Modelo de Defesa Prévia em Caso de Crime de Roubo sob Alegação de Crime Impossível

Publicado em: 30/08/2024 Direito Penal
Este documento apresenta uma defesa prévia em processo criminal que trata da acusação de roubo (art. 157 do CP) contra o réu A. J. dos S., sustentando a tese de crime impossível (art. 17 do CP) devido à ineficácia absoluta dos meios empregados e à ausência de provas concretas, como a apreensão e perícia da arma de fogo. São destacados fundamentos jurídicos, jurisprudências relevantes e pedidos de absolvição sumária com base nos princípios do in dubio pro reo e da atipicidade da conduta.

DEFESA PRÉVIA

CRIME IMPOSSÍVEL - ROUBO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal da Comarca de ____________

Processo nº: ____________ Réu: A. J. dos S. Advogado: F. F. OAB/___ nº ____________

PREÂMBULO

A. J. dos S., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPP, art. 396-A, apresentar a presente DEFESA PRÉVIA, em razão da imputação do crime de roubo (CP, art. 157), nos termos da denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

Segundo a denúncia, o acusado teria, em tese, subtraído bens da vítima mediante grave ameaça e violência, utilizando-se de uma arma de fogo. Contudo, a defesa técnica sustenta que o caso em tela configura hipótese de crime impossível, haja vista que os meios empregados pelo acusado eram absolutamente ineficazes para a consumação do delito.

Ainda, a denúncia não apresenta elementos suficientes para comprovar a materialidade e autoria do crime, sendo que a arma de fogo supostamente utilizada não foi apreendida ou periciada, e os depoimentos das testemunhas são contraditórios e insuficientes para embasar a acusação.

DO DIREITO

Preliminarmente, a defesa sustenta que o caso em análise configura hipótese de crime impossível, nos termos do CP, art. 17, que dispõe: "Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime".

No caso em tela, a suposta arma de fogo utilizada no delito não foi apreendida, tampouco periciada, sendo impossível comprovar sua existência ou funcionalidade. A ausência de tais elementos inviabiliza a configuração do crime de roubo, uma vez que não há prova da grave ameaça ou violência alegada.

Ademais, a jurisprudência é pacífica ao reconhecer que, na ausência de apreensão e perícia da arma de fogo, não se pode presumir sua existência ou potencial lesivo, conforme entendimento consolidado pelo STJ (AgRg no REsp. 1943093/AC/STJ, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 21/09/2021).

Por fim, a defesa invoca o princípio do in dubio pro reo, cons"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de processo criminal em que o réu, A. J. dos S., foi denunciado pela prática do crime de roubo (CP, art. 157). Após análise dos autos, passo a fundamentar minha decisão com base nos princípios constitucionais e legais, como determina a Constituição Federal de 1988, no art. 93, inciso IX, que exige a devida motivação das decisões judiciais.

Dos Fatos

Segundo a denúncia, o réu, utilizando-se de grave ameaça e violência, teria subtraído bens da vítima por meio da utilização de uma arma de fogo. No entanto, a defesa alega que o caso configura hipótese de crime impossível, tendo em vista a ineficácia absoluta do meio empregado, uma vez que a arma de fogo não foi apreendida ou periciada.

Além disso, os depoimentos das testemunhas apresentaram contradições, não havendo prova suficientemente robusta para comprovar a materialidade e a autoria do delito.

Da Fundamentação

A análise do caso exige a aplicação do Código Penal, art. 17, segundo o qual "não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime". No presente caso, a ausência de apreensão e perícia da arma de fogo impossibilita a comprovação de sua existência ou funcionalidade.

A jurisprudência consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) reforça que, na ausência de elementos materiais, como a apreensão e perícia da arma de fogo, não se pode presumir a potencialidade lesiva do objeto, inviabilizando a configuração do delito de roubo em sua forma qualificada (AgRg no REsp. Acórdão/STJ).

Adicionalmente, o princípio do in dubio pro reo, consagrado no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, determina que, diante da existência de dúvida quanto à autoria ou materialidade do crime, deve-se decidir em favor do réu. Este princípio é um dos pilares do Estado Democrático de Direito e visa garantir que ninguém seja condenado sem provas suficientes de sua culpabilidade.

Da Decisão

Em consideração aos elementos apresentados nos autos e com base nos fundamentos jurídicos supramencionados, entendo que a presente ação penal não reúne os requisitos necessários para a condenação do réu. A ausência de prova inequívoca da materialidade e autoria do crime, aliada à impossibilidade de comprovação da funcionalidade da suposta arma de fogo, configura hipótese de crime impossível, conforme previsto no art. 17 do Código Penal.

Assim, voto para dar provimento à tese da defesa e, com fundamento no art. 386, inciso VII, do Código de Processo Penal, julgo improcedente a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Declaro, portanto, a absolvição do réu A. J. dos S..

Conclusão

Diante do exposto, com base no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, e no Código Penal, art. 17, bem como no Código de Processo Penal, art. 386, VII, voto pela absolvição do réu, por entender que os elementos constantes nos autos não são suficientes para sustentar a condenação.

É como voto.

Local e data: ____________

[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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