seja garantida, mesmo diante da inadimplência parcial, considerando-se as peculiaridades da relação contratual e a necessidade de promover a justiça social.



TÍTULO:
CONTRA-RAZÕES AO RECURSO ESPECIAL EM AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE


1. Introdução

As presentes contra-razões ao recurso especial visam sustentar a manutenção do acórdão que concedeu a imissão na posse do imóvel à parte adquirente, baseando-se nos princípios da função social do contrato e da boa-fé objetiva. Defende-se que o contrato de compra e venda foi celebrado e cumprido em conformidade com os preceitos do CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422, que orientam a interpretação contratual em favor do cumprimento da função social e da lealdade entre as partes.


Legislação:

CCB/2002, art. 421 – Estabelece a função social do contrato como elemento orientador da interpretação e cumprimento contratual.

CCB/2002, art. 422 – Impõe a boa-fé objetiva como princípio que deve nortear a execução dos contratos.

CF/88, art. 5º, XXII – Garante o direito à propriedade, observando a função social do bem adquirido.

Jurisprudência:

Função social do contrato

Boa-fé objetiva nos contratos

Imissão na posse do comprador


2. Função Social do Contrato

A função social do contrato busca adequar as relações jurídicas a princípios de ordem pública, de forma a privilegiar o interesse coletivo e o bem-estar social. Esse princípio, previsto no CCB/2002, art. 421, exige que o contrato não seja interpretado meramente em favor de uma das partes, mas, sobretudo, com foco em sua contribuição para o equilíbrio social e para a satisfação das necessidades envolvidas. Assim, o contrato de compra e venda do imóvel, ao atender a essa função, legitima a imissão na posse em favor do comprador.


Legislação:

CCB/2002, art. 421 – Função social como limite à liberdade contratual, priorizando o equilíbrio nas relações.

CF/88, art. 170 – Prevê a função social da propriedade, orientando sua utilização conforme interesses coletivos.

Jurisprudência:

Função social como limite contratual

Equilíbrio social nos contratos

Função social da propriedade


3. Boa-Fé Objetiva

O princípio da boa-fé objetiva impõe aos contratantes um comportamento ético e leal ao longo de toda a relação contratual, desde a formação até a execução do contrato. Esse princípio, previsto no CCB/2002, art. 422, orienta as partes a agirem com transparência e a observarem os deveres anexos de cooperação, lealdade e respeito mútuo. O descumprimento desses deveres pode ensejar a invalidação de atos que visem prejudicar a outra parte ou desvirtuar o propósito do contrato.


Legislação:

CCB/2002, art. 422 – Deveres anexos ao contrato: lealdade, transparência e cooperação entre as partes.

CCB/2002, art. 113 – Interpretação contratual orientada pela boa-fé.

Jurisprudência:

Exigência da boa-fé objetiva

Lealdade e transparência contratual

Deveres anexos no contrato


4. Imissão na Posse

A imissão na posse visa garantir ao adquirente o exercício pleno do direito de propriedade sobre o bem adquirido, assegurando a justa realização do contrato. Quando o comprador cumpre todas as obrigações contratuais, é dever do ordenamento jurídico assegurar que ele usufrua do bem sem restrições ou obstáculos. Esse direito é respaldado pelo princípio da função social da propriedade, conforme preconizado pela CF/88, art. 5º, XXII, que assegura o direito de propriedade com finalidade social.


Legislação:

CF/88, art. 5º, XXII – Direito de propriedade assegurado com observância de sua função social.

CPC/2015, art. 1.228 – Direito de posse e de propriedade em favor do adquirente legítimo.

Jurisprudência:

Imissão na posse como direito de propriedade

Função social da propriedade

Garantia de direitos na imissão na posse


10. Considerações Finais

Diante do exposto, requer-se a manutenção do acórdão que concedeu a imissão na posse do imóvel, com base nos princípios constitucionais e legais da função social do contrato e da boa-fé objetiva. A decisão recorrida promove a segurança jurídica e resguarda o direito dos adquirentes, ao passo que preserva o compromisso com a função social das relações contratuais e a proteção da propriedade.


 

 


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