Modelo de Contrarrazões aos Recursos Especial e Extraordinário Interpostos pelo INSS para Reconhecimento de Tempo Especial em Aposentadoria

Publicado em: 25/06/2024 Processo Civil
Apresentação de contrarrazões pelo Apelado M. C. de L., em face dos Recursos Especial e Extraordinário interpostos pelo INSS, no âmbito de apelação cível que discute o cômputo de tempo especial para aposentadoria devido à exposição a agente nocivo (eletricidade). O documento fundamenta a defesa do direito adquirido com base na legislação previdenciária, refutando os argumentos de inconstitucionalidade e ausência de custeio específico, além de invocar princípios constitucionais e jurisprudências relevantes.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

Processo nº: XXXXXXXX

Apelante: Instituto Nacional do Seguro Social – INSS

Apelado: M. C. de L.

CONTRARRAZÕES AOS RECURSOS ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO

O Apelado, M. C. de L., já qualificado nos autos, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 1.030 do Código de Processo Civil (CPC/2015), apresentar as presentes CONTRARRAZÕES aos Recursos Especial e Extraordinário interpostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), requerendo o seu regular processamento e posterior remessa ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), conforme o caso, pelas razões a seguir expostas.

PREÂMBULO

Trata-se de apelação cível interposta pelo INSS contra decisão que reconheceu o direito do Apelado ao cômputo de tempo especial para aposentadoria, em razão da exposição a agente nocivo (eletricidade), mesmo após a edição do Decreto nº 2.172/1997. O INSS alega que a atividade perigosa não pode ser enquadrada como especial, sob o argumento de ausência de previsão de fonte de custeio e de incompatibilidade com o artigo 201, §1º, da Constituição Federal, especialmente após a Emenda Constitucional 103/2019.

DOS FATOS

O Apelado laborou por anos em condições perigosas, exposto ao agente eletricidade, conforme demonstrado por meio de documentos técnicos e laudos periciais anexados aos autos. A decisão de primeira instância reconheceu o direito ao cômputo do tempo especial, com base na legislação vigente à época do trabalho prestado, reafirmando o caráter protetivo da Previdência Social.

O INSS, inconformado, interpôs Recursos Especial e Extraordinário, alegando a inconstitucionalidade do enquadramento de atividades perigosas como especiais e a ausência de custeio específico, além de invocar o Tema 1.209 do STF, que trata da repercussão geral sobre a matéria.

DO DIREITO

O direito do Apelado ao reconhecimento do tempo especial decorre da legislação previdenciária vigente à época do exercício da atividade, em conformidade com o princípio do direito adquirido, previsto no artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal.

O artigo 201, §1º, da Constituição Federal, antes da Emenda Constitucional 103/2019, previa expressamente a possibilidade de concessão de aposentadoria especial para atividades exercidas sob condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física, sem qualquer restrição quanto à periculosidade.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de apelação interposta pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra decisão que reconheceu o direito do Apelado, M. C. de L., ao cômputo de tempo especial para aposentadoria, decorrente da exposição ao agente nocivo "eletricidade". O INSS sustenta que a atividade perigosa não pode ser enquadrada como especial, citando ausência de fonte de custeio e incompatibilidade com o artigo 201, §1º, da Constituição Federal, especialmente após a Emenda Constitucional 103/2019.

O Apelado, por sua vez, defende o direito adquirido, amparado em legislação previdenciária vigente à época do trabalho prestado, bem como o caráter protetivo da Previdência Social.

Voto

Da análise dos fatos e fundamentos legais

O caso em análise diz respeito ao reconhecimento do tempo especial para aposentadoria em virtude da exposição do Apelado ao agente nocivo "eletricidade". Os documentos técnicos e laudos periciais anexados aos autos confirmam a exposição habitual e permanente a condições de risco, o que, à luz da legislação vigente à época do trabalho, qualifica-se como atividade especial.

O artigo 201, §1º, da Constituição Federal, antes da Emenda Constitucional 103/2019, previa expressamente a possibilidade de concessão de aposentadoria especial para atividades exercidas sob condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A exclusão das atividades perigosas pelo Decreto nº 2.172/1997 não pode retroagir para prejudicar o direito adquirido do Apelado, conforme o princípio da irretroatividade das normas (artigo 6º da LINDB).

Quanto à alegação de ausência de fonte de custeio, o Supremo Tribunal Federal já decidiu, no julgamento do Tema 350, que a implementação de direitos previdenciários não depende de prévia fonte de custeio, desde que haja previsão legal para sua concessão, como ocorre no caso em tela.

Da Hermenêutica Constitucional

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, XXXVI, garante a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Assim, o direito do Apelado ao cômputo do tempo especial se encontra devidamente resguardado, haja vista que o trabalho foi desempenhado em período anterior à modificação legislativa.

Ademais, a interpretação do artigo 201, §1º, deve ser realizada em consonância com os princípios da dignidade da pessoa humana e da proteção social, pilares do sistema previdenciário brasileiro.

Das Jurisprudências

Destaco os seguintes precedentes:

  1. TJSP (10ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: “Cabível a majoração dos honorários advocatícios para 15% sobre o valor atualizado da condenação.”
  2. STJ (1ª Seção) - RECURSO ESPECIAL 1.912.784 - SP: “A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS.”

Conclusão

Ante o exposto, em atenção ao artigo 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação das decisões judiciais, voto pelo CONHECIMENTO e NÃO PROVIMENTO dos recursos interpostos pelo INSS, mantendo-se a decisão de primeira instância que reconheceu o direito do Apelado ao cômputo do tempo especial para aposentadoria.

Condeno o INSS ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do artigo 85, §1º e §7º, do CPC/2015, arbitrados em 15% sobre o valor atualizado da condenação, bem como ao pagamento das custas processuais.

É como voto.

[Local], [Data]

__________________________________________

[Nome do Magistrado]


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