Modelo de Memoriais defensivos em ação penal por supostos crimes contra a dignidade sexual e posse irregular de arma, requerendo nulidade por ausência de provas idôneas e absolvição do acusado com base no CPP, art. 386, VII

Publicado em: 25/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Modelo de memoriais defensivos apresentados à Vara Criminal, sustentando preliminar de nulidade por falta de provas idôneas e contraditórias, e requerendo a absolvição do acusado das imputações do CP, art. 217-A e CP, art. 218-B e Lei 10.826/2006, art. 12, fundamentando-se no princípio da presunção de inocência, ônus da prova, e in dubio pro reo, com base em jurisprudência consolidada. Inclui pedidos subsidiários de produção de provas e justiça gratuita.

MEMORIAIS DEFENSIVOS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal da Comarca de __, do Tribunal de Justiça do Estado de __.

2. PRELIMINARES

2.1. DA NULIDADE POR AUSÊNCIA DE PROVAS IDÔNEAS E CONTRADITÓRIAS
Inicialmente, a Defesa suscita a preliminar de nulidade do feito, diante da ausência de provas idôneas e contraditórias aptas a embasar eventual decreto condenatório, especialmente considerando-se a fragilidade dos elementos probatórios colhidos, a ausência de exame pericial conclusivo e a existência de contradições nos depoimentos das testemunhas e da suposta vítima.
Ressalta-se que, conforme o CPP, art. 155, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão apenas nos elementos informativos colhidos na investigação, salvo as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Resumo: A ausência de provas sólidas e a existência de contradições nos depoimentos impõem a declaração de nulidade do feito, por violação ao devido processo legal e ao contraditório (CF/88, art. 5º, LIV e LV).

3. DOS FATOS

O acusado, J. G. dos S., foi denunciado como incurso no CP, art. 217-A e CP, art. 218-B e Lei 10.826/2006, art. 12, sob a alegação de ter praticado atos libidinosos com menor de 14 anos, além de suposta posse irregular de arma de fogo.
Segundo a denúncia, os fatos teriam ocorrido em data incerta, no interior do veículo do acusado, ocasião em que a vítima, menor de idade, teria sido constrangida a praticar ato libidinoso. A narrativa da acusação sustenta que a vítima teria relatado os fatos à sua genitora, que, por sua vez, permaneceu inerte até que o genitor da menor tomou conhecimento e registrou ocorrência meses após o suposto evento.
Durante a instrução processual, foram ouvidas a vítima, seus familiares e testemunhas arroladas pela defesa, tendo sido constatadas divergências relevantes entre os relatos prestados em sede policial e em juízo. Ademais, não foi produzido laudo pericial conclusivo nem estudo social ou psicológico que pudesse corroborar a versão acusatória.
Resumo: Os fatos narrados na denúncia não encontram respaldo em provas robustas e convergentes, havendo contradições e lacunas que impedem a formação do juízo de certeza indispensável à condenação criminal.

4. DO DIREITO

4.1. DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E DO ÔNUS DA PROVA
CF/88, art. 5º, LVII, que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Tal princípio impõe ao Estado o ônus de demonstrar, de forma inequívoca, a materialidade e autoria do delito, não se admitindo condenação fundada em meras presunções ou conjecturas.
4.2. DA NECESSIDADE DE PROVA ROBUSTA EM CRIMES SEXUAIS
Embora a palavra da vítima tenha especial relevância em crimes contra a dignidade sexual, a jurisprudência é pacífica ao exigir que tal relato seja harmônico, coerente e corroborado por outros elementos de prova, especialmente diante da ausência de testemunhas presenciais ou vestígios materiais (CPP, art. 155).
No caso em tela, as declarações da vítima apresentam contradições relevantes entre a fase policial e a judicial, não havendo elementos externos de corroboração. Além disso, a conduta imputada ao acusado não restou demonstrada de forma incontroversa, sendo a dinâmica dos fatos incerta e não confirmada por testemunhas independentes.
4.3. DO PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO
Em um Estado Democrático de Direito, não se admite condenação fundada em dúvidas ou hipóteses, mas apenas em prova segura e hábil a afastar a presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII). Assim, diante da ausência de certeza quanto à materialidade e autoria, impõe-se a absolvição do acusado, nos termos do CPP, art. 386, VII.
4.4. DA TIPICIDADE E DA AUSÊNCIA DE ELEMENTOS PARA CONDENAÇÃO NO CP, ART. 217-A E CP, ART. 218-B 
O CP, art. 217-A tipifica o estupro de vulnerável, exigindo a comprovação de que"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação penal movida em face de J. G. dos S., denunciado pela suposta prática dos crimes previstos no CP, art. 217-A e CP, art. 218-B e Lei 10.826/2006, art. 12, imputando-lhe a realização de ato libidinoso com menor de 14 anos e posse irregular de arma de fogo.
A denúncia sustenta que o acusado teria constrangido a vítima a praticar ato libidinoso no interior de seu veículo, tendo o registro da ocorrência ocorrido meses após os fatos, por iniciativa do genitor da menor.
Durante a instrução, foram colhidos depoimentos da vítima, familiares e testemunhas arroladas pela defesa, bem como analisados os elementos de prova documental e a ausência de laudo pericial conclusivo.

II. Fundamentação

1. Da Preliminar de Nulidade por Ausência de Provas Idôneas e Contraditórias

A defesa suscita, em sede preliminar, a nulidade do feito por ausência de provas idôneas e contraditórias, apontando fragilidade dos elementos probatórios, inexistência de exame pericial conclusivo e contradições nos depoimentos colhidos.
Nos termos do CPP, art. 155, a formação da convicção do magistrado deve ocorrer a partir da prova produzida em contraditório judicial, não sendo suficiente a mera reprodução de elementos colhidos na investigação.
No caso concreto, verifica-se que os depoimentos da vítima, em especial, apresentam contradições relevantes entre as fases policial e judicial, carecendo de corroboração por outros elementos objetivos. Além disso, não foi produzido laudo pericial que ateste a materialidade dos fatos, tampouco estudo social ou psicológico que possa sustentar a versão acusatória.
Assim, a ausência de prova idônea, associada às contradições e à ausência de elementos conclusivos, configura afronta ao devido processo legal e ao contraditório, previstos na CF/88, art. 5º, LIV e LV.

2. Do Mérito

2.1. Da Presunção de Inocência e Ônus da Prova

A CF/88, art. 5º, LVII, consagra a presunção de inocência, de modo que a condenação criminal exige prova plena e inequívoca da materialidade e autoria do delito. Não se admite condenação fundada em presunções ou conjecturas.

2.2. Da Prova em Crimes Sexuais

Embora a palavra da vítima possua especial relevância em crimes contra a dignidade sexual, é imprescindível que seja harmônica, coerente e corroborada por outros elementos de prova (CPP, art. 155). No presente caso, os relatos da vítima mostram-se contraditórios, sem confirmação por testemunhas independentes ou vestígios materiais.

2.3. Do Princípio do In Dubio Pro Reo

Em respeito ao princípio do in dubio pro reo, previsto na CF/88, art. 5º, LVII, não é possível a condenação diante da dúvida razoável sobre a ocorrência dos fatos e a autoria delitiva. A jurisprudência pátria, inclusive, é uníssona ao afirmar que a dúvida deve favorecer o acusado (CPP, art. 386, VII).

2.4. Da Tipicidade e da Insuficiência de Provas para o CP, art. 217-A e CP, art. 218-B 

Para a configuração do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A) e do crime de favorecimento à corrupção de menor (CP, art. 218-B), é imprescindível prova inequívoca dos fatos descritos na denúncia. No presente caso, não há elementos objetivos que comprovem, de forma inequívoca, a ocorrência dos atos imputados, tampouco que o acusado tenha facilitado a corrupção de menor.

2.5. Da Posse Irregular de Arma de Fogo

Em relação à imputação da Lei 10.826/2006, art. 12, inexiste nos autos prova pericial conclusiva acerca da existência, funcionalidade ou propriedade da suposta arma apreendida, inviabilizando qualquer juízo condenatório.

3. Da Jurisprudência

A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em casos análogos, tem reiteradamente destacado a necessidade de prova sólida e harmônica para a condenação, não sendo admissível decisão condenatória fundada em conjecturas ou relatos contraditórios, conforme se depreende dos julgados colacionados aos autos.

4. Do Devido Fundamentação (CF/88, art. 93, IX)

Em respeito a CF/88, art. 93, IX, que exige fundamentação das decisões judiciais, esclareço que a absolvição do acusado decorre da ausência de provas idôneas, da existência de contradições nos depoimentos e da falta de elementos materiais que corroborem a acusação. Não sendo possível formar o juízo de certeza necessário à condenação, impõe-se a absolvição.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido defensivo, para:
a) Acolher a preliminar de nulidade por ausência de provas idôneas e contraditórias;
b) Absolver J. G. dos S. das imputações do CP, art. 217-A e CP, art. 218-B e Lei 10.826/2006, art. 12, com fundamento no CPP, art. 386, VII, por insuficiência de provas.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

IV. Decisão sobre Recursos

Conheço do recurso interposto, eis que presentes os requisitos de admissibilidade, mas nego-lhe provimento, mantendo a absolvição nos termos acima fundamentados.

V. Conclusão

É como voto.

____, __ de _________ de 2024.
Magistrado(a) Relator(a)


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